Som na Vitrola #124 – 45 anos do primeiro álbum do Kiss

Para quem vê o KISS hoje em dia, mesmo com apenas 50% de sua formação, não consegue imaginar a pobreza que a banda teve que enfrentar até o lançamento de Alive!, em 1975. Antes de sua pirotecnia e palcos que explodem nas alturas, o grupo tinha que se virar em estúdios pobres, não dando a sonoridade merecida, fazendo de seu primeiro disco algo clean.

Lançado há 45 anos, com Gene Simmons, Paul Stanley, Ace Frehley e Peter Criss (os verdadeiros donos da maquiagem de Spaceman e Catman), o debut do grupo conta com uma sonoridade simples, menos rasgada, porém poderosa e muito bem ensaiada. Porque, cá entre nós, todos nós sabemos que o KISS é MUITO BEM ENSAIADO. Desde a língua do Gene até a levantadinha de perna que Paul Stanley faz nos palcos.

Antes de ser conhecido como esses endemoniados, a banda era mais suave e conhecidos pelo nome de Wicked Lester. Peter Criss foi recrutado ao grupo com as perguntas: “você toca bateria? Você é bonito? Você se vestiria de mulher?”. Ace Frehley apareceu em uma audição com sua guitarra, mas o que chamou atenção foi que usava um tênis laranja e outro azul…E também por ter começado a solar em cima de outro guitarrista.

Apesar dos arranca rabos entre os integrantes hoje em dia, uma coisa eles não podem tirar: o primeiro som na história do KISS fica por conta de Peter, que abre o álbum com um preenchimento de bumbo e tons, iniciando Strutter. A faixa foi escrita por Paul Staley, baseada em uma música que escrita por Simmons antes para o Wicked Lester: Stanley, The Parrot. 

O álbum continua com Nothin’ To Lose, escrita por Gene Simmons. A canção conta a história de um homem que tenta fazer sua namorada praticar sexo anal.

Firehouse e Could Gin são consideradas clássicos na história da banda, mas depois das duas primeiras faixas, pode-se perceber que não são tão poderosas, mas ainda tem um espaço (apertado) no coração de todo fã da banda.

Let Me Know acaba se tornando uma das melhores faixas do grupo (e a minha favorita). A canção, escrita por Stanley, foi a primeira apresentada a Simmons.

Deuce parece ser uma irmã-gêmea de Strutter, pela sua familiaridade. Simmons não lembra o significado de sua letra e tem sido um marco nos shows, abrindo as apresentações de 1973-1976.

100,000 Years ficou mais marcante a partir de Alive!, contando com um longo solo de bateria de Criss. Há um verso perdido no final da música que nunca chegou ao corte final do álbum.

O álbum fecha com Black Diamond. A canção tem seu início marcado logo de cara por Paul Stanley cantando bem mansinho, acompanhado de um violão de 12 cordas. Após o berro de “HIT IT!”, a banda explode e Peter Criss assume os vocais, repetindo o primeiro verso. O álbum termina com o solo de guitarra de Frehley desacelerando, até desaparecer. Após a saída de Criss, Eric Carr e Eric Singer assumiram os vocais da música, como também no refrão de Nothin To Lose. 

Capa do álbum:

Uma das marcas do KISS sempre foram as maquiagens. E, por favor, não me venham com o assunto de Secos e Molhados, porque isso é coisa de gente que só gosta de intriga. Mas foi a primeira vez que o KISS era apresentado ao mundo e suas maquiagens seriam copiadas em seus shows por uma multidão.

A capa do álbum teve como inspiração os garotos de Liverpool e seu álbum With The Beatles. Ace, Gene e Paul fizeram suas maquiagens, mas Peter deixou a maquiadora contratada fazer essa bela besteira, já que a maquiagem de Catman é totalmente diferente.

Fato engraçado foi  o spray prateado usado em Ace que não deu muito certo. Logo na primeira capa do álbum, é perceptível os olhos inchados do guitarrista.