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Faixa a Faixa, Clipe a Clipe – Metallica: Hardwired… To Self-Destruct

Eu sinceramente estou por alguns minutos pensando em como começar esse texto. Falar de Metallica pra mim é o mesmo que comentar sobre meu time de futebol, meu super herói favorito, meu crush ou qualquer coisa em que a parcialidade vá para as cuia. Eu aprendi a não só ouvir Rock com eles, mas também a respeitar outros estilos musicais, e desde pequeno a música que a banda produz funciona como uma injeção de adrenalina nas minhas veias.

Esse sentimento não é exclusivo meu, milhões de pessoas ao redor do mundo tem as mesmas sensações ao ouvir, e mesmo que algumas ainda torçam o nariz para o que a banda fez de 1986 pra frente, todo mundo tem alguma fase da banda que gosta ou gostou. O Metallica deixou de ser apenas uma banda e se tornou um verdadeiro monstro, e isso deve a sua grande harmonia musical, sua explosão, seu carisma e principalmente sua versatilidade. Parafraseando Flea, outro grande ídolo pessoal e musical desse que vos fala, e responsável por introduzir a banda ao Rock n’ Roll Hall of Fame em 2009: “O Metallica tem um poder de persuasão musical inexplicável. Todos são fãs de algum momento da carreira da banda, e mesmo surgindo dos mais podres confins do Thrash Metal, conseguiram unir mais pessoas do que qualquer banda Hippie “paz e amor” tenha imaginado em conseguir. Transcendendo qualquer barreira que qualquer idiota alguma vez ousou em colocar no mundo da música.”

O último disco da banda foi Death Magnetic de 2008, tour que eu tive prazer em vê-los pela primeira vez. De lá pra cá muita água rolou, e 8 longos anos se passaram, deixando fãs sedentos por novidades. A espera finalmente acabará amanhã, pois Hardwired… To Self-Destruct será lançado oficialmente. Apesar do anuncio oficial, a banda já liberou todas as faixas em seu canal no YouTube, cada uma com um clipe mais sensacional que a outra, e agora mesmo você confere cada um deles na ordem do disco e o nosso parecer.

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1. Hardwired:

O atropelamento que abre o disco foi o primeiro a ver a luz do dia. Com seus integrantes na faixa dos 50 anos de idade, o Metallica mostra boa forma e que ser um tiozinho não é desculpa pra ser bunda mole. Uma ótima introdução instrumental no começo que te da a sensação de estar em meio a um tiroteio. O solo do Kirk me agradou bastante, e foge um pouco daquela linha abusive de Wah-Wah característica. O clipe sintetiza muito a sensação de quem está escutando Hardwired, não entende nada, mas está ali pra quebrar tudo. Sem dúvida alguma, é minha música favorita do disco.

2. Atlas, Rise!:

Atlas, Rise! é uma música que enche os olhos e ouvidos do espectador. Lembra quando todo mundo reclamou que no St. Anger as músicas estavam com uma falta de molho e tempero? Pois é, essa é a música que é antítese de tudo aquilo que fizeram naquela época. Atlas, Rise! tem uma construção e uma composição impecável. A montagem fenomenal só é devida obviamente pelo tempo que a banda teve para trabalhar em um novo material, e claro, experiência e talento. O clipe mostra a banda em seu quartel general em San Rafael, Califórnia, durante as gravações do disco.

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3. Now That We’re Dead:

Dizem que música boa é aquela que te faz balançar a cabeça nos primeiros minutos. A boa batida de Now That We’re Dead contagia, e você nem vê. Quando James Hetfield balança o ombrinho no clipe, você nem viu e já tá fazendo igual. O clima da música é um contraponto bem interessante das duas primeiras, pois foge do estigma “Metallica clássico” e flerta um pouquinho com a fase Load/Reload, mas nada que seja disperso, muito pelo contrário. Eu sei, muita gente vai xilicar com esse meu comentário, mas por favor, veja King Nothing The House Jack Built. Já na estética do clipe, a banda apostou em casar com a arte do próprio álbum, com projeções gráficas tridimensionais, jogos de luzes e a porra toda.

4. Moth Into Flame:

Outra musicona, e já conhecida por grande parte do público. Moth Into Flame é outra apelação da banda, principalmente com suas guitarras dobradas na introdução e que muito marmanjo aí peida pra fazer. O refrão talvez seja um dos mais fortes do disco, com uma melodia que gruda na cabeça que nem chiclete e não sai mais.

