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Retrovisor #02 – Labirinto lança segundo álbum com ousadas doses de experimentalismo

As texturas sonoras dos paulistanos do Labirinto ganham novo capítulo com Gehenna. O segundo disco de estúdio do grupo brasileiro de post-rock aposta pesado no experimentalismo. Com produção de Billy Anderson – que já assinou trabalhos de Sleep, High on Fire, Ratos de Porão, Orange Goblin e Acid King –, as dez faixas do trabalho conduzem por camadas e densas texturas harmônicas.

O registro em formatos digital e físico já está disponível para os fãs. E a banda promete para breve edição especial em vinil duplo.

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Somados mais de 11 anos de estrada, o grupo paulistano chega a seu oitavo álbum lançado, entre EPs, discos, coletâneas e singles. Som sem rótulos, o atual trabalho explora “imagens” sonoras. E ganham vida nas apresentações ao vivo, por meio de projeções compiladas em telões. Deleite sonoro-visual.

Enoch, primeiro single do novo álbum dos paulistanos

Similar à obra do deus grego Dédalo, o disco carrega densas texturas e dinâmicas em catarses sonoras inimagináveis. O trabalho chancela o grupo com o status de ser um dos maiores representantes do gênero no País. E deixa clara a experiência da trupe, que já tocou nos principais festivais dos EUA e Canadá (como o SXSW e o NXNW).

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O disco faz uma mistura interessante entre o sutil e o pesado, com pitadas de melodias repletas de referências vindas do Oriente Médio e riffs de guitarra densos.  O resultado é um clima experimental, que abusa do (new) progressivo e breves pitadas de jazz com muita, mas muita, distorção de guitarra e a sutileza de violino e violoncelo.

Um dos destaques do álbum é a colaboração com o belga Mathieu Vandekerckhove, guitarrista do Amenra, Syndrome e Kingdom. Ele compôs a canção Locrus em parceria com os integrantes do Labirinto. A faixa tem belas linhas de guitarra e sintetizadores. E dá certa calmaria ao trabalho, após muita porrada auditiva. A breve pausa termina nas percussões tribais e guitarras rasgadas.

Apresentação ao vivo do Labirinto, registro de 2014.

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Destaques também para a bela Aludra e a furiosa Enoch. A primeira é uma espécie de balada progressiva, com arranjo de cordas de arrepiar e guitarras melancólicas. Beleza idílica que contrasta com várias partes do álbum.

Já a segunda faixa é rápida, direta e intrincada.  A canção ganhou clipe dirigido por Muriel Curi, baterista da banda. O vídeo é composto por imagens de passeadas favoráveis à intervenção militar e violentas repressões policiais em protestos desde a década de 1960.

O ponto alto é a canção Aung Suu, escrita em homenagem à ativista política, Aung San Suu Kyi. Ela ganhou em 1991 o Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o regime militar da Birmânia. Densa, a faixa alterna partes extremamente etéreas e outras camadas ásperas. E, como boa parte da obra, representa a dualidade entre o sagrado e o profano. Som para saborear com calma.

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