Rock Your Babies entra no Carnaval com disco em homenagem ao axé

O selo Rock Your Babies, especializado em criar reedições de sucessos nacionais para embalar os bebês no formato “caixinha de música”, cada vez mais expande o seu trabalho. Depois de criar uma série com hinos de futebol para 24 times do país, o projeto – capitaneado por Bruno Gouveia, Carol Pozzani e Júlio Quattrucci – celebra uma parceria com o cantor e compositor Manno Góes e Flavio Morgade para lançar as grandes canções do axé. “O universo do carnaval baiano é extremamente associado às percussões e ritmos, mas neste projeto exploramos as lindas melodias criadas para a festa máxima de Salvador que ganhou o país! Certamente, um disco é muito pouco para mostrarmos tudo e desdobramentos deste trabalho já estão nos planos”, explica Júlio. O álbum centraliza as obras nos últimos 20 anos, com canções de Araketu (Araketu Bom Demais), Ricardo Chaves (Acabou), Jammil e Uma Noites (Praieiro), Banda Eva (Me Abraça), Banda Mel (Baianidade Nagô) e Ivete Sangalo (Tá Tudo Bem). “As releituras de grandes clássicos da história do axé em versão instrumental para ninar valoriza as melodias dessas canções que tanto nos embalaram ao longo dos anos, mas de outro jeito”, brinca Manno Góes, um dos idealizadores do projeto. Com certeza, os papais e mamães poderão curtir o Carnaval esse ano bem mais tranquilos. Ouça Rock Your Babies: Axé
Benjão canta as dualidades de um Brasil opressor e festivo em “Axé”

Gustavo Benjão é figura marcante na cena carioca dos últimos anos, com seu nome associado a projetos como Abayomy Afrobeat Orquestra e Do Amor e tendo se apresentado com artistas como Moreno Veloso, Nina Becker, Rodrigo Amarante e Lucas Santtana. Agora, Benjão faz um novo mergulho solo em Axé, seu segundo disco. O lançamento do selo Pomar é uma coleção de oito canções inéditas que vão da celebração à indignação, do zen ao desastre. Lost Xingu, o último single de Benjão, foi lançado em novembro de 2021. Em dezembro, ele já começava a gravar Axé, assinando todas as composições e gravando todos os instrumentos e vozes, além de produzir e mixar as canções. Essa empreitada quase totalmente solo contou com Martin Scian, que masterizou, e Marcelo Callado, seu parceiro na Do Amor, participou do vocal de Ladeira do Pelourinho. Entre lembranças saudosas – como a faixa dedicada a Callado, Ricardo Dias Gomes e Gabriel Bubu que recorda uma ida a Salvador – e a descrição de tragédias urbanas brasileiras – é o caso de Hiago, onde narra a morte de um jovem negro assassinado por um policial de folga -, Gustavo Benjão faz um retrato dual de um Brasil contraditório. Enquanto os arranjos dançantes entregam uma riqueza polifônica, as letras saúdam a poesia dos encontros cotidianos com a natureza (Ave Papai), nossa pluralidade cultural e de fé (Ajayô), ao mesmo tempo que debatem o limite entre o abuso e a revolta (Terror Antiopressor) e resgatam relatos de africanos escravizados (Longe do Cais). “Axé em Iorubá quer dizer energia vital de cada ser e energia positiva, energia que impulsiona a todos, que alegra e estimula. Axé também é como foi (e ainda é) chamada a música pop produzida na Bahia a partir do início dos anos 80. Uma música que me impulsionou em fazer um disco que tivesse não apenas algo de blocos, trios e bandas de axé music, mas também onde eu pudesse colocar instrumentos percussivos comuns ao samba, ao funk e a própria axé music, além de outros ritmos como arrocha, samba-reggae, lambada, pop e rock”, resume Benjão.