Nos anos 2000, o jovem Israel Feliciano, à época com 16 anos, dava seus primeiros passos na música, ao lado do grupo de rap Can KND. Vinte anos depois, o rapper Rael chega à segunda década no meio musical, com direito ao lançamento do disco Capim Cidreira, já disponível nas plataformas digitais.
“A ideia era fazer um disco produzido pelo Miranda – considerado um dos principais produtores do País – mas ele faleceu em março de 2018. A partir daí, assumi o compromisso de produzir o disco por conta própria”, revelou Rael.
Com isso, o cantor paulistano, hoje aos 36, teve de montar todo o seu estúdio, o Horta. Através dele, se conectou à natureza, recordou dos chás que sua avó costumava fazer e, por fim, descobriu os poderes medicinais do capim cidreira. Ademais, a junção de cada um desses fatores deu origem ao nome de seu novo disco.
Apesar de estar relacionado a fatos pessoais, Rael garante que o disco não deve assustar seus fãs. “Assim como os anteriores, ele também aborda questões ligadas ao amor e à natureza”.
Rael na África
Em março, o cantor lançou o clipe de Flor de Aruanda, uma das dez canções presentes em Capim Cidreira. Em seis meses de exibição, o vídeo alcançou a expressiva marca de 2,5 milhões de visualizações.
“Durante o processo de gravação, passei por lugares como Luanda, Zimbábue e Tanzânia. Posso dizer que o contato com essa cultura me aproximou do afrofusion, gênero que está sendo explorado na África”, explicou.
De acordo com ele, isso justifica a influência africana no projeto, assim como a presença de estilos brasileiros e jamaicanos.
A turnê desse novo projeto está prevista para começar entre o final de outubro e o início de novembro. “Gostaria, até mesmo, de levá-la a Santos. Faz um tempo que não me apresento na cidade”, relembrou. O último show do paulistano na Baixada Santista ocorreu em fevereiro, no Sesc Bertioga.
20 anos de música
Poucos cantores são capazes de se manter em alto nível por um longo período de tempo. Para felicidade dos fãs, Rael está nesse seleto grupo de artistas.
Com passagens pelos grupos Can KND e Pentágono, o paulistano se lançou em carreira solo em 2010 e, desde então, colhe os frutos do seu talento.
“Alcançar essa marca valorizando aquilo que eu sempre incentivei é incrível”, destacou, ao apontar as diferentes fases do rap que passou ao longo de toda a sua trajetória.
E apesar de uma carreira extensa, Rael continua tirando aprendizado de suas experiências. “Esse ano aprendi que temos que passar por diferentes fases da vida. Às vezes elas vão ser mais escuras, às vezes mais claras”, pontuou. “No fim, tudo isso me ajudou para um maior autoconhecimento”.