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5. Dream No More:

Porradeira e arrastada, no melhor estilo Sad But True -Human, essa é Dream No More. É daquelas pra você ouvir no talo, cantar com o dedo em riste e balançar a cabeça o mais forte que puder. Destaque para as vozes de James Hetfield, alternando em graves, melódicos e notas que vão de escalas das mais altas à das mais baixas em instantes. O clipe é totalmente lisérgico, e pra ser bem honesto, ainda não associei muito bem o que o roteiro quis dizer. O que não quer dizer que é ruim, muito pelo contrário.

6. Halo On Fire:

Já pensou em participar da gravação de uma das suas bandas preferidas? Pois é, algumas pessoas tiveram a sorte de figurar o clipe de Halo On Fire, e pelos nítidos sorrisos de fãs e integrantes da banda, deve ter sido animal e muito divertido. Em paralelo, o clipe mostra um roteiro de uma espécie de Clube da Luta e a superação da protagonista diante de seu algoz. O que contrasta totalmente com a tensão da música.

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7. Confusion:

A música tem um ambiente bem sombrio, atormentador e profundo, e assim como Halo On FireConfusion se entrelaça de uma forma sensacional com o enredo do seu clipe. Basicamente é um curta-metragem, que mostra a síntese da batalha diária e a vida militar.

8. ManUNkind:

Ok, eu esperei meu dia inteiro só para falar desse clipe e dessa música. Não é segredo pra ninguém que uma das maiores influências do Metallica é Diamond Head e o King Diamond. Em ManUNkind a banda faz uma homenagem musical ao seu ídolo, e tudo que está relacionado à essa influência, está em cada nota, cada acorde dessa música. Para completar a receita, por que não fazer um clipe no estilo Black Metal? Para isso a banda convocou Jonas Akerlund para dirigir o clipe. O diretor (que inclusive faz uma ponta) já foi baterista de uma das principais bandas do estilo, o Báthory, e abusou das características para fazer do clipe, um verdadeiro culto à Satanás. Tem cabeça de porco, auto-flagelo, mão de fogo, pentagrama, maquiagem trevosa e muito spike. Inclusive, até o logo do Metallica foi alterado para um visual mais Black Metal especialmente para o vídeo. Esse clipe me ganhou, é definitivamente meu favorito.

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9. Here Comes Revenge:

A música segue a linha do último disco, Death Magnetic e se destaca na brilhante animação feita pela talentosíssima Jessica Cope do Owl House Studios.

10. Am I Savage?:

Essa é outra que me lembrou a fase noventista do Metallica. Riffs e vocais arrastados são de certa forma um flashback daquela época, porém a música apresenta elementos que mesclam tudo isso com algumas coisas dos anos 80, e ainda assim se manter atual. Nada de saudosismo. Destaque para Kirk Hammet que está um luxo no clipe.

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11. Murder One:

O mundo sentiu a perda de Lemmy Kilmister no ano passado. O ícone que parecia ser maior do que a vida descansou, e suas histórias ecoam até hoje. História essa que é narrada em Murder One.

12. Spit Out The Bone:

Se o álbum começa com um atropelamento, nada mais justo que encerrar da forma mais violenta possível. Spit Out The Bone é o golpe de misericórdia sem misericórdia nenhuma. O clipe é inspirado nos filmes do cinema trash, e mostra o mundo dominado por máquinas em um futuro pós-apocalíptico.

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Bônus – Lords Of The Summer:

A faixa não está oficialmente no tracklist do disco, porém foi apresentada durante os shows do Metallica nos últimos dois anos e está presente no disco bônus lançado no pack especial de pré-venda. O clipe conta um pouco da trajetória até o lançamento de Hardwired… To Self-Destruct, a expectativa do público e a energia que a banda mantém no palco mesmo após quase 30 e não sei quantos anos na estrada.

Hardwired… To Self-Destruct musicalmente está longe de ser o melhor, ou um dos melhores discos do Metallica, musicalmente falando. Mas pessoalmente me agradou bastante. É uma espécie de ode à própria obra, sem ignorar qualquer fase que a banda já passou. Também não é um disco pra agradar fã tr00, como seu antecessor. Tudo acontece de forma bem espontânea e natural, sem soar forçado.

Um fato engraçado é ver a mudança de pensamento da banda em relação à internet. Se voltarmos 16 anos atrás, veremos Lars Ulrich se tornando inimigo número 1 do Napster pelo vazamento de I Disapear, e agora, depois dessa treta toda, o que faremos para divulgar nosso novo disco? Vamos lançar um clipe de cada música do disco 1 dia antes do lançamento! O que é incrível e muito legal de se ver, pois em poucos instantes após os lançamentos, o Metallica se tornou trend topic mundial no Twitter, e um dos canais mais acessados da semana no YouTube. Agora só nos resta saber como o disco vai se sair e como o público irá recepcionar as novas músicas nos shows, pois potencial Hardwired tem pra dar e vender.

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