Cinquenta anos após se tornar uma das maiores surpresas do histórico Woodstock, seguindo uma carreira preenchida por mais de 30 álbuns, dez Grammys e se tornar referência para a música latina, Carlos Santana garante que as apresentações estão mais energéticas.
“Você não acreditaria quanta energia e vibração flui para fora de nossos corpos”.
Sem perder a essência, o guitarrista se joga de vez nas batidas, influências da música africana. Com letras em inglês, espanhol e iorubá, Santana é acompanhado pela cantora espanhola Buika.
Mesmo contendo 11 faixas, 49 músicas foram gravadas em dez dias (!!!!), com participações de inúmeros bateristas, percussionistas, pianistas, baixistas. Não pode-se dizer que Santana não tenha uma das bandas mais completas da história da música.
Sons da Africa
Santana demonstrou um maior interesse à uma viagem à Gana, onde cinco mulheres o chamaram e começaram a cantar cânticos recheados de “Ei, na na na Wa!”, característico da música africana.
Segundo o guitarrista, “a música africana tem o poder de transportá-lo além do tempo e fora da gravidade”.
Assim como seus últimos trabalhos, Africa Speaks é muito mais do que solos, ritmos. É o encontro de você com sua alma, “é uma conjuração divina e manifestação do vodu divino”.
Mesmo seguindo o mesmo caminho, Santana faz com que cada um de seus álbuns tenham uma pureza intocável. E Africa Speaks se torna tão novo e emblemático como sua obra
Acima de tudo, deve-se lembrar de abrir a mente ao ouvir. Deixe-se levar pelos solos de sua guitarra Paul Red Smith e a harmonia vocal de Buika, que dá um brilhantismo à mais.
O álbum não foi feito para ser ouvido em fones de ouvido. Sente-se à frente das caixas de som e seja atingido. Não há hits como Smooth ou Oye Como Va. Espiritualmente, o mesmo. Porém, mais livre.
Sobre as faixas?! Apenas sinta.