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Gus Conde vai de batuque a Billy Idol e impressiona gringos

Por Carlota Cafiero

Músico, ele sonha em tocar com Kiss e Ivan Lins. E não duvide que consiga, pois ultrapassar obstáculos é com ele mesmo. Quando adolescente, pesava 130 quilos. Perdeu 52 com reeducação alimentar e exercícios físicos. Aos 21 anos, foi comer o pão que o diabo amassou em Los Angeles, onde morou por uma década.

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Nesta semana, Gus Conde embarcou outra vez para a Califórnia, para representar seus patrocinadores na maior feira de música dos EUA, a NAMM Show (National Association of Music Merchants), que vai de quinta a domingo, na cidade de Anaheim.

É a terceira vez que se apresenta na feira, e estará acompanhado do baterista gaúcho Demétrius Locks, para tocar nos estandes das marcas Urbann Boards e Axis Percussion.

Vale ressaltar que o músico vai lançar uma linha especial de tênis para bateristas da Urbann Boards, assinada por ninguém menos que Neil Peart, considerado um dos maiores bateristas de todos os tempos, da banda Rush.

Depois da feira, Gus e Demétrius seguem para uma mini-turnê de workshops pela Califórnia, até fim do mês, passando por Fuentech Drum School, em Torrance; Musicians Institute, em Hollywood; e Wise Music, em Salinas.

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Enquanto morou em Los Angeles (entre 2002 e 2011), Gus realizou o sonho de muitos bateristas de rock: trabalhou diretamente em estúdio com Billy Idol, The Cult e Velvet Revolver (antiga banda do Slash com alguns outros ex-integrantes do Guns ‘N’ Roses).

“Mas o que chamou mais a atenção foi quando fui convidado a integrar a banda suporte da cantora pop Rihanna, em 2010. Além de ensaios e gravações em estúdio, participei de algumas das principais apresentações dela naquela temporada, inclusive o American Music Awards, um dos maiores prêmios da música norte-americana. Com muita honra fui o primeiro brasileiro a se apresentar na premiação”, lembra.

Ele conta que, no princípio, não foi fácil. “Cheguei a pedir comida em restaurantes, mas sabia que era algo temporário e tinha de enfrentar aquilo até que tudo acontecesse conforme meus planos”, diz.
A escolha por Los Angeles se deu por ser a cidade onde tudo acontece. “As indústrias da música e do cinema estão em Hollywood”, destaca Gus.

Foi também por lá que ele formou sua própria banda de trash metal, a Odum, em 2005. De volta ao Brasil, o baterista refez a formação.

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Documentário
Após quase dez anos seguidos morando entre Dan Diego (primeiros dez meses) e Los Angeles, Gus voltou a Santos no início de 2011, para estudar música brasileira e filmar o documentário Drummers of Brazil.

“Assim como costumo brincar com os meus pais, eu não voltei para o Brasil, estou no Brasil. Atualmente, moro em Santos, minha cidade natal, e retorno a Los Angeles de duas a três vezes por ano para cumprir uma agenda musical e rever amigos”, conta.

Aos 35 anos de idade, o músico agora está mais focado em projetos solo. “Drummers of Brazil é um filme independente, dirigido e gravado por mim, para mostrar a verdadeira bateria brasileira. Comecei as filmagens em fevereiro de 2011, em Salvador. Ainda está em fase de produção e tem participação de vários bateristas e percussionistas da cena brasileira”, descreve.

Ele pretende lançar esse material nos EUA e na Europa, com o apoio das marcas que representa oficialmente. É possível conferir alguns trechos do filme no YouTube.

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Bateroterapia
A história de Gus com a bateria começou cedo, com o pai, também baterista. “Aos 3 anos de idade, ganhei minha primeira bateria, de plástico. Foi com 12 ou 13 anos que comecei a estudar com mais seriedade, mas fui me tornar músico profissional mesmo só nos Estados Unidos”, revela.

Mas a sua vocação vai além da carreira como músico: Gus também se dedica a melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio do instrumento. É a bateroterapia, criada por ele.

“É uma fusão entre a bateria e exercícios de Fisioterapia. Em 2006, eu dava aula numa escola de bateria chamada Fuentech, em Torrance, na Califórnia. Lá eu tinha um aluno com cerca de 70 anos, que tinha limitações de extensão dos braços e rotação do corpo. A partir daí, criei exercícios específicos para ele”, explica.

Gus desenvolveu esse método com a ajuda de fisioterapeutas da UCLA (Universidade da Califórnia) e da Unimed, no Brasil. Em aulas ministradas no ano passado, ele lembra de um aluno que recuperou o equilíbrio e deixou as muletas de lado, e de uma senhora que voltou a fazer crochê e tricô graças aos exercícios.

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(*) Matéria publicada em A Tribuna em 21/01/2015

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