Vencedora do grammy, a cantora e compositora Meghan Trainor embarcou em seu terceiro álbum de estúdio. Treat Myself conta com 15 faixas, várias colaborações e mescla de estilos.
O trabalho exigiu bastante tempo. Treat Myself está em composição e divulgação desde 2018, partindo do lançamento de seu primeiro single, No Excuses.
Algumas outras faixas também já haviam sido divulgadas. Entre elas, Nice to Meet Ya (com Nicki Minaj), Wave (junto a Mike Sabath), Genetics (com as Pussycat Dolls, que também estão de volta) e Evil Twin.
Entendendo a indústria atual
O processo para sua criação foi desgastante, já que Trainor não fez esse disco tão rápido. Foram muitas pesquisas e criações para chegar ao resultado final. Em entrevista à Billboard, ela comentou os incessantes desafios no trabalho.
“Eu escrevi quatro álbuns em material porque estava adaptando para o que está rolando na indústria musical. Eu entrei num lugar tão obscuro de ‘eu não sei como seguir todas essas regras’”.
O pop está diferente, e Trainor percebeu isso. A cena tem se transformado desde que ela surgiu inocente como dona do hit All About That Bass. Os singles de agora tinham que ser mais consistentes para conquistar o mínimo de destaque.
Tudo começa na própria tendência das letras. Em tempos de Lizzo e Ariana Grande falando em amor próprio, empoderamento e independência todos os dias, não dava mais para apostar nas fórmulas do início da década.
A demanda conceitual era outra, e Trainor abraçou a ideia. Quando começou a divulgação do novo álbum, sua equipe estava confiante sobre o lançamento de Let You Be Right.
Ela desconfiava, e de fato, o single não chegou nem ao Top 100 em sua estreia. “Essa merda estava errada”, disse, contrariando sua intuição quando escutou seus produtores.
Então, Meghan Trainor voltou à estaca zero. Quando enfrentou o sucesso de All About That Bass, a disseram que seria apenas mais uma one-hit wonder, uma artista que só emplaca um grande sucesso em toda sua carreira.
Ela focou nas composições e venceu o Grammy em 2016. Agora era a hora de provar seu valor novamente. E a pergunta da vez era: como tornar o pop relevante novamente?
Reformando o pop
Como resultado, ela abraça o pop contemporâneo, em constante mudança, com uma variedade de influências. Algumas canções, como No Excuses e Funk, resgatam beats a la Janelle Monáe, com forte presença instrumental.
“Eu ouvi opiniões estranhas de todo mundo, então eu continuei escrevendo as melhores canções que pude. Toda vez que eu conquistava um novo passo no mundo das composições, meu cérebro ia ‘Uhu, o resto do álbum precisa ser tão bom assim’”.
A cantora sequer lembrava quais músicas foram para a versão final, de tantas composições feitas. Ela definitivamente abandona o romantismo de seu álbum de estreia, que tem um abismo de diferença comparado a Treat Myself.
Faixas como Babygirl, Lie To Me, Blink e Another Opinion demarcam bem essa transição. Tanto vocalmente quanto em gênero e estilo, Meghan refresca sua discografia com um disco mais versátil, bem distante do esperado, mas divertido de ouvir.
“Eu nunca trabalhei tanto num álbum ou estive mais orgulhosa de minha música”, concluiu em sua entrevista. E todos os méritos são dela, depois de desafiar a si mesma e trabalhar tanto tempo na composição.
Meghan Trainor está prestes a se unir ao Maroon 5 para uma turnê conjunta pela América do Norte. Que comece a divulgação da nova era!
Ouça Treat Myself: