Rock Your Babies: Charlie Brown Jr e Capital Inicial ganham versões de ninar

Charlie Brown Jr e Capital Inicial são os novos homenageados da série Rock Your Babies, que apresenta músicas instrumentais do rock brasileiro para embalar o seu bebê. Bruno Gouveia, vocalista do Biquini Cavadão, junto com o empresário Julio Quattrucci Junior respondem pelo trabalho voltado para crianças desde 2013. Com discos dedicados à Legião Urbana, Titãs, Paralamas, Skank, Barão Vermelho, Jota Quest, Rita Lee, Biquini Cavadão e Engenheiros do Hawaii, além de três coletâneas com dezenas de músicas de artistas do Rock Nacional, a série Rock Your Babies tem conquistado pais e feito novos fãs mirins por todo o país. Para os novos trabalhos, Bruno Gouveia esteve em contato direto com Alexandre Abrão, filho de Chorão, bem como Dinho Ouro Preto, cantor do Capital. “Eu sempre gosto de envolver os homenageados, ouço suas ideias e sugestões. Ambos nos deram total liberdade para a escolha de repertório e curtiram as capas idealizadas para o projeto, seguindo a identidade visual já criada,” conta o vocalista. A capa do Charlie Brown Jr. faz alusão ao skate, que Chorão sempre gostou; a do Capital fez uma brincadeira com o Congresso Nacional, inteiramente construído com os blocos do Pequeno Engenheiro, brinquedo tradicional da década de 1960. O disco do Charlie Brown Jr. traz versões lúdicas para Lugar ao Sol, Zóio de Lula, Proibida pra Mim, Meu Novo Mundo, entre outros. O do Capital Inicial apresenta versões instrumentais para Música Urbana, Independência, Natasha e até Não Me Olhe Assim, do mais recente disco Sonora. “Para o Capital, focamos mais no excelente trabalho autoral deles. Algumas regravações feitas pelo grupo são antológicas, mas nos atemos aos mais de 35 anos de sucessos compostos por Dinho e seus parceiros”, explica Bruno. Mais lançamentos da Rock Your Babies, mas em 2021 E a coleção deverá aumentar ainda mais para 2021: “Queremos incluir mais artistas nas coletâneas volume 4 e 5, bem como outros discos dedicados a uma banda apenas. Também daremos continuidade aos vídeos de nosso canal, feitos com loops para entreter os pequenos”. Já são mais de 150 músicas arranjadas para este formato ‘caixinha de música’. E o projeto também ganhou força pelo seu conteúdo que transmite calma. As músicas evocam uma memória afetiva e tem sido usada até em salas de espera de alguns consultórios, não apenas os de pediatria, diga-se de passagem.

Entrevista | Carlos Coelho (Biquíni) – “Minha influência veio da música inglesa”

São 35 anos como guitarrista do Biquini Cavadão. Durante todo esse tempo, Carlos Coelho sempre mostrou muita disposição no palco, talento na hora de compor e melodias marcantes. Mesmo que não tenha planos de seguir uma carreira solo, ele mostrou que o nível se mantém lá em cima quando está sozinho. We’ll Roll On, divulgada em maio, é uma boa amostra. Para os fãs do Biquini Cavadão, a canção soará bem familiar. Ela ganhou uma versão em português na voz de Bruno Gouveia, Vou Deixar Tudo Pra Trás, gravada no álbum ao vivo Me Leve Sem Destino (2014). Mas o vocal de Coelho somado de uma composição em inglês trouxeram influências mais claras de rock inglês para o trabalho do guitarrista. “Carrego para o trabalho solo e a vida toda o rock inglês que escutava quando era moleque. Beatles, The Police, Led Zeppelin e Queen, acho o Brian May fantástico. Mas a influência muda, outras bandas apareceram. O The Strokes é uma das melhores bandas que apareceu nos últimos 20 anos. Você não fica preso nas referências do início da carreira. Oasis é outra grande influência, Arctic Monkeys também. O Strokes é americano, mas minha influência basicamente veio da música inglesa”. Parceria internacional Em We’ll Roll On, Coelho tem a companhia de Simon Spire, que o conheceu em Nova York, em 2010. “Estava de férias e vi ele tocando numa loja. Conversei com ele, sempre fui apaixonado pela música inglesa. E eu queria compor de um jeito que não ficasse atrelado à letra, mas a sonoridade. A língua portuguesa é muito mais complexa, algumas palavras não encaixam bem. Na língua inglesa é mais fácil, as palavras são menores. Queria ter essa experiência. No ano seguinte voltei para NY e compomos em duas horas. Ficou faltando um verso, ele completou e me mandou. Direto na melodia, ela arrebata pela melodia. A letra você precisa decorar, pegar desde o começo. É mais fácil aprender a melodia”. Planos com o Biquini Cavadão Falando sobre os planos futuros, Coelho revela que não pretende dedicar o seu foco total na carreira solo. “Não tenho grandes planos. O Biquini tem muita coisa rolando, até pretendo gravar outras faixas, mas não tenho um planejamento. Com a pandemia fiquei sem nada detalhado”. A banda, por sinal, tem planos bem interessantes para os fãs. Além de seguir com a divulgação da versão deluxe do tributo a Herbert Vianna, vocalista do Paralamas do Sucesso, músicas novas também estão no radar. “O Herbert é o maior embaixador do rock nacional. Ele fez incríveis pontes com a MPB, música baiana, reggae, africana. Ele é um cara muito importante para o rock, fabuloso. Tivemos que interromper a turnê no meio, tínhamos a ideia de ficarmos dois anos com ela”. Além das composições inéditas, o grupo também pretendia gravar um acústico em 2020, mas o plano foi adiado. “É algo grande, não é válido para esse momento”. Pandemia Sem poder viajar como antes, Coelho enxerga o lado positivo de ficar mais tempo em casa, já que consegue aproveitar a companhia do filho. “Viajo um terço do ano, uns 120 dias por ano, é como se nos últimos 30 anos tivesse viajado dez anos. Aproveito para ficar muito com ele. Tem seis anos, está sendo alfabetizado, a gente brinca, desenha, vê vídeos no YouTube. Coloco vídeos de furacão, vulcão, filme de bichos, ondas, gosto de mostrar variedades para ele. Lava de vulcão, como funciona, gosto de abrir a cabeça dele. Colocar ele para dormir é a melhor parte do dia”.