Daparte lança “Baterias de Emergência”, terceiro álbum de inéditas da banda

Consolidando o reverenciado estilo lírico do grupo, descrito pelo escritor português Valter Hugo Mãe como “urgente e necessário”, o quinteto Daparte, formado pelos músicos Juliano Rosa, João Ferreira, Daniel Crase, Túlio Lima e Bernardo Cipriano, chega agora com o álbum Baterias de Emergência, primeiro lançamento em três anos. O trabalho foi inteiramente escrito e produzido pela própria banda e representa uma revolução sonora em seu catálogo. O disco conta com forte presença de samples e sintetizadores, trazendo texturas urbanas e ousadas para o estilo único do quinteto mineiro. Composto por dez faixas, o terceiro álbum da banda foi escrito entre 2022 e 2024. As letras trazem reflexões sobre a indiferença, o tédio, a ansiedade e a decadência da empatia no mundo contemporâneo sob o olhar de um jovem adulto. Em relato autobiográfico, as composições ora gráficas e francas, ora subjetivas e sentimentais, descrevem a vida nas metrópoles de Belo Horizonte e São Paulo. “A maioria das músicas foram feitas em uma época que a banda estava vivendo um período de novos momentos e que mudou muito nossa convivência, principalmente pelo fato de eu ter mudado para São Paulo. O disco fala muito dessa solidão, desse novo paradigma, da fase de vida adulta com novos problemas e desafios. Ao mesmo tempo também a esperança de que a música vai trazer novas perspectivas e horizontes. Ser jovem no Brasil, hoje, é ao mesmo tempo frustrante e empolgante, porque o futuro é tenebroso, mas não temos outra coisa a não ser ele pela frente e esse disco transmite essa sensação de lutar contra o pesadelo sonhando”, comenta João Ferreira. A capa do álbum, assinada pela fotógrafa Rafa Urbanin, traz visualmente a mesma sensação descrita em versos. A imagem vem de um contexto pessoal da fotógrafa que passava por uma situação turbulenta, envolvendo relações amorosas e amizades. Segundo a autora, o registro diz especialmente sobre a vulnerabilidade, sobre a fragilidade, de estar quase se afogando, mas ao mesmo tempo em uma paz que flerta com a conformidade, resumindo basicamente o que é ser jovem no mundo. Ao contrário de Fugadoce, último álbum lançado pelo grupo, esse projeto passou por experimentações que resultaram em um disco que flerta com o indie rock e que inaugura um novo momento da banda: eles como produtores do som deles. Enquanto trabalhavam e faziam uma “bagunça”, elementos gravados pelo WhatsApp ou por microfones amadores nas salas de suas casas começaram a fazer sentido, se tornaram necessários e entram como componentes. “Sentimos que ele é um álbum bem indie, porque ele caminha por vários lugares inusitados e também displicentes às vezes”, completa João. Para comemorar a nova fase, o Daparte também levará Baterias de Emergência para mais perto dos fãs. O show de estreia acontece no sábado, dia 19 de novembro, na Casa Rockambole, em São Paulo. Já o segundo será apresentado no dia 29 de novembro, no Sesc Palladium, em Belo Horizonte. Por fim, Daparte fechará a sequência de shows no dia 01 de dezembro, no Agyto, no Rio de Janeiro.
Com show em São Paulo na próxima quinta, Fantastic Negrito lança álbum

