Não estranhem por estar falando de salsa ou música porto riquenha no Som na Vitrola. Mas, tem certas músicas, intérpretes que não podem passar batido, pela sua grandiosidade, letra, seja qual for o seu estilo preferido. Logo eu, ligado em rock, metal e mpb, passei a última semana ouvindo Héctor Lavoe. E um mundo totalmente novo se abriu.
Para muitos músicos de Nova York na década de 1970, Héctor Lavoe soava como um caipira, mas se mostrou como um belo chute naquelas partes, quando começou a cantar. Como vocalista, se tornou o melhor e mais importante cantor da salsa, por ter ajudado a estabelecer a popularidade do gênero nas década de 1960, 1970 e 1980. Em 1967, já iniciava parceria com Willie Colón, lançando 10 álbuns, consolidando a voz articulada, a improvisação e o humor de Lavoe com o som bruto, agressivo da orquestra de Colón.
Durante sua carreira solo, com 11 álbuns de carreira, e sendo chamado de “El Cantante de los Cantantes”, Héctor tinha um histórico depressivo, ainda carregado pelo vício em drogas. Após uma curta reabilitação, teve uma recaída após a morte de seu pai, filho e sogra. Os acontecimentos, juntamente com o diagnóstico de HIV, levaram Lavoe a tentar o suicídio pulando do quinto andar de um hotel. Sobrevivendo à tentativa, conseguiu gravar um último álbum antes de sua saúde começar a falhar. Sua última apresentação aconteceu em 1990, com a Fania All Stars, onde mal conseguiu cantar Mi Gente, abandonando o palco, deixando o público e os fãs às lágrimas. Faleceu no dia 29 de junho de 1993.
No rock sempre vai ter uma pessoa que ao ter o nome do estilo mencionado, automaticamente já vem à cabeça. Na mpb, jazz, blues, samba, metal e por aí vai. Na salsa, o nome de Héctor Lavoe ainda ecoará por muito tempo, e nos encontros da Fania All Stars – grupo formado em 1968 pelos melhores músicos de salsa e do selo Fania -, onde tinha uma presença constante. Viveu e morreu como vários protagonistas que fizeram parte de seu sucessos sobre tristezas e sonhos desfeitos.