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Editorial: Vidas negras importam! Hoje e sempre!

Uma imagem totalmente preta tomou conta das redes sociais nesta terça-feira (2). A manifestação intitulada Blackout Tuesday é uma resposta às mortes de pessoas negras na mão da polícia. A recente morte de George Floyd, no dia 25 de maio, nos Estados Unidos, e do jovem João Pedro, de 14 anos, no Rio de Janeiro, desencadearam o movimento. Até mesmo o Instagram e o Facebook se manifestaram ao mudar a cor de seu logo. 

A iniciativa visa visibilizar e promover a discussão racial em todas as plataformas, ainda bem porque já estava achando que a palavra “antifascista”, que muitos publicaram também na internet, ia invisibilizar a discussão racial. Mas não! E claro, o Blog n’ Roll não vai ficar de fora. Como plataforma de informação de música e TV, sabemos da importância de se posicionar perante o assunto. 

Racismo mata

A força das manifestações nas redes sociais se deu quando uma delegacia foi incendiada, após policiais assassinarem George Floyd. Além disso, aqui no Brasil, no último dia 18, o adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, foi morto quando estava dentro da casa de seus tios na comunidade do Salgueiro, no Rio de Janeiro.

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Os policiais afirmaram em depoimento ter disparado 60 tiros durante a operação. O corpo de João Pedro foi levado pelos policiais logo após sua morte, sem nenhuma autorização de sua família. 

Essas injustiças causaram o atual estopim, mas sabemos que isso não é de hoje, de agora. No Brasil, sabemos que a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado. Representamos mais da metade da população brasileira.

Em 2006, cerca de 600 jovens foram executados na Baixada Santista. O número foi levantado pelo estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em 2018, intitulado: Violência de Estado no Brasil: uma análise dos Crimes de Maio de 2006.

As Mães de Maio já estão há 14 anos relembrando das mortes de seus filhos e em busca de respostas. Muitos MCs da região também foram assassinados, porque a cultura negra e periférica do funk também é criminalizada. 

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Em abril, no Rio Grande do Sul, a esposa do  vigilante Everaldo da Silva Fonseca, de 62 anos, teve um enfarto e morreu. Isso aconteceu após seu marido ser acusado de roubar o celular de uma das enfermeiras. Como ele passou de paciente para ladrão? Simples, pelo fato de ser negro. Nem preciso colocar que o celular foi encontrado em outro lugar.

Poderia ficar citando diversos episódios que até que tiveram destaque na mídia e aqueles que nem repercutiram. 

Momento de agir e refletir

Nesse momento, assim como a campanha sugere, podemos aproveitar para pensar em ações efetivas. Como pedir as plataformas de música que dêem destaque aos artistas negros. 

Além de promover uma discussão coletiva, nas redes sociais, olhar para nós como indivíduos e refletir se realmente somos antirracistas no dia a dia.

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Demonstramos repúdio à morte dessas pessoas, mas quantas vezes as prestigiamos em vida? As marcas e plataformas digitais, por exemplo, contratam pessoas negras? Quantas pessoas negras têm na sua empresa, que não sejam apenas do setor da limpeza e zeladoria?

Quantas vezes nos blogs, revistas, veículos de comunicação em geral, as pautas são direcionadas às pessoas negras? Isso sem contar as vezes que elas estão na pauta para falar sobre racismo ou anunciando a morte de uma pessoa negra.

A visibilidade e representatividade é importante sim, mas tem que ser naturalizada. Não podemos achar sempre “ual” quando uma pessoa negra é a pauta do dia ou capa de revista. Isso precisa ser normal, constante.

Mas em vez disso, há diversas pessoas como o jornalista que contabiliza os “erros” da Maju Coutinho, de várias Majus por aí que conquistam uma posição de destaque e incomodam muita gente. Marielle quem o diga.

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Enquanto isso, a branquitude “conquista” espaços sendo mediana, privilegiada de acesso à educação, saúde e moradia de qualidade e muitas vezes tendo um conhecido que indique aquela pessoa. O assunto é amplo! 

A discussão racial precisa se tornar pauta constante

As mortes de George Floyd e João Pedro causaram indignação e revolta, posicionamentos, manifestações e ação direta. E isso não pode ser passageiro, essas discussões precisam sempre estar no centro do debate, das atenções, porque SEMPRE estão acontecendo.

A violência policial, a guerra nas favelas,o racismo estrutural, a morte de mulheres negras por feminicídio, a solidão da mulher negra, as responsabilidades das mulheres negras, o homem negro gay, a pessoa negra e trans, a falta de representatividade pela mídia e veículos de comunicação, pessoas que não se reconhecem como negras. A questão racial tange a estrutura da nossa sociedade e ela deve ser discutida.

E deve ser discutida, cobrada e lembrada não só quando norte-americanos gritam Black Lives Matters e resolvem sair as ruas. Deve ser discutida, cobrada e lembrada quando aqui no Brasil a policia atira mais de 80 vezes em uma família negra dentro de um carro.

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A branquitude também precisa se manifestar, comover e entender a urgência dessa discussão quando o negro do Brasil é atingido.

Chega de racismo! Basta!

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