Vencedor de três Grammys, Fantastic Negrito compartilhou seu tão aguardado álbum Son of a Broken Man, pela Storefront Records. É o primeiro álbum completo de Fantastic Negrito desde o aclamado Grandfather Courage, do ano passado. Na próxima quinta-feira (24), Fantastic Negrito fará um show especial no Cine Joia, em São Paulo. Os ingressos seguem à venda. Son of a Broken Man traz Fantastic Negrito encapsulando os elementos inimitáveis de sua celebrada obra até o momento, desde riffs de guitarra distorcidos e poderosos até baladas melódicas e expressivas, tudo impulsionado pelas reviravoltas inesperadas que se tornaram sua marca registrada. O álbum talvez seja o mais pessoal de Fantastic Negrito até agora, explorando família, engano e o desejo humano de esconder o verdadeiro eu, enquanto mergulha profundamente em um dos conflitos mais antigos da história humana: a luta entre pai e filho. Desde cedo, Negrito foi alimentado por mentiras contadas por seu pai: um sobrenome inventado, uma ancestralidade fabricada e um sotaque somali falso. Por que mentir? Por que criar essa narrativa falsa? Essas são as perguntas que Negrito teve que fazer a si mesmo, e essas são as questões que estão no coração de Son of a Broken Man. Son of a Broken Man foi precedido no início deste verão por Undefeated Eyes, uma colaboração profundamente comovente com a lenda vencedora de 17 prêmios Grammy Sting, já disponível em todas as plataformas. Gravada em 2020 no estúdio de Fantastic Negrito em West Oakland, poucos dias antes das políticas de lockdown da covid entrarem em vigor, a faixa é acompanhada por um videoclipe oficial estrelado pelos dois icônicos artistas, filmado no mês passado em Nieuwpoort, Bélgica.
Pedro Madeira lança álbum “Semideus dos Sonhos”; ouça!

Pedro Madeira tem o dom. A voz. A alma boa. Após uma longa gestação, depois de três singles, ele chega ao seu primeiro álbum, Semideus dos Sonhos. Porque é da natureza de qualquer jovem de 25 anos sonhar, mesmo morando na comunidade do Mineiro Pau, em Santa Cruz, bairro limítrofe do Rio de Janeiro. Formado como assistente social, voluntário na Obra Social Filhos da Razão e Justiça, sempre sonhou em ser uma inspiração para as crianças de onde mora. Não é fácil viver nessa luta diária. Mas a sua voz contrasta com tudo aquilo que você possa imaginar. Isso porque ela não se faz com revolta, raiva ou indignação. Ela choca mais ao revelar a leveza. Se há melancolia, ela é lúgubre. Se há felicidade, impera a beleza. Pedro sempre gostou de cantar. Fã de Beyoncé e Iza, foi num show desta última, em 2018, que ele surpreendeu a cantora, quando esta lhe passou o microfone para participar ali, na primeira fila, no meio da multidão. A voz firme e cristalina chamou a atenção de todos os presentes e ele, de cara, ganhou fãs até da própria Iza. Isso o fez acreditar na possibilidade de ir além, de ter um registro de seu próprio trabalho. De um dia, poder estar sobre o palco, e não na plateia. Foi assim que Pedro se descobriu cantor e compositor na confiança de cada passo dado e cada resposta, de cada desafio e cada apoio recebido. Num mundo de zaps e recados em redes sociais, foi o velho e-mail que permitiu o contato com Bruno Gouveia, cantor do Biquini. Ele se surpreendeu com a pureza da voz de Pedro e a beleza de suas composições. Primeiramente, buscou apenas dar orientação e apoio ao garoto, mas acabou fazendo mais que isso. Produzindo com Raul Dias, ele viabilizou a gravação do primeiro single de Pedro, Chuva. Vieram outros dois: Pássaros, em co-autoria com Bruno, e Bem Que Se Quis, sucesso na voz de Marisa Monte. O trabalho foi evoluindo. Após abrir alguns shows do Biquini Cavadão, mergulharam no projeto de um álbum mais completo, mais denso. Raul Dias que, além de trabalhar na produção, tocou guitarra, baixo, violão e programações, também convidou diversos músicos a participarem do álbum, fazendo com que Pedro mergulhasse na sua mais profunda identidade. O Semideus dos Sonhos, título do álbum, é um retrato de suas aspirações. São 12 faixas, entre canções autorais, vinhetas e duas regravações: a já conhecida Bem Que Se Quis e Minha Missão, de João Nogueira, cuja versão se transforma em um áudio-retrato. Misturando samba, soul, ritmos africanos incorporados de sua própria religião, afoxés e muita influência brasileira, Pedro se destaca ao fazer o que muitos artistas neste meio, mesmo os mais conhecidos e endeusados não parecem mais saber fazer: cantar. Poucos são capazes de cantar com interpretação, sem Auto-Tune, somente com an alma, como ele faz. Assim, Petições revela com propriedade o seu clamor por paz, Cheiro de Flor adoça os ouvidos com sua melodia gostosa, e a dançante-soul Terra Arrasada te faz dançar no mais doído desabafo. Seu single de lançamento do álbum é Só Mais Um Preto Que Morreu, um samba em parceria com Bruno Gouveia. É nesta mistura entre o roqueiro e o cantor que surge um tiro de canhão no peito de toda a sociedade, cantada com a assinatura de quem já viveu muitos assassinatos por perto. Narrado na primeira pessoa, o samba se torna um grito surdo e seco, diante da banalização da violência do dia a dia. Pedro é madeira de lei, lenha que arde, madeira talhada, é álbum que vale muito mais que uma mera audição. Um disco que fala sobre sonhos. Sonhos que todos temos. Para Pedro, um deles está se concretizando agora, muitos outros virão.
Mundo Video lança primeiro disco com Ana Frango Elétrico e Putodiparis

