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Romper Stomper #36 – O Bê a Bá do Celtic Punk

Em um final de semana de festa de São Patrício, padroeiro da Irlanda, não dá para ouvir outro tipo de som. Apesar da descendência irlandesa praticamente nula no Brasil, a intenção de beber canecas e canecas de chopp com umas flautas, gaita de fole, acordeon misturadas ao bom e velho punk rock é um ótimo programa com os amigos. Nessa data, o mais comum a se ouvir nos bares é o celtic punk, o único som possível.

O celtic punk é uma vertente que se popularizou e ganhou adeptos na metade da década passada. Embora grande parte do público conheça apenas Dropkick Murphys Flogging Molly, o que não há problema algum nisso já que as bandas foram as principais responsáveis pelo renascimento do estilo, o mesmo tem uma história muito mais profunda do que podemos imaginar, e com bandas que valem muito a pena se ouvir.

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Os grandões:

Começando da parte que todo mundo conhece, mas não menos importante. O Dropkick Muprhys iniciou sua carreira nos anos 1990 por Mike McColgan e Ken Casey. Os dois, que possuem a descendência irlandesa, morando em uma cidade extremamente influente pela cultura do país celta (no caso Boston), decidiram montar a banda que inserisse as características das músicas regionais do país de seus antepassados e o punk rock que tinham contato.

A banda chamou a atenção de Lars Frederikssen, do Rancid, que imediatamente os convocou para gravar o primeiro disco pela recém criada Hellcat Records, subsidiária da Epitaph Records. O disco em questão foi Do Or Die, o único com McColgan nos vocais, que mais tarde saiu da banda para se tornar bombeiro, sendo substituído por Al Barr do The Bruisers.

O sucesso da banda veio em 2005, no disco The Warrior’s Code, quando a faixa I’m Shipping Up To Boston sendo utilizada como trilha sonora do filme vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Filme, Os Infiltrados do mestre Martin Scorsese. Daí pra frente a banda deslanchou, encheu estádios e conquistou fãs pelo mundo todo, apareceu nos Simpsons e a porra toda.

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Apesar de terem alcançado um sucesso merecido e inegável, na minha humilde opinião, a banda acabou caindo na mesmice e até se afastou um pouco da música de raiz irlandesa, o que não quer dizer que a banda tenha ficado ruim, mas apenas chatice minha mesmo. Se você quer degustar da nata da música folk irlandesa, vai de Do Or Die que é sucesso.


Quem gravou primeiro?

No entanto, o Dropkick Murphys não inventou o celtic punk como muita gente pensa. O registro mais remoto que se tenha notícia de um formato aproximado, talvez seja o disco Joy, da banda escocesa The Skids, onde gravou com violinos, acordeons, bandolins, banjos e o instrumento que é marca registrada da cultura musical daquela região, o bodhrán. Não sabe o que é um bodhrán?

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Isso é um bodhrán.

E essa faixa está no disco Joy do The Skids.


Os pioneiros:

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Como deu para perceber, a brisa do Skids era mesmo tocar post punk, e seu experimentalismo (junto da banda) parou por ali. Posso estar errado, mas a primeira banda de celtic punk, de fato, foi o The Pogues. Formada no final dos anos 1970 por Shane MacGowanSpider Stacy, que se conheceram em um banheiro durante um show dos Ramones, em algum lugar de Londres. Os dois que possuem descendência irlandesa resolveram incorporar a música folk da terra verde com o punk que tanto amavam. O nome veio de Pogue Mahone, ou em bom irlandês póg mo thóin, que aportuguesando daria algo como “beije minha bunda”, ou um “vá se foder” mesmo.

Em 1991, MacGowan se afastou da banda por problemas com bebidas, e foi substituído por ninguém menos que Joe Strummer.


O Revival:

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Como mencionado, Dropkick Murphys foi um grande responsável por essa revitalização do celtic punk, mas nada disso seria possível sem a existência do Flogging Molly.

A banda que também se formou nos anos 1990 pelo genuinamente irlandês Dave King, sempre se destaca pelo seu carisma, shows enérgicos e suas caracterizações. O Flogging Molly, aliás, em contraponto ao próprio Dropkick Murphys, é a grande responsável pela temática, incluindo até apresentações de danças típicas em seus shows;

Outra banda que vale a pena lembrar é a irlandesa/australiana The Rumjacks, que chegou a fazer tour com nomes do naipe de UK SubsGBH entre outras. O que destaca do Rumjacks é que talvez seja a mais fiel banda da atualidade ao folk irlandês e ao street punk.

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O futuro:

Olha, não sei, não sou a Mãe Dinah e nem o Robério de Ogum, mas uma banda da nova geração do celtic punk que é bem legal, sem duvida nenhuma é o Skinny Lister (foto), da poderosíssima e sempre irreverente Lorna Thomas. A banda foi formada em 2009, em Londres, e flerta bastante com o lado pop da força.

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E no Brasil?:

Cara, se o Flogging Molly é de Los Angeles, uma cidade ensolarada e ta lá, né? Por que o Rio de Janeiro não pode nos proporcionar o Rats?

A banda lançou recentemente o EP homônimo pela Crasso Records e hasteia sua bandeira pelo país já faz algum tempo.

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Enfim, esse foi nosso especial celtic punk e espero que vocês tenham gostado. Semana que vem faremos um especial sobre uma banda que pisará pelas terras tupiniquins pela primeira vez, aka minha banda preferida, o Rancid.

PS: Não bebam chopp verde, é horrível.

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