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Refused apresenta a agressiva Blood Red

O Refused continua vivo. A banda sueca anunciou recentemente o lançamento do álbum War Music e nesta sexta-feira (2) revelou o single completo de Blood Red. Sem dúvidas, a agressividade sonora dos primeiros anos parece estar de volta.

De acordo com a banda, eles sentiram falta de uma energia a mais nas apresentações da turnê do seu último álbum, Freedom (2015). Então, durante uma jam na passagem de som de um dos shows, surgiu o riff de Blood Red. E, como consequência, a vontade de criar um álbum mais enérgico para eles e para os fãs.

Em relação ao álbum War Music, o Refused retorna às suas raízes políticas com um discurso anticapitalista. Pelo menos é o que a banda transparece no discurso sobre a nova fase da carreira. Desta maneira, eles defendem uma democracia direta e distribuição igualitária de recursos.

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“Nós acreditamos no ditado marxista ‘De cada um de acordo com a capacidade, para cada um de acordo com a necessidade’. Isso está no nosso pé de apoio, nas nossas costas encostadas na parede e cercados de inimigos”, destaca a mensagem no Instagram.

Vale lembrar que War Music não será o único lançamento do Refused nos próximos meses. Os suecos foram convidados para participar da trilha sonora do jogo Cyberpunk 2077 e vão dar vida a banda fictícia Samurai. Saiba mais clicando aqui.

Refused: um breve guia

O Refused surgiu no começo de 1991 em Umea, cidade no nordeste da Suécia. Inspirados pelo punk rock e hardcore combinados por diversas pautas políticas, o grupo lançou os álbuns This Just Might Be the Truth em 1994 e Songs to Fan the Flames of Discontent em 1996.

No seu segundo trabalho, o grupo utilizou um fanzine dentro do encarte para explicar e propagar suas ideias políticas. Ao mesmo tempo, a banda parecia se encaminhar para o som próximo ao “metallic hardcore”, uma fusão do metal extremo com o hardcore. No entanto, isso mudaria em breve.

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The Shape of Punk to Come

Em 1998, o Refused lançou o seu mais famoso álbum: The Shape of Punk to Come. Com 12 faixas, a banda incorporou ao seu som elementos de música eletrônica, jazz e música ambiente. Além de incluir diversos samples de cenas de filmes como Apocalypse Now (1979) e álbuns de jazz e r&b dos anos 1950.

Na realidade, a intenção era desafiar e quebrar os próprios paradigmas do punk rock. Curiosamente, na época do seu lançamento, o álbum foi um fracasso comercial e de crítica. Muitos fãs e críticos não conseguiram acompanhar a evolução musical da banda.

Para complicar mais, a turnê de divulgação do álbum foi bastante conturbada. Por exemplo, metades das datas foram canceladas no meio da viagem pelos Estados Unidos e a última apresentação foi interrompida pela polícia após quatro músicas. 

Então, o Refused decidiu encerrar sua carreira. Intitulada Refused Are Fucking Dead, uma carta aberta divulgada no site da gravadora sueca Burning Heart expôs diversos problemas internos. Principalmente, os constantes conflitos entre o vocalista Dennis Lyxzén e o resto dos músicos da banda.

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Refused Are Fucking Dead

Surpreendentemente, um ano após do lançamento de The Shape of Punk to Come e o fim do Refused, o número de vendas do álbum cresceu. Ao mesmo tempo, diversos artistas passaram a reverenciar o trabalho e citar a banda como influência.

Em 1998, Dennis Lyxzén criou o The (International) Noise Conspiracy. A banda conquistou um relativo sucesso comercial, com uma sonoridade mais pop e singles com títulos provocadores como Capitalism Stole My Virginity. No entanto, muitos críticos ainda o citavam como “a banda do ex-vocalista do Refused”.

Ao longo do início dos anos 2000, os membros da banda se dedicavam a outros projetos como TEXT, Final Exit e AC4. Em 2010, surgiram rumores da possível volta da banda por conta do relançamento de The Shape of Punk to Come e a estreia do documentário Refused Are Fucking Dead. Porém, a reunião foi negada por Dennis.

Freedom

O que era um sonho distante se tornou verdade apenas em 2012. O Refused retornou às atividades e participou de uma série de grandes festivais. Por exemplo, eles foram headliner do Groezrock na Bélgica e esteve no lineup do Coachella Festival e Download Festival.

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Pouco depois das apresentações daquele ano, a banda deixou claro que foi apenas uma reunião pontual. Porém, em 2014 a banda se reuniu novamente para participar de outros grandes festivais europeus e americanos. Então, logo os rumores de um novo álbum começaram a vir à tona.

Assim, o Refused anunciou o álbum de inéditas Freedom em 2015. Apesar de não ter o mesmo peso sonoro do clássico The Shape of Punk to Come, o material se destaca por abordar temas políticos como a violenta colonização francesa do Congo (Françafrique).

Sem dúvidas, os dois últimos álbuns são fundamentais para compreender a importância do Refused para a música. Seja em aspectos musicais ou políticos. Então, convido você a apreciar essas duas pérolas do rock sueco.

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