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Sonata Sonido #04 – Tom Chaplin, do Keane, a sós: limpo e… tedioso

VINICIUS HOLANDA

Em agosto de 2006, quando lançou seu segundo álbum, o melancólico Under The Iron Sea, o Keane teve de cancelar a parte da turnê mundial que passaria pelos Estados Unidos. O vocalista Tom Chaplin, então aos 27 anos, havia sido internado numa clínica de reabilitação, em Londres, para tratar do vício em álcool e drogas. Dois meses depois, com o músico a postos novamente, a banda cumpriu a agenda de shows da América do Sul.

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Pois aquele frontman que impressionou as plateias de São Paulo e Rio de Janeiro à época, agora, não existe mais. Pelo menos é o que seu primeiro disco solo, The Wave, lançado no final do ano passado, faz questão de transparecer.

Dez anos depois, o inglês fez do trabalho autoral uma espécie de exorcismo do passado em que travava uma luta diária contra a cocaína, a bebida e a depressão, coquetel que deixou nítidos vestígios nas canções de seu grupo – armada indie que adentrou o mainstream e, por isso, nunca foi unanimidade na cena alternativa. Destino semelhante ao trilhado por Coldplay e Snow Patrol, também surgidos durante a segunda metade da década de 1990.

Engana-se, porém, quem achava que em sua estreia solo Chaplin optaria por uma sonoridade distante da praticada por sua banda original. The Wave traz uma sucessão de baladas, a maior parte apoiada em teclados – marca registrada do Keane, a cargo do cabeça do trio, Tim Rice-Oxley.

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À parte um ou outro momento pop mais inspirado, como Quicksand (que parece ter tomado emprestado um trecho da melodia de Ordinary World, do Duran Duran) e I Remember You, esta mais agitada, o trabalho fica muito aquém do que Chaplin já produziu no começo da carreira do Keane. Talvez o intuito do britânico tenha sido mesmo expurgar os fantasmas, como alguns versos de Hardened Heart atestam (I’m flying outta control/ Headlong into the ground/ And all the people that love me/ They never know if I’m up down or round). O nascimento do filho, há dois anos, pesou.

Sem surpresas, o álbum não vai servir para redimir a carreira do inglês frente aos detratores do Keane. Muito provavelmente a audiência ficará restrita aos já seguidores da banda. Se serve de consolo, o artista deve ter colocado para fora o que parecia estar engasgado.

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Colher de chá
Banda inglesa da mesma safra do Keane, o Embrace, que havia saído de cena, retomou as atividades há cinco anos. Com seis álbuns lançados, o quinteto também é adepto das baladas sentimentais e chorosas. Para quem gosta, o disco de estreia, The Good Will Out, é boa pedida: tem vários exemplares do gênero.

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