Junto com o tão sonhado fim de 2016, veio o desafio do Blog n’Roll: Listar os 5 álbuns que mais te marcaram no ano. Confesso que nunca fiz uma lista do gênero e ainda mais uma tão restrita. Então decidi me afastar, não acompanhar as listas das outras colunas (é possível que eu repita algum disco já citado por elas) e refletir sobre tudo o que ouvi este ano.
O desafio se mostrou muito maior do que imaginado quando percebi que só ando ouvindo discos de outros anos. Seja pelo investimento que ando fazendo na minha coleção de vinis de clássicos do rock, ou pelos materiais que muitas bandas me mandam, que na maioria das vezes já tem mais de um ano de lançado. A coisa estava cada vez mais sinistra pro meu lado, então decidi listar OS 5 ÁLBUNS DE 2016 QUE QUERO TER EM VINIL!
Eis o primeiro álbum que marcou meu ano: BLACKSTAR do DAVID BOWIE.
Sou fã do trabalho do Bowie desde que me entendo por gente. Este amor que vem lá da minha infância, quando meu pai me colocava para ouvir seus discos e ver seus dvds, assim como os dos Beatles, Rolling Stones, Deep Purple, Black Sabbath, The Who… Digamos que eu gosto de Bowie desde que gosto de música.
Quando o ano começou, estava alucinada, contando os minutos para o lançamento do disco novo dele. Quando saiu o clipe de “Lazarus”, assisti umas 20 vezes. Tudo estava perfeito.
Em coisa de 2 dias acordei com a notícia da morte de Bowie. Chorei copiosamente por 2 dias. Passei o ano todo sem poder ouvir o disco. Não conseguia.
Quando o fim do ano chegou, decidi ouví-lo de novo, na íntegra. O disco é absolutamente emocional, cheio de nuances que só pegamos depois de descobrir que Bowie estava prestes a morrer, uma despedida melancólica e poética. Um jeito lindo de dizer adeus.
Mais ou menos na mesma época, o LEMONADE da BEYONCÉ caiu como uma bomba no mundo todo!
Primeiro, pelo trabalho estupidamente lindo do seu “álbum-longa-metragem”, onde todos os clipes lançados em sequência ilustram e dão o tom às críticas sobre racismo, machismo e a tão polêmica traição que Beonça (como eu carinhosamente a chamo) disse ter sofrido de seu marido, o rapper Jay Z. Depois por todo o estrondo que este disco fez seja na apresentação de “Formation” no Superbowl, fazendo uma ode aos Panteras Negras. O hit depois virou um dos hinos do movimento Black Lives Matter.
O álbum está aqui listado pelo simples fato de que fez o mundo enfim se lembrar que Bey É NEGRA, É FEMINISTA E NÃO É BAGUNÇA!
Aliás, vale dizer que minha faixa preferida é “Don’t Hurt Yourself” com a participação fundamental de Jack White. DEMAIS!
Em março, outro medalhão do rock mundial lançou um trabalho novo que chacoalhou meu mundo: POST POP DEPRESSION do IGGY POP.
Particularmente, acho uma sacanagem dizer que o álbum é só do Iggy, quando a participação do Josh Homme (Queens Of The Stone Age) é tão marcante no resultado final do trabalho. MAAAAAS, como o Iggy é o Iggy e o resto é o resto, BOW DOWN TO IGGY!
É muito interessante o encaixe da voz de catacumba do Iggy com a sonoridade moderna das faixas. Esse casamento dá um ar obscuro para o disco, muito próximo do post-punk, mas sem nos levar de volta no tempo. Um trabalho contemporâneo e marcante que, na minha opinião, não teve o destaque merecido da mídia.
Na dúvida, vou indicar duas faixas: “Gardenia” e “Break Into Your Heart”
Junho trouxe outro disco que eu esperava muito: GETAWAY do RED HOT CHILI PEPPERS.
Como fã de longa data do trabalho dos Chili Peppers, costumo esperar ansiosa por qualquer lançamento deles. Desta vez, confesso que esperei apreensiva. Os caras não só não iam mais trabalhar com o Rick Rubin, como já haviam anunciado que a produção seria do Danger Mouse e eu não estava sabendo nem o que esperar. Apesar de ter gostado muito do disco anterior, o “I’m With You”, admito que não foi o álbum mais coeso da banda, não teve as graças da mídia e não foi aquele sucesso todo com o público.
Mas junho chegou e eles lançaram o primeiro single de Getaway, “Dark Necessities” e eu pude respirar aliviada. De fato a banda parece renovada sob a batuta de Danger Mouse. Josh Klinghoffer está mais em casa e, cá entre nós, um disco com participação de Elton John (que toca piano na faixa “Sick Love”) sempre há de ser maravilhoso!
Ma o que eu não esperava MEEEESMO era pela surpresa que novembro traria: HARDWIRED… TO SELF DESTRUCT do METALLICA.
Não sei nem por onde começar! Porque vindo de uma banda que é famosa por ter processado o Napster, não disponibilizava seus álbuns para streaming, já chegou até a processar uma banda cover… eu não esperava que eles fossem “fazer a Beyoncé” e lançar o disco completo com os clipes de todas as faixas em um super ação de marketing, voltada para o público de streaming. Os caras passaram uma madrugada lançando um clipe a cada 2 horas, fazendo com que nenhum metaleiro no planeta dormisse!
QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ, HEIN METALLICA?!
Mas o disco está nesta lista por outro motivo, que chamo sarcasticamente: O RETORNO DE KILL’EM ALL!
É maravilhoso ver o Metallica voltando à sua sonoridade do início da carreira! Muito pesado, rápido, sujo, extremo e viceral. TRASHEIRA TOTAL!
Desde seu lançamento, escuto este álbum todos os dias. SÉRIO. Meus vizinhos devem até estar acostumados a esta altura! E aparentemente não sou só eu. O disco ficou em primeiro lugar das paradas de quase 60 países. Ou seja, O MUNDO QUER É ROCK PESADO!
Até queria indicar uma faixa só, mas ando apaixonada na trinca: “Hardwired…To Self-Destruct”, “Atlas Rise” e “Moth Into The Flame”.
E aí? O que acharam da lista?
Mandem seus comentários! Continuem mandando também o material das bandas de vocês ou sugestões de bandas que vocês gostariam de ver aqui no Microfonia!
FELIZ ANO NOVO, GALERA!
PODE VIR 2017!!