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Som na Vitrola - Victor Persico

Som na Vitrola #63 – 40 anos de Slowhand de Eric Clapton

Em 1977, Eric Clapton lançava aquele que seria um dos maiores sucessos de sua carreira. Slowhand, apelido dado ao guitarrista pelo empresário do Yardbirds, Giorgio Gomelsky, trazia uma sonoridade mais comercial comparado aos últimos álbuns, o que lhe deu uma alavancada na carreira com Cocaine (cover de JJ Cale), Wonderful Tonight Lay Down Sally. 

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O disco foi gravado no meio de bebedeiras e várias gravações de estúdio roubadas na calada da noite. O produtor Glyn Johns, conhecido por ter participado de álbuns do Eagles e dos Stones, tentava trazer o máximo de cada músico no estúdio, sem forçar a barra e interferir sobre qual nota era tirada dos instrumentos.

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O álbum se inicia com as três faixas já citadas, e que se tornaram clássicos e que até hoje fazem parte do repertório de Clapton.

Cocaine, um cover de JJ Cale, é extremamente o oposto do que se pode chamar de incentivo à droga. Segundo Eric Clapton, “Não é fácil escrever uma música antidrogas e esperar que ela seja entendida logo de começo, como Cocaine. Ela (a canção), é totalmente anti cocaine. Se você estudá-la o olhá-la com um pouco de pensamento, ela soa do modo inverso do que ela é passada. JJ Cale foi um gênio ao escrever essa letra”. 

Quando o álbum foi lançado na Argentina, a faixa foi retirada pela falta de entendimento. Hoje, Clapton canta a frase “A cocaína é suja” para que as pessoas entendam o que realmente significa a letra.

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Wonderful Tonight, foi feita para Pattie Boyd. Isso mesmo, a mulher que trocou George Harrison, que havia escrito Something para ela, e foi para os braços de Eric Clapton após ele ter escrito Layla para a mesma. Para Pattie, a música “durante anos me rasgou. Para ter inspirado Eric e George, ter recebido essa música era uma honra de tão bela. Foi a lembrança mais forte de tudo que era bom no nosso relacionamento. E quando as coisas deram errado, era uma tortura”.

Para os fãs da série Friends, é a música que toca quando o Chandler pede a mão da Monica e eles ficam dançando na sala. Foi marcante, não tenho culpa, precisei lembrar essa cena.

Lay Down Sally, mais uma homenagem escancarada para JJ Cale. A canção foi praticamente obrigada a ser feita em country rock, porque a banda não conseguia tocá-la no estilo rock inglês que Clapton queria, tanto que a canção é atribuída também aos membros da banda.

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https://www.youtube.com/watch?v=lFHW2pjX0RU

O álbum se torna mais sóbrio logo em seguida desses três smash hits. Next Time You See Her, é um contato do poder moral junto com o sofrimento que é a essência do blues. Mas fica lembrado que durante algumas faixas do álbum, dá para se perceber pela diferença de solos, que alguns deles, os mais legais, não foram feitos por Clapton, mas pelo outro guitarrista, George Terry. Motivos? Não sei, mas com certeza seria totalmente diferente.

O que importa, de verdade, é que Clapton entregou um dos maiores álbuns lançados na década de 1970, com três faixas que até os dias atuais são referência quando se fala pelo cantor, pela sua grandiosidade. Até hoje, Clapton pode ser considerado God. Em todos os seus discos e apresentações, ele não exagera na quantidade de notas, o que o faz famoso por fazer algo que a maioria dos músicos de hoje não fazem: tocar devagar.

Clapton is God.”

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