Engraçado como quando você acha que tem um conhecimento extenso, vem a vida “PLAFT!” na sua cara e te joga mais uma surpresa. Em uma dessas minhas andanças fuçando no Spotify, olhando os artistas relacionados de várias bandas me deparei com um nome. E simples, por sinal: Arthur Adams.
Arthur é um típico bluesman do Tennessee que foi influenciado por B.B. King, música gospel, Dixie Hummingbirds, Elmore James e Muddy Waters. Em 1959, com 16 anos, começou a trabalhar em casas noturnas em Dallas, tocando com Lightnin’ Hopkins, Chuck Berry, Lowell Fulson, chegando a dividir o palco com Buddy Guy, de quem pegou a mania de exibicionismo enquanto anda durante um solo.
Bom, só pelos nomes já citados até aqui dá para perceber que o guitarrista não brinca em serviço. Durante a década de 1960, trabalhou como músico de sessão de Quincy Jones, Bihari Brothers, Hugh Masekela e Bobby Womack, chegando também a fazer trilha sonora de filmes. Até o final da década, já teria passado a sua mistura de soul music com blues para álbuns de Nancy Wilson, Lou Rawls, Kim Weston, Willie Hutch e Jackson 5.
Pela década de 1970, Adams lançou quatro álbuns – It’s Private Tonight (1972), Home Brew (1975), Midnight Serenade (1977), I Love My Lady (1979) – recheados de blues, rock, soul, funk, r&b e backing vocals à la Motown que podem ser facilmente imaginados no interior de uma igreja do Tennessee em um culto com braços direcionados aos céus.
Passando pelos famigerados anos 80, o guitarrista se juntou à pianista Nina Simone, contribuindo para o álbum Nina’s Back. Continua na ativa até hoje, onde seu último trabalho foi um ep em 2012, Feet Back In A Door. Senhoras e senhores, com vocês: Arthur Adams.