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Servo R é de São Vicente e busca levar a palavra com Rap Cristão

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Rima também é louvor: rapper Servo R leva palavra de Deus para futuras gerações

No rap há muitos anos, Renato Augusto Alves da Silva, o Servo R, leva a palavra de Deus na sua música. Ele faz isso para atingir as futuras gerações ou melhor dizendo “a molecadinha” como o próprio se refere.

“Quando eu era jovem e adolescente achava a igreja meio chata, as missas, os cultos. Mas eu ia, fiz primeira comunhão, todos esses processos. Acabei indo para as drogas, bebia muito, enfim. Mas quando me converti e escutei raps como Juízo Final, Apocalipse 16, DJ Alpiste, pensei: achava que na igreja não tinha rap ou outros ritmos. Achava que a igreja era quadrada, só tinha adoração, louvor, hino da harpa. Penso que se serviu pra mim, pode servir para essa geração”. 

Servo R ficou 17 anos no grupo Sacerdotes MC´S

Morador de São Vicente, na região do Humaitá, o rapper, de 47 anos, já integrou o grupo Novos Mc´s. Posteriormente, nos anos 2000 integrou o Sacertodes MC´S, no qual ficou por 17 anos, fazendo muito sucesso na Baixada Santista e no Brasil.

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A missão continua

Em carreira solo, Servo R também continua na missão de levar a palavra. Fazer a  “junção entre o cristianismo, o rap e as histórias de pessoas que passaram por situações adversas no mundo. A mensagem é de salvação, de libertação. Eu entendo que nosso papel não é fazer críticas. O nosso papel é tentar mostrar a solução para alguns. Se de dez, dois se salvarem, eu tô no lucro”, explica.

Para ele, a união de levar a palavra de Deus com o rap é uma ótima estratégia para chamar atenção dos jovens e adolescentes para a igreja.

“Jesus sempre está dando estratégias diferentes. E o rap é uma estratégia para falar a linguagem da rapaziada e fazer com que essa molecada entenda que dá pra curtir o rap, tirar uma onda servindo a Deus também”.Servo R

Além de um atrativo para os jovens, Servo R vê o rap na igreja como forma de conscientização.”A real é que tem muita gente na igreja que não está na igreja, entende? Existem pessoas que estão dentro da igreja, mas estão matando vida com palavras, forma de agir, jeito de ser. Então, o rap dentro da igreja eu levo dessa forma, como conscientização.

Eternizar histórias

No rap, Servo R também entendeu que tem o poder de eternizar histórias. Uma delas, foi a de mulheres do Instituto Neo Mama, de Santos, na música e clipe de Espera em Deus. A ideia surgiu após ele assistir uma matéria na TV Tribuna sobre o calendário anual que as mulheres do instituto fazem. 

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“A entrevistada deixa uma mensagem de estar feliz por fazer o calendário, mas sem trabalho e sem marido. Fiquei com um ponto de interrogação: por que sem marido e sem trabalho? Foi aí que comecei a pesquisar e conheci a Gilse. Ela traz essa triste estatística, que quando a mulher tem câncer de mama, o marido acaba abandonando e muitas vezes ela perde o trabalho. Fizemos essa música porque essas mulheres precisavam gritar”. 

A partir daí, Servo R convidou as mulheres do Instituto. A protagonista foi a Regina, juntaram a história dela com a de outras mulheres e nasceu a música.”Meses depois a gente veio perder a Regina, muito triste fiquei. Mas ouvi de alguém que eu tinha eternizado em clipe e música a história de mulheres que sofrem com câncer de mama”.

Fazer rap é muito mais que música

O currículo de Renato na atuação em prol da comunidade é extenso. E uma de suas ações é ir a Fundação Casa quando é convidado para bater um papo com a “molecada”. Atualmente, não está frequentando as unidades devido a pandemia de Covid-19. Mas afirma que vai sempre que é chamado. 

“É gratificante quando você encontra um jovem que te ouviu e te entendeu. Sabe que o cara está bem, trabalhando, com outra percepção ou em uma igreja porque entendeu a mensagem que foi passada para ele. Para mim, é uma missão estar dentro da Fundação Casa, nas escolas para falar sobre suicídio, de todas essas questões. O jovem antes tinha os pais dentro de casa educando, no caso a mãe. Hoje, não tem mais ninguém. Então, o tráfico educa, o cara que tá na rua educa e assim sucessivamente. Qualquer oportunidade que tenho de levar a palavra é top de linha!”. 

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Respeita os old school

Com muitos anos de caminhada no rap, Renato dá um conselho para a nova geração. Para que a “molecadinha” respeite quem é do Old School. “Muitas pessoas me pedem para fazer trap, a molecadinha nova principalmente. A gente entende e respeita todos os novos braços. Mas espero que essa rapaziada comece a respeitar os old school, quem começou lá atrás, porque se não tivesse essa rapaziada, não existiria o trap hoje”.

“Cada um tem seu estilo, jeito de cantar, jeito de mandar rima, se expressar em suas letras. Mas o que tem que haver é essa base do respeito. Eu faço da minha forma, o cara que faz old school faz da forma dele. Eu respeito o seu espaço, tu respeita o meu espaço. Eu respeito tua rima, tu respeita minha rima. Falo isso para que essa molecada nova chegue respeitando”.Servo R

Servo R pede respeito aos Old School

Para dar uma ajudinha, Renato manda uma lista de artistas do Old School que merecem ser lembrados, escutados e lógico, respeitados: Fat Boys; James Brown; Curtis Brow; Eick B0; NWA; Ice Cube; MC Ren; Izy -E; Dr Dre.


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