Rock On # 1 – Streaming: a modernidade chegou em casa

Rock On # 1 – Streaming: a modernidade chegou em casa

ALEXANDRE SALDANHA

Bem vindos ao Rock on!, minha coluna no Blog n’ Roll! Pra quem não me conhece, me chamo Alexandre Saldanha e sou guitarrista das bandas Reverendo Frankenstein e Varsóvia. Já escrevi no Portal Rock Press, no jornal Correio Musical e até aqui no Blog n’ Roll! Também já traduzi três livros pra Edições Ideal (Na Estrada com os Ramones, Dead Kennedys: Fresh Fruit For Rotting Vegetables [os primeiros anos] e Meu Apetite por Destruição, Sexo, Drogas e Guns n’ Roses). Quinzenalmente, vou escrever neste espaço sobre música, Ramones e tudo relacionado a essas duas coisas.

Antes de ler o post, dá play nessa playlist:

É verdade, assumo, estou atrasado. Demorei muito para entrar nesse mundo. Por sugestão da minha mulher, há pouco mais de um mês me tornei assinante do Spotify e uma nova porta se abriu na minha vida. Comecei a comprar discos há mais de 20 anos. E, de lá pra cá, muita coisa mudou.

Vinil, fita cassete (gravada do rádio ou de discos de amigos), CD, downloads, YouTube… e agora o streaming. Com todas essas opções disponíveis, sempre adiei a assinatura, ainda mais considerando a qualidade do serviço gratuito. Mas por R$ 14,90 por mês, resolvi experimentar. Existem outros serviços similares, como o Deezer e os finados Rdio e Grooveshark.

Na era dos discos físicos e mesmo nos downloads ilegais, o trabalho era muito mais difícil conseguir aquele disco clássico ou uma novidade fresquinha. Agora, você vai direto na fonte e encontra discos de estúdio (nem todos, infelizmente), singles, coletâneas, covers, gravações ao vivo, demos… Agora está tudo bem ali, só procurar.

Um exemplo: acompanho os Autoramas desde o início, antes de Stress, Depressão & Síndrome do Pânico (2000) e tenho todos os discos de estúdio e alguns singles e coletâneas. Mas fui procurar no Spotify e apareceram todos os discos que eles lançaram nos últimos 16 anos. O que eu fiz? Coloquei todos eles para tocar na ordem – coisa que eu nunca faço, mesmo tendo a maioria deles em casa. É legal ver a evolução da banda, as mudanças de formação, a qualidade da gravação…

O streaming também é ótimo para relembrar aquela banda esquecida (e conhecer o que ela está fazendo atualmente – escute Victim of Me, a nova dos Descendents, ou Um Chagga Lagga do Pixies), rever preconceitos do passado (vinte anos depois, sem a cabeça fechada de um headbanger adolescente, achei o Roots do Sepultura muito bom! O Load do Metallica é melhor do que eu lembrava, mas continua sendo fraco).

É também um bom caminho pra sair do básico. Por que ficar só em Big Women se o GBH tem um excelente disco Perfume and Piss, de 2010? E ainda tem as rádios e as playlists que ainda não explorei. Isso fica pra uma próxima fase.

Spotify