Estamos em 2017, e falar sobre o Twitter faz com que algumas pessoas torçam o nariz. Ainda acho uma ferramenta sensacional, SE SOUBER USAR. Milhares de famosos ainda o utilizam, o que facilita a interação com eles: David Coverdale, Sean Ono Lennon, Yoko Ono, Roger do Ultraje, Léo Jaime, Lobão, David Crosby, respondendo aos fãs e colocando seus pensamentos, e Boy George!!!
No dia 26, percebi que o vocalista e imagem icônica do Culture Club estava respondendo perguntas de fãs, e eu com o “Tietando Mode On!” enviei a pergunta “Poderia me indicar três álbuns ?”. Perguntei em um inglês pé de chinelo de arrancar os cabelos e enferrujado no maior estilo Google Tradutor, 0% de preocupação em arrumar a pergunta, e sem a esperança que fosse receber a atenção de Boy George. Em menos de dois minutos me vem uma resposta:
Para quem me conhece, imagina a cena: Eu na frente do computador, fazendo festa, cantarolando Karma Chameleon e achando graça que um cara do gabarito de Boy George fosse responder.
Hoje, o Som na Vitrola vai falar destes três álbuns, que de conhecido há apenas dois nessa biblioteca musical dentro da minha cabeça.
- David Bowie – Hunky Dory
Hunky Dory, um clássico e quarto álbum da carreira de Bowie, foi lançado no dia 17 de dezembro de 1971.
O álbum abre com: Changes, que foca na natureza da reinveção artística, Oh! You Pretty Things!, uma faixa popzona com letras inspiradas em Nietzsche, predizendo a substituição do homem moderno para o “Homo Superior” e Life on Mars (minha favorita), música que a BBC Radio definiu como “mistura de musical da Broadway com uma pintura de Salvador Dali”, com Rick Wakeman no piano e uma das melodias mais sensacionais na guitarra de Mick Ronson.
O clip de Life on Mars foi gravado por Mick Rock, mostrando um David Bowie extremamente maquiado, batom, um terno azul escarlate e um fundo branco. Um dos vídeos mais icônicos da carreira e da década de 1970.
O disco seria um experimento sobre o que viria no próximo ano, já que a transformação de Bowie para Ziggy Stardust estava entrando em “trabalho de parto”.
- T. Rex – Electric Warrior
O sexto álbum do T. Rex, lançado em 24 de setembro de 1971, é considerado até hoje um dos marcos mais importantes do movimento glam rock. A capa, feita pelo grupo de design britânico Hipgnosis, resume o poderoso som que este álbum tem: Um Marc Bolan empunhando a guitarra como se fosse uma arma, e um arsenal amplificado ao fundo.
Com as duas músicas famosas, Get It On (Bang a Gong) e Jeepster, o álbum entrega exatamente o que Marc Bolan, falecido cinco anos após o lançamento do álbum, queria:
“Eu só quero me comunicar com a garotada. É isso que importa, meu contato com a plateia.”
https://www.youtube.com/watch?v=s3bRl5fx8Eo
- Joni Mitchell – Court and Spark
Court and Spark, lançado no primeiro dia de 1974, acabou sendo um presente para mim. Sempre tive um pouco de receio de ouvir Joni Mitchell. Minhas experiências com a mulher nunca foram das melhores, até esse momento.
Para uma canadense radicada na Califórnia, Mitchell era a típica cantora-compositora do início dos anos 1970, uma favorita das almas perdidas, de violão em punho e coração partido. Até o lançamento do single Raised On Robbery – um boogie levado pelas mãos da guitarra de Robbie Robertson. O álbum acaba sendo o menos preferido, relacionado com o clássico Blue de 1971.
Free Man in Paris, terceira faixa, é uma homenagem disfarçada ao dono da gravadora, David Geffen, “stoking the starmaker machinery behind the popular song” (“alimentando as máquinas que fazem estrelas por trás da canção popular).
A faixa título virou a minha favorita, pois esperava realmente aquele folkzinho, mas entrou um piano com a voz de Joni fazendo amor com meus ouvidos e de repente um chimbal e uma linha de baixo fenomenal. Acabo até considerando esse álbum um soft rock, e não um folk tradiça. Mas, cada um com seus ouvidos e opiniões, estou aqui para mostrar essas pérolas.
Curiosidade do álbum: a faixa Twisted, a mais bem humorada do disco, traz a participação de Cheech and Chong.
1 Comment
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Mauro
4 de abril de 2017 at 10:14
Interessante.