Após dois EPs lançados, o duo carioca Mundo Video, formado pelos compositores, instrumentistas e vocalistas Gael Sonkin e Vitor Terra, debuta seu primeiro álbum, Noite de Lua Torta (Balaclava Records). O disco foi gravado entre junho de 2022 e setembro de 2023, no entremeio de projetos individuais e de outros materiais da banda. A sonoridade de Noite de Lua Torta foi construída a partir de performances ao vivo realizadas em diferentes contextos; enquanto o aspecto eletrônico surgiu após um convite para um show em uma rave, o álbum foi lapidado com roupagem indie pop após a adição das letras. Esse ecletismo pode ser reparado nos diferentes colaboradores que compõem o disco, que vão da cantora Ana Frango Elétrico (Perto da Praia) ao trapper Putodiparis (Amantes da Paz); as faixas ainda recebem coros femininos gravados por artistas de várias pontas do cenário independente, como Gab Ferreira, Janine Prici e Carol Maia. O duo cita Tears for Fears, Tim Maia, Daft Punk e Lulu Santos como algumas das inspirações por trás de Noite de Lua Torta. As gravações do disco iniciaram no Rio de Janeiro e foram finalizadas em São Paulo, cidade onde a Mundo Video se encontra radicada no momento. A discrepância entre o bucolismo carioca e a urbanidade paulista é um dos temas de Noite de Lua Torta, com composições que tratam da saudade de casa e da solitude da metrópole. O álbum ainda discorre sobre os diferentes momentos do amor, da paixão ao fim do fascínio.
Entre o space rock e colagens surrealistas, Rod Krieger lança A Assembleia Extraordinária

