Decidi escrever a #EntreCaboseAmplis porque entre eles existem pessoas, sonhos, vidas, histórias e um universo cheio de arte. E falando de arte, tenho ficado um tanto sem playlist, mesmo em era de streaming musical. Acontece que nem toda música é arte, mas deveria ser.
Infelizmente, por consequência do imediatismo que a internet trouxe para nós, os artistas parecem ter criado algoritmos que supõem que as pessoas vão curtir determinadas frequências, timbres, variáveis de notas, e isso está matando a criatividade e consequentemente a arte. Por isso volto a dizer que nem toda música é arte, mas toda arte é música.
Esse imediatismo do que estou falando tem matado a arte porque gera pouco espaço para o desenvolvimento artístico dos compositores das bandas – e isso era diferente certo tempo atrás.
Lembro-me de que quando comecei a consumir música de forma consciente, lá pelo ano 1995 ou 1996, o tempo das bandas criando e desenvolvendo material em estúdios era bem maior. A gente passava um super tempo esperando por novidades das bandas que gostávamos e isso gerava o que vou chamar de “ansiedade positiva”.
O imediatismo (tecla que estou batendo aqui) gera uma demanda muito diferente daquela dos anos 1990: hoje uma banda grava um disco e meses depois precisa lançar um EP ou um single, algo super inovador pra se “manter no mercado”. Para se manter sendo novidade e sendo ouvida. É que o vou chamar de “ansiedade negativa”.
Essa velocidade de criação, obviamente, fornece pouco tempo para que artistas realmente vivam novas experiências interessantes em suas vidas e transforme isso em arte, em música de verdade.
Eu sei. Você que lê a #EntreCaboseAmplis deve estar se perguntando o que isso tem a ver com equipamentos das bandas. Mas é como escrevi lá em cima: antes de guitarras caras, roupas de roqueiro, técnicas, timbres e qualquer outra coisa, vem a arte, a vida, a criatividade.
Desculpe pelo desapontamento de não falar tecnicamente hoje. Como vê, mesmo o “Descobertas da semana” do Spotify tem me desanimado nas últimas semanas. Então, se você tiver sugestões de bandas singulares e realmente artísticas para ouvir, é só colocar aí nos comentários. A saúde musical desse cara aqui agradece muito.