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Romper Stomper #24 – O Ano que a Música Salvou Minha Vida (Outra Vez)

Normalmente você costuma ler a Romper Stomper às Quartas, mas devido a um mini Apocalipse que aconteceu na minha cidade na Terça Feira, fiquei 26 horas sem energia, internet, video-cassete e os carro loco. Inicialmente iria falar sobre tudo que eu odeio no Natal, final de ano e as hipocrisias que cercam essas datas. Depois ocorreu o episódio da Clarice Falcão, e a internet começou a se matar (pra variar), e iria dar meu parecer à respeito. Mas além do assunto já ser substituído pela nova pauta do Vin Diesel, parei pra pensar: “porra, aconteceu tanta coisa legal esse ano, pra que no meu último texto de 2016 eu deveria abordar esse tipo de assunto?”. Resolvi então falar sobre o que eu acompanhei em 2016, em um contexto geral, e claro, prestar uma homenagem a quem fez 2016 um ano bem legal para mim.

Red Hot Chili Peppers – Wet Sand:

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2016 foi um ano muito turbulento para mim, mas agora nos 45 do segundo tempo, tenho a noção de que foi um ciclo de renovação, plantar para colher lá na frente. Comecei o ano largando um emprego que eu me mantinha refém e estava deteriorando minha saúde física e mental. Estava lá por 2 anos, ganhava razoavelmente bem, mas não conseguia mais suportar levantar e viajar 2 horas e meia todos os dias para fazer o que eu tinha que fazer, mas eu não conseguia ter forças para largar aquilo, pois tinha certa dependência financeira. Nessa época estava escutando muito Red Hot Chili Peppers, lendo muito sobre eles, em especial sobre o John Frusciante. Considero John um cara muito sábio, apesar de ter metade do cérebro frito pelas drogas que usou, mas lendo uma entrevista em que ele dizia que deixou a banda pela segunda vez, no momento em que eles estavam mais lucrando foi a melhor decisão para seu espírito me encorajou a fazer o mesmo. Me senti abraçado pelo meu ídolo, algo como se ele tivesse falando “cara, vai lá, você também pode se safar dessa”, e quando John não pudesse “estar” lá, “Wet Sand”, “Hey, “Look On”, “A Firm Kick”, e outras músicas que me consolaram em diversos momentos difíceis.

John Frusciante – A Firm Kick:

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Devido ao stress acumulado nesse trampo, passei pra outro que eu acreditava ser menos ruim, e fui demitido desse outro, me fodi. Comecei a pensar a me dedicar mais à minha vida profissional (a remunerada), afinal, o meu trampo com o Music Wall exige muito do meu tempo, dedicação e principalmente concentração. Estava prestes a chegar a conclusão de que não tinha mais nada disso, comecei a largar o projeto, não postava mais nada e nem procurava mais algum assunto. Comecei a me encher de coisas fúteis, assuntos que não levavam a nada, até que um belo dia, em um desabafo com o Matheus Krempel (The Bombers/Reverendo Frankenstein) veio o convite de participar do Blog N’Roll. Como iria ser semanal, teria mais tempo para me organizar e fazer minhas coisas. Logo que entrei, conheci muita gente animada com tudo isso que vocês acompanham aqui todos os dias. O comprometimento e o entusiasmo do pessoal me motivou a por o Music Wall nos trilhos novamente e graças à todos, comecei a reavaliar o projeto e voltamos a produzir não somente as postagens diárias, como nos empenhamos a finalmente tirar nosso canal no YouTube do limbo. Funcionou, nossa postura mudou totalmente e hoje vejo como melhoramos profissionalmente, e tudo isso não seria possível sem a injeção de adrenalina que cada um da equipe do Blog me deu. E creio que essa letra do Matheus fale um pouco sobre isso.