Pode-se afirmar que A Assembleia Extraordinária (Café8 Music) é uma obra artesanal. Produzida de forma solitária na pequena aldeia de Sobral do Parelhão, no interior de Portugal, ela traz Rod Krieger no seu momento mais particular. Em nove faixas, ele dá vida a uma narrativa por vezes introspectiva, porém quase sempre irônica, que também sairá em filme. Quase todos os instrumentos do álbum foram Rod Krieger quem tocou, com exceção do piano e a flauta de Cai o Sol e Sobe a Lua, respectivamente assinados por João Nogueira e João Mello, do sitar de Cabelos Longos e da tampura de O Fluxo das Coisas, ambos por Fabio Kidesh, que também está nas vocalizações da introdução, faixa-título do disco. “Esse foi o primeiro trabalho em que fiz praticamente tudo sozinho, então tive momentos em que eu precisava me acertar comigo mesmo e decidir as coisas para poder ir para a próxima etapa do processo. Foi um aprendizado técnico e pessoal, porque ao mesmo tempo atuei como músico, produtor, compositor e engenheiro de áudio e não ter alguém para decidir as coisas do lado foi uma experiência nova”. A assinatura de Rod Krieger pode ser conferida não somente nas músicas, mas também nos vídeos que vão compor o filme do álbum que será lançado ano que vem. Foi ele quem roteirizou, filmou, editou, finalizou. Para somar, imagens do fotógrafo Daryan Dornelles captadas em diferentes lugares e situações fecham a narrativa proposta. Até o momento, já foram revelados os vídeos de Cai o Sol e Sobe a Lua, Este Comboio Não Para em Arroios, Cabelos Longos e agora, com o disco, é lançado o clipe de Era. Inclusive, sobre a faixa ter sido escolhida como música de trabalho do álbum, ele comenta. “A fusão entre as batidas eletrônicas com melodias vocais pop psicodélicas me agradam bastante. Além disso, essa faixa representa uma sonoridade que já venho trabalhando há algum tempo. No momento em que estava gravando a música, brinquei com alguns loops e sintetizadores, o que tirou ela um pouco do rock clássico e deixou com uma sonoridade mais contemporânea.” Para o filme, ainda serão captados também registros documentais na turnê do álbum, que já tem datas em Portugal – dia 11 de Outubro em Leiria, no Texas Club, 18 em Caldas da Rainha, no Festival Impulso, 19 no Porto, no Socorro e fecha em Lisboa, dia 25, na Fábrica Braço de Prata – e no Brasil, sendo dia 11 de dezembro no Rio de Janeiro, no Audio Rebel, e 14 em São Paulo, no Bar Alto. Influências do álbum “Quando cheguei em Portugal tentei escutar o máximo de música portuguesa possível e achei que a melhor maneira seria vir de trás pra frente. Peguei os primeiros discos dos cantores clássicos como José Cid, Sérgio Godinho, entre outros, e quis entender um pouco da cena musical do país. Um disco, aliás, dois, que me chamaram muito a atenção foram os dois primeiros discos do Jorge Palma, (Como uma Viagem na Palma da Mão e o ‘Te Já). Acho eles sensacionais e escuto frequentemente, tanto que acabaram entrando para a minha lista de álbuns favoritos da vida e, com certeza, eles tiveram uma atuação forte em mim que acabou influenciando também o A Assembleia Extraordinária”, conta Rod Krieger que também aponta Aphrodite’s Child, Beto Guedes, Arnaldo Baptista, Bob Dylan, The Pretty Things e Kraftwerk como artistas que de uma forma ou de outra também guiaram as criações do álbum. “De vez em quando eu revezava os artistas e ia para os brasileiros e fiz uma imersão no disco Molhado de Suor, do Alceu Valença. Daí, gravei Cabelos Longos. Outro disco que mexeu bastante comigo nessa jornada foi o José Cid 10.000 Anos depois entre Venus e Marte”, recorda. E finaliza: “As influências sempre foram as mesmas, o que muda é o estado de espírito e, no caso da Assembleia Extraordinária, apesar de o corpo e o espírito estarem em solo português, havia uma parcela que ainda tinha uma saudade do Brasil, o que acabou gerando uma fusão de referências entre as minhas duas casas”.
Biquini lança álbum com releituras de hits com convidados especiais

Tudo começou em 2018 com um encontro inesperado com a dupla Matheus e Kauan. Ao descobrirem que eles eram fãs do grupo, o Biquini os convidou para gravarem juntos um dueto. A escolha da faixa foi da própria dupla: Quanto Tempo Demora Um Mês. Esse foi o ponto de partida para o projeto Vou Te Levar Comigo, que chega agora com sete faixas, sete encontros sempre com artistas de estilos bem diferentes da banda. “É neste encontro de estilos que cada música ganhou novas interpretações e nuances. Nossos convidados também se sentiram assim mais à vontade”, explica Bruno Gouveia. Produzido por Carlos Coelho, Vou Te Levar Comigo leva o ouvinte a encontros do Biquini com artistas como Fagner, Guilherme Arantes, Péricles, Falamansa e Alex Escobar. Ao longo do ano, os shows constaram com participações de cada convidado no telão e foram a O sétimo convidado foi Sidney Magal, numa versão com pitadas de salsa para a música Chove Chuva, de Jorge Benjor. “Esta música se tornou um grande sucesso em nossa carreira e a consideramos quase que um filho adotivo. E não haveria melhor música para cantamos com Magal”, avalia o tecladista Miguel Flores da Cunha. O single sai no dia 2 de outubro e o álbum chega nas plataformas a partir do dia 4. “Já pensamos em fazer um volume 2 nos próximos anos. Os encontros com cada artista foram sempre cercados de grande alegria e troca de informações. E achamos que o público sempre sai ganhando com isso. O que não falta é música!”, afirma Bruno Gouveia.
Com shows marcados no Brasil, The Offspring lança Supercharged

Blue Mar une raízes brasileiras e indie rock no álbum Oliveira; ouça!

