Romper Stomper #34 – Logan, a trilha sonora

Romper Stomper #34 – Logan, a trilha sonora

Não, não é engano. Aqui não é a coluna do Lupa Charleaux, e você não está brisando. E vamos falar de trilha sonora de um filme em específico, um filme que as pessoas falarão muito neste ano. Talvez não faça isso tão bem quanto meu amigo Lupa, mas vale a tentativa.

Ontem tive o prazer de assistir Logan, um filme que me causou um hype extremo, embora eu não seja uma pessoa que costuma a pegar o hype train sempre. O filme que encerra a participação de Hugh Jackman como Wolverine teve um apelo emocional muito forte, desde o seu anúncio, e principalmente quando o ator anunciou sua aposentadoria do manto do ranheta mais querido dos quadrinhos.

A trilha originalmente seria composta por Cliff Martinez (ex- Red Hot Chili Peppers), mas de última hora, o diretor James Mangold anunciou o nome de Marco Beltrami, que já havia trabalhado no segundo filme solo de Hugh Jackman como Wolverine.

A história não poderia ser outra, com roteiro inspirado na HQ Velho Logan do mestre Mark Millar, os feels dos fãs começaram a se exalar, e quando o trailer foi lançado, não teve um que não tivesse chorado.

Com Hurt, que foi originalmente composta por Trent Reznor , gravada por seu Nine Inch Nails e apresentada no trailer na famosa versão de Johnny Cash, o filme ganhou um significado ainda maior. Talvez seja a música que mais case com o personagem e o enredo do Logan envelhecido. A vontade de apagar o passado, a eterna fuga dos seus próprios fantasmas, e a falta de rumo estão presentes na composição, e tudo isso representa o contexto do personagem.


O filme conta com um misto de musicas contemporâneas e clássicas, que se fundem com as “fases” do roteiro. Começando de uma fase mais baladeira, com influências latinas, a trilha conta com artistas de iversas partes do mundo. Um deles é o uruguaio Santi Mostaffa, um rapper de descendência árabe que mistura influências musicais de seus antepassados com reggaeton.

Temos a participação de Baauer, produtor de Trap Music em acensão nos EUA. Com apenas 27 anos, o jovem DJ possui em seu currículo parcerias com The Prodigy No Doubt, além de ter produzido diversas trilhas para seriados e curta-metragens. Em Logan, Baauer aparece em uma parceria com a rapper TT The Artist em Make It Bang.

https://www.youtube.com/watch?v=9_B_AJOhJX0


Na fase mais western do filme, a cultura da música de raiz americana é explorada. Grandes nomes do country e do folk aparecem na película, entre eles, Jim Croce, artista que se tornou popular no país no inicio da década de 1970. Em Logan, Jim Croce aparece com I Got a Name, música que já havia aparecido em Django de Quentin Tarantinoe foi lançada um dia antes da morte do artista em 1973.

https://www.youtube.com/watch?v=hHVBzLGAIbU

Outro grande nome da música country que aparece é Grant-Lee Philips, multi instrumentista que sempre trabalhou como compositor contratado. Grant decidiu seguir em sua própria carreira em 2000, se tornando um dos principais nomes do gênero da última década. Aqui temos a participação do artista com Find My Way, lançada no disco The Narrows no ano passado.


Uma banda que merece destaque nessa trilha sonora, é a islandesa Kaleo. Formada em 2012 em uma cidade (Mosfellsbær) que nem sei pronunciar o nome, a banda tem influências de folk rock e blues, e participa do filme com duas músicas.

Essa última, Way Down We Go, sendo trilha do segundo trailer do filme, e responsável por colocar a banda no mapa do mundo da música, aparecendo nas séries Orange Is The New Black, Supergirl, no jogo FIFA 16, e chegando ao topo da Billboard canadense.


A trilha sonora é um dos elementos que faz de Logan um puta do filme, e na minha opinião, o melhor da categoria até hoje. Portanto se você está aí com a bocona aberta sem fazer nada, vai para o cinema agora e veja isso antes que você se arrependa.

Na semana que vem, o fim do choro do “ah Lollapalooza é um festival de banda que ninguém conhece”, pois o pai vai te apresentar boa parte delas chuchu.