Marcos Valle teve sua estreia em 1963, e desde então, rolou uma metamorfose. Da bossa nova, o cantor percorreu a estrada do rock, jazz, pop e black music. Contudo, se tornou um “gênero” da música brasileira, do mesmo jeito que Jorge Ben e Milton Nascimento, com uma identidade própria.
Para quem se interessou nesta metamorfose, é só ouvir seu primeiro álbum Samba Demais (1963) e Vontade de Rever Você (1981). Marcos Valle passou pelos anos aproveitando totalmente tudo que a música pôde lhe oferecer.
Cinzento
Com Cinzento, seu novo álbum, Marcos se entregou de alma na criação de novo repertório. E trazendo Moreno Veloso, Bem Gil, Domenico Lancelloti e Kassin pautando as parcerias líricas.
Um dos destaques do álbum fica para Raros Rastros, parceria inédita com Zélia Duncan. Nada Existe chega com a melodia de Paulo Sergio Valle, seu irmão. E o samba também não ficou de fora, com Só Penso em Jazz, parceria com Jorge Vercillo.
A surpresa chega na faixa-título. A canção mostra o brilhantismo entre Valle e…Emicida. Isso mesmo, Emicida dá as caras no álbum, do mesmo jeito que fez com Tom Zé e Paulo Miklos. A primeira parceria segue a mesma risca de Reciclo, que abre o álbum. A parceria foi tão produtiva que Valle participou, como instrumentista, de Pequenas Alegrias da Vida Adulta, do álbum Amarelo, de Emicida.
Assim como há 57 anos, e como foi dito no início, Marcos Valle continua se reinventando e aproveitando.