A cena surf brasileira está em um excelente momento. São quase 100 bandas ativas em todo o país, tocando na rua ou em festivais e que nos brindaram com 15 lançamentos no ano de 2017. Temos desde bandas com mais de dez anos de estrada até nomes que lançaram seu primeiro trabalho no último ano, além de grupos novos com pessoas calejadas da cena. O intercâmbio também continua forte. Várias bandas de lugares diferentes abriram as portas de suas casas para receber músicos de outros estados. A facilidade das redes sociais deixa todo mundo mais próximo, mesmo com milhares de quilômetros no meio.

Quem abriu o ano com um baita lançamento e uma rede de contato de fazer inveja foi o Light Strucks. Eles lançaram seu trabalho de estreia em CD e LP pela Reverb Brasil Records, Esta Noite Encarnarei No Teu Compacto, logo no início do ano e saíram em uma turnê que passou por nada menos do que 26 cidades, de Uberlândia (MG) até o Uruguai, fazendo shows por todo o caminho.

Cartaz da turnê européia do Mullet Monster Mafia

Cartaz da turnê européia dos Kigargoolas

Quem também se aventurou pra fora do país foram os veteranos do The Mullet Monster Mafia, de Piracicaba, que fizeram sua quarta tour pela Europa passando por 23 cidades, tocando com bandas como Bad Religion e The Hellacopters. Os Kingargoolas também se aventuraram do lado de lá do Atlântico em sua primeira tour pelo velho continente, culminando com um show no Surfer Joe Summer Festival, o mais importante festival do estilo do mundo. Os Brutus, de São Paulo, por sua vez fizeram a segunda tour argentina para divulgar seu single Samoa, também lançado no ano passado. Quem fez o caminho inverso foram Los Protones, de Lima (Peru), que fizeram uma tour por aqui em fevereiro.

Ainda entre os lançamentos tivemos Surfadelic Dreams, primeiro EP do Paquetá, de Canoas (RS). O lançamento em K7 de Summer on Mars, terceiro trabalho da piauiense Aloha Haole. The Pulltones, de Leme (SP), lançaram Storm Fisherman, seu primeiro CD oficial pela Baratos Afins. Já o Terremotor, de Umuarama (PR) fizeram sua estreia pela Reverb Brasil Records e já preparam um lançamento de um novo single pelo selo americano Otitis Media. Os Gatunos, de Brasília lançaram um  EP de 7” pela Lombra Records no fim de ano.

Várias bandas lançaram seus trabalhos somente no formato digital. Hitchcocks, de São Paulo, lançou um EP de quatro músicas pelo selo Latitude Zero Records. Surf Aliens lançou seu segundo trabalho, Coquetel AnunnakiThe Old Jack, de Pindamonhangaba (SP), e Repelente de Tubarão, de Belém (PA), fizeram suas estreias. Sexo On the Gruta, de Delmiro Gouveia (AL), lançou Pororoca’s Rithms, assim como os Ted Boys Marinos, de São Paulo,  que finalmente lançaram seu primeiro EP, Bikini Beach. The Raulis, de Recife, também lançaram seu segundo trabalho na rede este ano.

O último lançamento do ano foi a coletânea Beach, Butts, Burgers and Beers – A Tribute to The Dead Rocks, que também saiu pela Reverb Brasil Records e recebeu o prêmio Gremmy Awards de melhor coletânea surf de 2017. O Gremmy Awards é uma premiação criada pelo Storm Surge of the Reverb, que é um site/programa de rádio de New Orleans dedicado à surf music. Além do tributo aos Dead Rocks, a arte do CD de estreia do Terremotor foi premiada e os Light Strucks levaram uma menção honrosa na categoria Rad e na de melhor arte.

 2018 também promete uma série de lançamentos e tours. O CD do Ivan Motosserra que conseguiu ser financiado em um projeto

Cartaz da turnê brasileira do Dirty Fuse

de crowdfunding não deve demorar para sair. Beach Combers também se preparam para lançar um novo disco em CD, LP e K7. O compacto Surf’n’Cachaça do Terremotor está previsto para fevereiro. E em janeiro receberemos a banda grega Dirty Fuse para uma turnê pelo interior de São Paulo.

Siga os links, ouça os sons, compartilhe, compre os discos, vá aos shows que o momento está excepcional! Que as ondas continuem assim por muitos anos!