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Encontro das Tribos é marcado por homenagens ao Dia do Reggae

Nem a chuva ou a falta de organização foram fortes o bastante para estragar uma noite especial. Em homenagem ao Dia Nacional do Reggae, São Paulo recebeu a 22ª e maior edição do Encontro das Tribos, que contou com 15 horas de música. O festival aconteceu no sábado (11) no Estádio do Canindé.

O Mundo Mágico (tema da edição) enfrentou algumas dificuldades. A confusão na liberação de arquibancadas, que dependiam de diferentes pulseiras, tornou o transito pelo evento mais lento e complicado. As dificuldades técnicas, como o baixo som entre os dois palcos, impediu que todas as bandas tivessem o mesmo impacto em suas apresentações. 

Pitty e Vitor Kley em um dos momentos mais empolgantes do show

Mesmo assim, a música boa não se deixou abalar. Cidade Verde, Amanajé e 3030 esquentaram o palco nas primeiras horas. Entre os primeiros artistas, destaque para Vitor Kley, que trouxe seus maiores sucessos ao palco do Encontro das Tribos. Abriu com O Sol e encerrou com Adrenalizou, seus dois maiores hits até o momento. Morena também empolgou, enquanto um cover de Rockstar, do Post Malone, surpreendeu aos menos envolvidos no show. Cheio de energia, Kley se esforçou para alcançar outros públicos. Mas tudo indica que o cantor está decolando rumo ao sucesso.

Resgate das raízes do reggae

Mato Seco e Mitchell Brunings embalaram trilha de sucessos de Bob Marley na Marley Experience. O show começou com um dos maiores hits do Mato Seco, Pedras Pesadas. Em seguida, Positive Vibration iniciou a homenagem ao ícone do reggae. A apresentação foi marcada por muitas luzes e total entrega da plateia.

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Get Up, Stand Up, uma das canções mais marcantes de Marley, levou a plateia aos gritos, lembrando da importância de se posicionar em tempos de conflitos políticos. Hits como Buffalo Soldier, Three Little Birds, Could You Be Loved e No Woman No Cry também foram tocados.

O Sol, a chuva e muita energia

Abrindo o set com Desejos do Mar, Rosa Norte e Eu Sou do Mar, Armandinho fez um pedido pela educação e respeito com a natureza.

“Todos nós somos do mar. São Paulo é do mar!”, disse o cantor. Ele pediu para aumentar o som algumas vezes, apontando um problema recorrente na maior parte dos shows. Em seguida, embalou Reggae das Tramandas, Pescador, Casinha e Outra Vida.

Para Analua e Desenho de Deus, chamou ao palco o “afilhado” Vitor Kley. “Tu é puro, o mundo precisa de gente como tu”, declarou Armando em um forte abraço. Kley se emocionou e respondeu: “meu professor da vida”. Mesmo embaixo de chuva, a atmosfera estava ensolarada com a dupla no palco.

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Acostumado com mais tempo, Armandinho pediu para os fãs escolherem as músicas que queriam ouvir. Embalou em seguida Lua Cheia, Toca Uma Regueira Aí e Sol Loiro. Conduziu o show inteiro com extrema naturalidade, como de costume, transformando poucos minutos de palco em uma apresentação alegre e marcante.

Uma viagem pela carreira

Talvez esta fosse a aposta mais distante do reggae em todo o line-up, mas Pitty eliminou todos os rótulos possíveis em sua apresentação. No clima de diversidade, trouxe um setlist agitado e bem positivo ao palco. Contemplou várias fases de sua carreira, partindo de Admirável Chip Novo, Anacrônico e Semana Que Vem. Setevidas, Equalize e Me Adora também animaram.

Pitty pediu licença para apresentar algumas canções de seu novo álbum, Matriz, e emendou Noite Inteira, Te Conecta e Roda, que foram bem recebidas.

Vitor Kley subiu mais uma vez ao palco, desta vez, para acompanhar Pitty em um duo profundo de Na Sua Estante. Em seguida, a banda toca Contramão e Máscara, a última arrancando fortes aplausos.

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Após uma palhinha de Get Up, Stand Up, Pitty encerrou uma sequência carregada de hits com Serpente. Mesmo em canções mais pesadas, conseguiu manter a atmosfera vibrante, atendendo perfeitamente a proposta do festival.

Ponto de impacto

A Ponto de Equilíbrio fez um show estável, atendo-se aos sucessos de carreira. Fio da Fé e Santa Kaya abriram, seguindo com Na Função, gravada junto a Rael e Rincon Sapiência, que ainda estavam para se apresentar. Seguiram com Novo Dia, Coisa Feia, Nossa Música e Janela da Favela.

“Parabéns ao Reggae!”, clamou o vocalista Hélio Bentes. Seguiram com homenagem a Bob Marley, embalando I’m Rebel (Soul Rebel) com participação de Dada Yute no palco.