Brasileiro cidadão do mundo, Blue Mar faz de sua música um caldeirão de influências. Guiado por sua guitarra virtuosa e um feeling genuíno que o levaram ao reconhecimento internacional, ele se aproxima da música brasileira em Oliveira, seu novo álbum de estúdio. Após quase um ano na estrada cruzando os Estados Unidos, Europa e África do Sul, Blue Mar se sentiu compelido a embarcar em algo novo e se reconectar com suas raízes ao mesmo tempo que busca seu próprio espaço na cena alternativa. A faixa-foco, Fallen Leaves, ganhou um clipe dirigido pelo coletivo Filhos do Dono, mostrando belas cenas do litoral brasileiro. >> CONFIRA ENTREVISTA COM BLUE MAR O que começou como uma brincadeira com samplers rapidamente evoluiu para sessões imersivas de gravação em Londres com Ian Flynn e Liam Hutton no Unwound Studios, assim como ao lado de Pedro Serapicos no Alcachofra Studios, em São Paulo. Além de Fallen Leaves, o disco conta os já lançados singles Siren in the Darkness, Tough Spell, Never Ever Was e Belle of the Ball, que acumulam mais de 300 mil streams. Apesar da vibe energética e muitas vezes dançante do álbum, Oliveira é um registro pessoal que mergulha nos altos e baixos da vida, tentações e escolhas que nem sempre trazem felicidade. O nome do álbum tem um valor sentimental e se aproxima da busca por raízes do artista, pois é o sobrenome de solteira de sua mãe.
Gabriel Elias retorna às raízes reggae em “Tropical” e celebra autodescoberta

O artista mineiro Gabriel Elias, um dos destaques da cena musical contemporânea, lançou seu quinto álbum, Tropical. As nove faixas do projeto apresentam elementos do reggae, pop e ijexá, mescladas com a essência do verão e a leveza do estilo de vida praiano que o artista adotou nos últimos tempos. “Voltar a fazer um álbum de reggae, o que eu não fazia desde o Solar (2016), era algo que eu queria há tempos. Agora que cheguei aos 30 anos de idade, só tenho gratidão pela trajetória que construí e sinto que posso ser um cara importante neste lugar. O reggae é uma verdade muito grande para mim, independente das dificuldades midiáticas ou de aceitação em fazê-lo no Brasil. O conceito de Tropical me soa como algo sensitivo. Penso em cair no mar, em tomar água de coco gelada numa sombra embaixo de um coqueiro em um dia de verão. O tropical para mim é muito mais do que o clima. É um estado de espírito, é conexão com a natureza, é a liberdade de ser e estar”, explica o artista. A concepção do álbum surgiu após uma viagem de veleiro por ilhas paradisíacas que durou 12 dias – sem internet e acompanhado pelo som do silêncio -, onde o luxo era acordar na natureza, poder mergulhar em águas cristalinas e repensar o estilo de vida. Foi neste período que Gabriel Elias trocou a agitada São Paulo pela reserva natural de Itaguaré, pertencente a Bertioga, na Baixada Santista, e passou a se dedicar ao surf (outra de suas paixões). Não à toa, a música de trabalho se chama Paradisíaca e reflete esse momento onde a simplicidade pauta cada movimento do artista. “Paradisíaca é uma música que nasceu após esta viagem muito espiritual, onde aprendi a velejar e que, sem dúvidas, mudou minha vida. Tem um trecho dela que ilustra bem: ‘deixa o vento me guiar sob a luz do dia’. A letra trata de sairmos da rotina e deixarmos o prazer do presente tomar conta. É uma canção com muita brasilidade, que tem elementos reggae, mas também tem muito do ijexá no balanço, no pulso que a canção traz, muito do violão de nylon ali. Sem dúvidas é uma música muito importante dentro do projeto porque foi a partir dela que o conceito do álbum Tropical foi criado”, explica. As nove faixas de Tropical foram produzidas por Gabriel Elias e Renato Gallozi e agraciadas com audiovisuais em formato live session filmados em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, sob a direção de Bruno Fioravanti. A capa do álbum reflete bem esta escolha por uma vida mais próxima à natureza e este momento de redescoberta. “Mais uma vez trabalhei com meu fotógrafo favorito, Victor Costa, que assina quase todas as minhas capas há alguns anos. Ele captou bem essa sensação de movimento, de correr para a vida que escolhemos porque não temos tempo a perder, sabe?”.