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Rapper Augusto Pakko foi capa da primeira edição da revista Boys Don´t Cry. (Foto: Brak)

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Produtor santista lança revista e discute masculinidade

O produtor musical santista Higor Carvalho, 24 anos, conhecido como Brak, idealizou e produziu a revista virtual Boys Don’t Cry. A primeira edição foi lançada nesse domingo (19) no Instagram da revista. Quatro modelos foram fotografados mostrando vulnerabilidade, feminilidade, fragilidade e outras emoções que geralmente “não são coisas de homens”. 

“Acho que como todo homem já passamos por coisas do tipo… Eu pelo menos escutei milhões de vezes que ‘homem não chora’ justamente por ter sido uma criança sentimental. Entre outras experiências me fizeram ter vontade de abordar esse tema”, confessa Brak

Ele explica que por meio da arte conseguiu retratar seus sentimentos. “A ideia surgiu de um sentimento guardado mesmo, algo que eu queria por pra fora, mas não sabia como. Então surgiu a ideia de transformar o sentimento em algo visual.O desenvolvimento fluiu bem naturalmente, já que se tratava de sentimentos reais, não precisei forçar nada, apenas me concedi a ‘permissão’ de expor”.

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https://www.instagram.com/p/B_Ld7umByoK/

O rapper Augusto Pakko foi capa da revista, além de atuar também como redator. Ele vê a experiência como forma de válvula de escape para abordar a questão masculinidade.

“Foi uma honra participar. Ainda mais sendo capa, porque a primeira coisa que as pessoas vão ver antes de passar para a próxima foto sou eu. É um local de representatividade muito grande. E é um tema que vem vindo na minha vivência como uma desconstrução constante. Cresci dentro do padrão social, estrutural, onde eu tinha que negar meus sentimentos, ser duro como uma pedra, entre outras coisas. Falar sobre esse assunto foi uma forma de válvula de escape”Augusto Pakko

Masculinidade reflete nas relações

Pakko acredita que a imposição da masculinidade afeta de certa forma todas as relações dos homens.

“Parece que demonstração de afeto é, por exemplo, tomar uma cerveja com seu parceiro. Geralmente você não fala eu te amo para ele, tem essas coisas. Essa dureza toda tem que ser rompida, temos que nos expressar! Falar que a gente gosta, que ama. Vai esperar acontecer o pior para expressar que realmente gosta daquela pessoa?!”.

Augusto Pakko afirma que a imposição da masculinidade afeta as relações dos homens. (Foto: Brak/Boys Don’t Cry)

“Quando você busca conhecimento, desconstrução, realmente consegue te tornar uma pessoa melhor. Achar um caminho que se torne menos preconceituoso, mais vivo, sentimental e liberto, porque o bagulho realmente traz uma liberdade. Você pode ser quem realmente é e as pessoas tem que aceitar isso. Não precisa de máscaras, não precisa se camuflar”. 

Modelos que retratam vivências

Para os demais modelos da primeira edição da revista Boys Dont´Cry a experiência foi muito positiva. O André Vila Nova da Cunha, de nome artístico Dre Vila, 25 anos, relata sua percepção sobre o processo. 

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“Participar da revista pra mim foi uma espécie de terapia. Além de nos dar liberdade de dizer coisas que tínhamos ‘engasgadas’ sobre ser homem, me ajudou bastante no que diz respeito a autoestima. Fizemos muitas fotos bonitas! Todas as pessoas envolvidas são amigas e tem convívios próximos, foi muito gratificante”.

“Queremos ver as pessoas livres”, afirma modelo Dre.(Foto Brak/Boys Don´t Cry)

A pose da solidão e autoestima

Para Marcos dos Santos, o Markovis, de 26 anos, falar sobre esse tema e de uma forma artística foi gratificante. Ele afirma que se identificou bastante quando foi abordado sobre a aparência e solidão dos homens.  

“Nunca tive essa aparência de ‘macho alfa’, barbudo, etc… Como cresci rodeado de mulheres e sem uma figura masculina, isso acrescentou ainda mais. Desde pequeno eu não tive essa noção básica de ser machão como a maioria. Até hoje sou tachado de esquisito, diferente e por aí vai”.

Marcos afirma que a masculinidade pode trazer problemas para os homens. (Foto:Brak/Boys Don´t Cry)

“Querendo ou não, esse lance de masculinidade vira uma bagunça dentro de você. Ao decorrer da minha vida entre adolescência e fase adulta, percebi o quão distante de noção de masculinidade estou comparado aos meus amigo. É meio complicado, isso pode acabar afetando sua cabeça”

Masculinidade tóxica

O modelo Rafael Sales, 22 anos, aponta para a importância dos homens lerem a revista para repensarem sobre a masculinidade tóxica.

“O tema pra mim foi ótimo, porque nós precisamos falar sobre isso. Abrir a mente de pessoas que tem a masculinidade de certa forma ‘tóxica’, absorverem o que foi escrito na revista”.

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Rafael acha que revista é importante para repensar masculinidade tóxica. (Foto:Brak/Boys Don’t Cry)

A revista virtual Boys Don’t Cry deve ganhar novas edições sobre outros temas. Veja a edição completa no Instagram

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