Paul McCartney retorna em plena pandemia para o lançamento de McCartney III. O novo trabalho fecha o ciclo iniciado em 1970, com o seu primeiro álbum solo, com a clássica Maybe I’m Amazed. Dez anos depois, McCartney II trazia Coming Up. Agora, chegamos ao fim da trilogia, 50 anos após o seu início.

Sobre o álbum

Seguindo a tradição de seus antecessores, que foi do acústico ao synth-pop, McCartney III é divertido, sem fazer com que Paul arregace as mangas. O álbum dá uma sensação amigável, lembrando vagamente Ram (1971).

Macca escreveu, tocou, produziu o álbum inteiro. Nesse sentido, o álbum começa com a forte Long Talled Winter Bird. Umum folk frenético, que é logo seguida pela espirituosa Woman and Wives e o rock and roll, com um riff viciante, Lavatory Lil.

O romance pastoral em The Kiss Of Venus, que saiu do mesmo ventre lírico de Mother Nature Son, do White Album. Acima de tudo, a faixa beira ao formidável com a voz já envelhecida de Macca atingindo notas agudas.

When Winter Comes fecha o álbum, como se fosse a imagem do envelhecimento em uma vida feliz e doméstica em seus trechos, como “Preciso cavar um ralo perto do canteiro de cenouras”. Da mesma forma que Paul se aprofundou em Whem I’m 64, ele dá sua voz e visão aos 78 anos.. Deste modo, Paul não parece estar precisando de alguém para cuidar dele. Neste sentido, ele sabe muito bem cuidar de si nesta altura do campeonato.

Não sendo ambicioso, diferente de Egypt Station, lançado há dois anos, o álbum é como um momento a sós com o ex-Beatle em uma sala de estar com ele mostrando suas canções. Aliás, diferente dos álbuns da década de 1970, onde ele colocava uma amargura aqui e uma farpa ali para alguma pessoa, McCartney III é o relaxamento contente de Paul.