Com discografia renovada, Ignite vem ao Brasil pela quarta vez para shows da We Are One Tour

Com discografia renovada, Ignite vem ao Brasil pela quarta vez para shows da We Are One Tour

banda ignite

Nascida no coração do Orange County, na Califórnia, a Ignite é uma banda hardcore punk muito experiente quando o assunto é Brasil. Nesta semana, ela desembarcará para sua quarta passagem pelo País, onde participará da We Are One Tour. Em São Paulo, a apresentação acontecerá no próximo sábado (7).

Antes de dar início à turnê, que também passará por outros países da América do Sul, o Blog N’ Roll conversou com exclusividade com  Brett Rasmussen, baixista da banda. Ele falou sobre a trajetória de mais de 20 anos da Ignite, referências musicais, letras carregadas de conteúdo político e social, as expectativas para os shows e a set list das apresentações.

Formada por Zoli Teglas (vocal), Brian Balchack (guitarra), Kevin Kilkenny (guitarra), Craig Anderson (bateria) e Brett Rasmussen (baixo), a banda dividirá o palco com outras grandes nomes do hardcore e skate punk, como Face to Face, The Decline, The Fullblast, Much The Same e a brasileira Pense. Ainda há ingressos à venda. Veja informações sobre o evento no final da entrevista.

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Quais são suas expectativas para os shows e o público da We Are One Tour?
Essa será nossa quarta vez no Brasil. Nós tivemos ótimas experiências no país de vocês. Em 2004, fizemos uma turnê com o Dead Fish e tocamos em frente de muita gente naquela tour. Nas últimas duas vezes que estivemos aí, fomos headliners da nossa própria turnê e os shows foram incríveis! Nós estamos bastante ansiosos de viajar e tocar outra vez no Brasil.

Há 20 anos na estrada, imagino que vocês já viram algumas mudanças acontecendo na cena punk. O punk rock se tornou mais comercial? Como vocês avaliam a evolução da Ignite nos últimos anos?
É estranho falar sobre a cena, porque nós fazemos parte de uma cena imensa que não é somente punk ou hardcore, mas também tem metal, hard rock, música acústica e tudo que há no meio disso. A Ignite toca com tantas bandas diferentes e tantos estilos musicais variados que falar só do punk deixa muita coisa de fora da nossa história. Por exemplo, em uma turnê nós tocamos ao lado do Slayer, Nofx, The Prodigy, Muse, Sick Of It All, Kiss, etc. Que cena é essa? Isso é muito louco! Eu acredito que no geral a música mais pesada está ficando cada vez  mais popular com o passar dos anos. Punk rock, hardcore, metalcore e etc estão basicamente em todos os lugares agora.

Quando começamos nossa banda, estava acontecendo a explosão do Green Day e Offspring e isso nos abriu muitas portas. O Metallica estava tocando em grandes rádios e tudo isso abriu portas para que a música mais pesada fizesse seu próprio caminho em direção ao mainstream. Nós assistimos nossos amigos do Hatebreed, AFI, Rise Against etc saírem dos shows dentro de porões para serem headliners de grandes festivais e assinarem com grandes gravadoras.

O punk e os gêneros ligados a ele estão representados em nível global. Nos anos 1970 e 1980, os Ramones, Sex Pistols e The Clash tinham contratos com grandes selos musicais, mas a maioria das bandas menores eram DIY (faça você mesmo) e estavam se esforçando para sobreviver. Muito mudou, não desde que começamos, mas desde que o punk ergueu sua cabeça. Quando você vai ao shopping, vê isso por todos os lugares. A cena de músicas mais agressivas parece que vai continuar crescendo na nossa volta e não parece que pode parar em breve.

Vocês foram bastante influenciados por algumas bandas de hardcore punk como 7 Seconds, Minor Threat e Bad Brains, né? Elas são bastante admiradas pela galera punk e straight edge no geral e têm discos incríveis. Como eles influenciaram o trabalho e a filosofia de vocês?
Era um tipo incrível de música para se ouvir quando se é adolescente. Elas têm mensagens bastante positivas e representavam um lugar onde as os jovens mais ‘desajustados’ podiam ficar juntos e encontrar coisas em comum.

Antes da gravação do último álbum da Ignite, no ano passado, todos vocês estavam em projetos paralelos, fazendo turnês e Teglas até estava tocando se apresentado ao lado do Pennywise. Como vocês decidiram dar um tempo em tudo isso e focar em um novo disco? Vocês mantém o mesmo ritmo hoje?
Acho que era a hora certa. Nós já tínhamos começado a escrever algum material em 2009, mas não era para acontecer naquela época. As coisas acontecem por um motivo e, em 2013, quando todos estavam mais livres e dispostos a usar seu tempo para escrever as músicas e gravar esse álbum, nós fizemos isso. No início, estávamos um pouco incertos sobre a direção do álbum. Nós escrevemos mais de 40 músicas para o disco e assim que começamos a trabalhar com nosso produtor, pudemos começar a realmente enxergar quais faixas seriam as mais fortes para o álbum. Assim que você tem duas ou três músicas que gosta, você fica muito inspirado a completar todo o projeto!

Baseado no último trabalho de vocês, A War Against You, quais são suas opiniões sobre os últimos acontecimentos relacionados à política e ao meio ambiente? Guerra na Síria, o aumento de movimentos racistas e antissemitas ao redor do mundo… Você acredita que somente nós podemos parar isso? Estamos em uma guerra contra nós mesmos?
Na minha opinião, o mundo está tomando um caminho assustador. Há guerras a um ponto de acontecer em vários lugares do mundo, muitos pesadelos ligados ao meio ambiente e a tensão racial está mais pesada do que nunca nas últimas décadas. Nós precisamos nos educar. Eu acho que esse é o melhor jeito de conseguirmos passar por esses tipos de coisas. Se eduque. Ouça opiniões contrárias e faça insights sobre o seu próprio ponto de vista.

Em tempos tão controversos, a música tem o privilégio de falar contra esses problemas? Como vocês avaliam a importância das próprias músicas e letras para o público?
Nós sentimos que recebemos uma oportunidade de compartilhar mensagens positivas com as pessoas ao redor do mundo, inspirá-las e ajudá-las a abrir os olhos para esses assuntos e problemas que ainda não tenham ouvido falar ou nem pensaram sobre. Para nós é importante tirar proveito dessa oportunidade e tentar espalhar essas mensagens e visões positivas para o maior número de pessoas que pudermos.

Nós estamos bastante ansiosos para o show! O que vocês estão preparando para o set list do show em São Paulo?
Será uma mistura do velho e do novo. Muitas pessoas estão pedindo por músicas do álbum novo, mas a gente também quer tocar alguns dos clássicos para os fãs dos “velhos tempos”!

We Are One Tour (São Paulo)

Data: 7 de outubro (sábado).
Horário: das 14 às 21 horas.
Local: Carioca Club (Rua Cardeal Arcoverde, 2899, Pinheiros, São Paulo. Próximo à estação Faria Lima do metrô – linha amarela).
Evento oficial no Facebook:https://www.facebook.com/events/270681956710028/
Ingressos:a partir de R$ 100,00. Compre aqui.
Realização: Solid Music Entertainment.