Canções como Ponto de Equilíbrio e Profeta Rei tiraram o público para dançar, enquanto Hipócritas, O Que Eu Vejo e Malandragem Às Avessas encerraram o show numa vibe mais crítica, carregada de mensagens impactantes.

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Os poetas do reggae nacional

O Maneva mostrou todo seu charme e romantismo. Começando com Enviado por Deus, Daquele Jeito, Pisando Descalço e Não Vá Dizer Que Não, foram completamente abraçados pelo público, que cantava junto a cada verso. Um dos pontos altos do festival.

Quando Planta e Raiz subiu ao palco, o encontro tornou a energia ainda mais forte. Cantaram juntos Êxodo, Sem Jeito e Reviso Meus Planos do Maneva, além de Com Certeza e Filho do Leão, do Planta e Raiz. “Essa madrugada é de música, união entre as pessoas e respeito”, afirmou Zeider, vocalista do Planta.

Na sequência, recebem Gabriel Elias como convidado para Corre Pro Meu Mar. Outros sucessos como Saudades do Tempo, Seja Para Mim, Luz Que Me Traz Paz e Lembranças também animaram o público. No ápice da agitação, encerram com Meu Pai é Rastafar-I, tirando a banda inteira para pular junto ao público.

O charme das jams no palco

Uma das bandas mais esperadas da noite, Soldiers of Jah Army, o Soja, trouxe força no instrumental e bons improvisos. Seus principais sucessos, como I Don’t Wanna Wait, You Don’t Know Me, Shadow e Nothing Ever Changes levaram os fãs a dançar sem parar.

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O set foi bem extenso, aproveitando bastante cada minuto de palco. Not Done Yet, Life Support, True Love, Here I Am e Rest Of My Life também passaram pelo palco. Na sequência de Jah Bless, embalaram uma jam carregada de solos. Depois de You And Me, surpreenderam com ritmos brasileiros, dançando em um palco cheio de luzes.

Morning, feita com Natiruts e Gomba Jahbari, trouxe o próprio artista, diretamente de Porto Rico, como convidado ao palco. Para finalizar, o Soja embalou I Believe, She Still Loves Me e Sing To Me, deixando o palco ovacionados pelos fãs.

“Lute como como Marielle Franco”

Com cenário verde, o Planet Hemp subiu ao palco clamando pela resistência e fez o show mais agitado da noite. Abriram o show com Legalize Já, Dig Dig Dig e Fazendo a Cabeça. Motivaram o público num grande moshpit, lançando Queimando Tudo, MaryJane, 100% Hardcore e Procedência C.D..

“Lute como uma garota, lute como Marielle Franco”, gritou BNegão, mais uma vez motivando a resistência ao som de Deisdazseis. Além das fortes críticas as milícias e ao governo Bolsonaro, a banda tirou bastante tempo para homenagear vários artistas nacionais. Chorão foi lembrado ao som de Samba Makossa, dueto que ficou conhecido junto a D2. Também reverenciaram os Ratos de Porão com Crise Geral, além de Nação Zumbi, Mr. Catra, entre outros. Canções como Stab e Contexto também agitaram, encerrando com Mantenha o Respeito.

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Respeito à cultura afro

Última atração da noite, Rael fez uma apresentação estruturada, carregada de homenagens e diversidade musical. Abriu o set com Rouxinol e Minha Lei. Pediu um baseado para o público e embalou a dança com a sequência Nada Mais / Ela Me Faz e Tá Pra Nascer Quem Não Gosta, de Seakret.

Fez homenagens ao movimento rastafari, com cover de Welcome To Jamrock de Damian Marley, e também aos artistas da Motown, com My Girl, clássico do The Temptations. Romântico, emendou um medley com Aurora Boreal, carregando o palco em múltiplas cores.

“É da hora ser homenageado, ser lembrado, mas uma coisa que a cultura hip hop deixou pra mim, que é mais importante, é a mensagem, é a palavra, é o respeito de um para com o outro. A cultura hip hop me formou pensamentos, me tornou uma pessoa melhor. E aí me mostrou que se eu tiver cultura, saúde, educação e um qualquer no bolso, eu não preciso de uma arma na minha mão, parça”, discursou Rael.

Na sequencia, emendou O Hip Hop é Foda recebendo Rincon Sapiência no palco. Rincon puxou o público pra dança, com A Coisa Tá Preta, Afro Rep e Ponta de Lança, embalado por batidas africanas e brasileiras.

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Rael finalizou o show com Flor de Aruanda, Ser Feliz e Envolvidão, completando pouco mais de uma hora de show.

Mesmo pós-chuva, problemas técnicos e falta de acessibilidade, o Encontro das Tribos se encerrou com alto astral e vibe romântica. Seguindo o espírito do reggae, o evento reuniu os maiores nomes do estilo ao palco, mantendo a chama da paz e do amor acesa para mais encontros.

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