The Bombers – I Would Do It Again:

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E por falar no canal do Music Wall, pra quem não sabe, a produção fica por conta da Slide Films, produtora independente tocada pelos meus amigos Paulo Filho Victor Steluto. A produtora surgiu no intuito de produzir videos para o meio musical, e eu sempre vivia falando “não, porque vou falar com ciclano, beltrano, pô vamo fazer algum clipe e blablabla”, não fazia nada e como a rotina dos dois é bem corrida, não acabava rolando nada também. Na virada do ano passado pra esse, em meio a uma bebedeira do caralho disse que nesse ano, gostaria de ver eles cumprindo com o objetivo de sua empreitada, e no final das contas, fico muito feliz de ver que eles tenham conseguido. Além de tirar poeira do que era o Music Wall, eles ainda conseguiram um crescimento extraordinário no Cozinha Mil Grau, e ainda ter um grande resultado no Fábrica de Mentes, dois projetos que só não falo mais, pois pode soar ainda mais merchand do trabalho dos meus amigos do que deve estar soando. Mas de fato, o que me deixou ainda mais feliz foi ver o resultado do clipe que tivemos a honra de produzir para os também parceiros do Statues On Fire. Demorou um pouco para sair, pois alguém (eu no caso) não sabia passar e explicar roteiro para a banda, mas o empenho de todos no geral, e a força que todos da banda nos deram (como sempre) se concluiu em um clipe FODA PRA CARALHO, com toda a modéstia do mundo, claro. E ter esse clipe exibido no dia do show de lançamento do disco deles (No Tomorrow), clipe da música que carrega o nome do álbum, em um Hangar 110 cheio aplaudindo ao final da exibição, foi realmente emocionante pra mim.

Os shows foram algo a parte. Não compareci em muitos esse ano, pois estava no centro dessa minha fase “não quero fazer nada da minha vida a não ser dormir”, mas os que eu presenciei, foram animais. Ir no aniversário do Muff Burn Grace, gravar uma entrevista sensacional com eles e de quebra ouvir as músicas novas foi sensacional, fiquei muito feliz pelo resultado do disco, pois estavam planejando durante muito tempo, e sei bem como é pros três sustentarem uma banda desse calibre. Finalmente ver o Mudhill ao vivo foi um prazer,  além de saber que são pessoas fenomenais, é uma das minhas bandas nacionais preferidas na atualidade, um som que eu escuto indo pro trampo, voltando do trampo, correndo, cozinhando e sempre que posso, mostro o som deles pra alguém. O Alex (FUSA Recs/Statues On Fire/Kacttus) salvou a tour dos alemães do Radio Havanna, fui a dois shows deles, um deles no meu aniversário, e foi sensacional ver uma tour que tinha de tudo pra dar errado, no final das contas dar super certo, com direito a publico comprando merch, tirando foto, agitando no show e pedindo autógrafo. O rolê mais doido que teve foi com os caras do Chá de Vênus e do Color For Shane (foto). Butequeira linda aqui em São Bernardo chamada Pixoca’s Bar, bebida barata, muita doidera e além de ver dois shows insanos bem na minha frente, degustei um drink sofisticado chamado menina veneno. O bar em questão, é esse nesse vídeo.

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Como disse, esse ano muita coisa aconteceu comigo, boas e ruins, e não tinha a menor noção que iria ter forças e muito menos ânimo para continuar. Não conseguiria de maneira alguma, isso se não fossem pessoas maravilhosas e loucas o suficiente pra me dar um tapa na cabeça e me fazer seguir em frente, e claro, a paixão, o magnetismo e a influência que essa porra de arte chamada música tem na minha vida. Se não fossem por esses dois motivos, acredito que já teria desistido a muito tempo, teria escutado meus familiares e teria feito uma faculdade qualquer pra emoldurar o diploma, colocar na parede e não usar pra mais nada. Então no final das contas só tenho a agradecer à todas essas pessoas, à todas as bandas que continuam tocando e principalmente à você que tem paciência suficiente para ler as asneiras que eu escrevo, vocês fizeram 2016 um ano muito bom para mim. Nos veremos em 2017, beijos do tio.

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