MÁRIO JORGE
Foto: Breno Galtier/MRossi
Começando pelo fim… O Metallica fez o que se esperava dele: um baita show. Para quem foi no sábado, logo cedo ao Lollapalloza, esperar pela entrada dos caras, as intermináveis horas valeram a pena. Não vou nem entrar em detalhes porque os colegas jornalistas, entre eles Lucas Krempel e Eduardo Cavalcanti, já descreveram as apresentações.
Então, vamos lá. Ao chegar ao Lolla, a primeira surpresa: tocava algo parecido com axé com a banda BaianaSystem. Na verdade, o grupo é aquela salada com música urbana, guitarra baiana (aquela dos trios elétricos de Carnaval) e influência jamaicana. E tinha um bom público para acompanhar. Nós – eu e minha cúmplice musical, Simone – ficamos longe. Preferimos caminhar pela imensidão de Interlagos.
Entre idas e vindas, subidas e descidas, quase não acompanhamos banda alguma. Até porque você, sabendo o que se quer ouvir, tem que se dirigir a um palco específico e ficar por lá. Caso contrário, se deslocar pelo autódromo, entre uma parada para comprar bebida – quase uma hora na fila -, corre-se o risco de perder o show que se quer.
O Lollapalloza é um festival da diversidade. Bandas pop, indie, hardcore, punk e som eletrônico são a marca registrada do evento. Não vou chiar, obviamente. Se fui cedo é porque sabia, mais ou menos, o que encontraria pela frente. Para quem gosta – e não são poucos -, beleza. Deu para se deleitar. Como a garotada que foi ao delírio com os grupos The 1975 e The XX, mistureba de indie, new romantics e dark oitentista.
The XX
Acostumado ao som pesado do heavy ou do hard, aquele ambiente parecia uma espécie de admirável (?) mundo novo. Radical? Não. Entendo que cada tribo faz sua escolha e extrai de seu foco aquilo que mais a agrada. Mas que é estranho, lá isso é!
The 1975
Como falei no artigo anterior, é preciso conhecer um pouco de tudo nessa vida. Não vou dizer que a experiência foi traumática. Não estava a contragosto. Podia muito bem ter ido mais tarde, já que foi o Metallica meu objeto de desejo. Quando batia o cansaço, era só escolher um canto e ficar, observando o congestionado tráfego de pessoas e as atrações não musicais de um festival desse porte.
Até os primeiros minutos após as 21 horas, quando o Metallica subiu ao palco. Para o mar de camisas pretas que se perdia na imensidão do Palco Skol e avançava sobre os barrancos foi o momento de glória do festival.
Metallica
Um show que mesclou experiência, maturidade, profissionalismo e o que mais se espera da banda: um heavy metal puro, capaz de manter a turba em plena sintonia. E pulando com as músicas, algumas do novo disco Hardwired… To Self-Destruct, como Hardwired, Atlas, Rise! e as clássicas Master of Puppets, Nothing Else Matters, Enter Sandman e Seek and Destroy.
E assim, fiz minha estreia no Lollapalloza. Não foi tão terrível como eu suspeitava antes. Mas, sinceramente, mantenho minhas convicções. Show ou festival, só com o mais puro rock’n roll, hard ou heavy.
Metallica