Recentemente, uma polêmica envolvendo o baterista do CPM22, Ricardo Japinha, resultou no afastamento do músico. O afastamento ocorreu na última quarta- feira (10), após uma conta no Twitter denominada ExposedEmo vazar prints do baterista conversando com uma fã de 16 anos. Conversa na qual, o baterista desfere elogios a menina e pergunta se ela já havia “feito amor”.
Durante a semana, a presente polêmica foi e continua sendo alvo de inúmeras discussões, assim, há quem defenda Japinha com a argumentação de que a menina estava sendo recíproca no bate-papo e existe um segundo grupo que assim como os demais integrantes da banda, se indigna com o fato ocorrido.
É possível entender que talvez, a primeira afirmativa seja um tanto inocente, imediatista, superficial ou descontextualizada. Pois relações no geral são complexas, e algumas características específicas em relações, intensificam e reforçam violências estruturais da nossa sociedade.
Basicamente, o patriarcalismo propõe uma hierarquia de gênero, revelando assim um cenário facilitado para agressões verbais, morais ou físicas. Se em relações entre idades aproximadas, essas relações de poder já colocam o Brasil como 5° em feminicídio, quando há uma discrepância etária, mais um fator hierárquico é acrescentado ao quadro de violências.
Pedofilia
Quando o indivíduo é menor de idade, o abismo é afunilado, colocando em cheque pautas como a fetichização e a tentativa de adultificação de meninas seja por seus corpos ou mentalidade, resultando no alarmante fato de que meninas possuem muito mais a possibilidade de serem mães antes dos 18 anos do que meninos serem pais.
Assim, por todos os dados expostos situações como a do baterista geram polêmica. Por mais que o ocorrido seja apenas uma conversa, existe toda uma situação social de vulnerabilidade. E são essas camadas mais profundas da discussão que precisam ser colocadas na mesa. É um direito que nossas meninas continuem sendo apenas vistas como meninas. Com seus ídolos, pôsteres na parede do quarto, com seus tênis All Star e livros do John Green no braço.