O Prefab Sprout surgiu como uma das várias bandas que nasceram com a ascensão do pós-punk entre o fim dos anos 1970 e o início da década de 1980. Formada em Durham, na Inglaterra, pelos irmãos Paddy e Martin McAloon, a banda traçou rumos que passam do The Cure ao The Clash, sempre com uma proposta sonora acessível – quase que ligada ao pop rock.
Um de seus vários registros em estúdio (são 12 discos lançados entre 1984 e 2013), Steve McQueen talvez seja o magnum opus do grupo. O trabalho foi lançado em 1985, com uma proposta que homenageia a América: começando pelo nome (clara referência ao consagrado ator norte-americano), passando pela capa, inspirada nos grandes road movies hollywoodianos dos anos 1960, até as letras e melodias – espasmos do rock n’ roll novaiorquino. É conhecido, por aqui, pelo nome de Two Wheels Good – por conta da discordância da família de McQueen em autorizar o nome em solo americano.
O grande destaque do disco fica por conta das letras de Paddy, que pra época podia ser visto como um Morrissey saudável mentalmente. Suas narrativas – sempre com base no estilo de vida norte americano e, por tabela, no conceito clássico do american dream – fluem construidamente no faixa-a-faixa, conversando com o ouvinte como quem conta uma história. Ênfase em Goodbye Lucille, Bonny e Faron Young, grandes sínteses desse conceito.
Sonoramente, o trabalho se alinha com aquilo que vinha sendo feito no post punk nos meados dos anos 1980, mas atinge um ponto fora da curva quando colocado como disco pop. Suas faixas são todas bem easy listening, e apostam em nuances populares para época. Um exemplo são os teclados atmosféricos (e contrastantes com grande parte do trabalho) na faixa Desire As – por sinal, um dos grandes momentos do disco.
Um excelente final de semana a todos!!!
