Wacky Kids, a turma do poderoso backing vocals, divulga E.L.M.O.

Entrevista | Capela – “O mundo se apresenta de muitas formas”

Começando como um trio, os paulistas Caio Andreatta (violão), Gustavo Rosseb (voz) e Léo Nicolosi (violão) iniciaram o projeto Capela por destino. Se encontraram na música e começaram a rodar o Brasil com seu trabalho. No total, carregam três discos na bagagem. Agora, o Capela se apresenta como duo, contando com Gustavo e Léo, e está prestes a divulgar seu quarto álbum. Em entrevista ao Blog n’ Roll, o grupo nos contou um pouco sobre sua história, a criação do novo material em nova formação e os planos para 2020. Um encontro do destino Algumas coisas acontecem porque têm que acontecer. E é simplesmente isto, sem mais justificativas. A história do Capela é justamente assim. “O destino assim o quis e então aconteceu (risos). Tem coisa que a gente não explica, só aceita. Tocamos o barco pelos caminhos que foram surgindo mais à frente e quando vimos, já tinham se passado oito aninhos de estrada”. Inspirados pelo entorno, o Capela é formado por observadores de extrema sensibilidade. “O mundo se apresenta de muitas formas, muitas lindas de se ver e de se evidenciar, outras são tenebrosas. É preciso colocar isso em música pra que a gente possa se olhar num espelho e entender que somos assim”. “Destacando essas facetas do mundo e de cada um é que podemos perceber erros e acertos, pontos fortes e fracos e como podemos ser melhores pra nós e pro nosso entorno. É isso que nos inspira”. Léo convidou Gustavo e Caio, que ainda não se conheciam, e passaram a se apresentar como trio. Juntos, gravaram três discos, foram indicados ao Prêmio da Música Brasileira, se apresentaram no Rock in Rio e SXSW… Uma aventura atrás da outra. “Agora, após uma pausa de 2 anos, estamos voltando aos palcos, dessa vez em um duo, apenas Gustavo e Léo. E estamos preparando um disco novinho”. De tudo um pouco As influências do Capela não seguem uma corrente específica. Assim como a ampla percepção para os detalhes no mundo físico, a versatilidade também está nos ouvidos. “Pra esse disco novo estamos escutando muito do que tem sido lançado hoje em dia. Flertando um pouco com o pop, um pouco com a sonoridade setentista, um pouco do afro também… Enfim, pode-se dizer que são nossos ‘pilares’ de sonoridade nesse último disco”. Entre os artistas mencionados, estão Charlie Puth, Jacob Banks, Harry Styles, Childish Gambino, Bon Iver, Young the Giant, Leon Bridges e Lianne La Havas. Mas as referências não param por aí. As influências variam de época, conforme o andar de sua discografia. “Nosso primeiro disco, Música de Cabeceira, ia de Beirut a Clube do Balanço… Já no segundo, Sangue Novo, decidimos experimentar outras sonoridades, aí veio Chet Faker, Mumford and Sons, City and Colour”. Entretanto, alguns são parte constante do processo. Elevados a mestres no processo criativo do grupo, Djavan, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Novos Baianos ocupam lugar especial nessa lista. “Também aprendemos muito com uma galera ‘nova’, como Liniker, Xênia França, O Terno, Maglore, 5 a Seco, nossa… Poderia ficar aqui citando o dia inteiro! (risos)”, brinca o duo. Pelos grandes palcos do Brasil e do mundo Capela tem muitas experiências para compartilhar. Mesmo com frio na barriga, o grupo encarou o Palco Sunset do Rock in Rio, em 2015, no mesmo dia de A-Ha e Katy Perry. A dupla relembra o dia com ternura. “Foi mágico tocar em um evento de tamanha proporção. Muita gente cantando nossas canções. Isso não tem preço”. No mesmo ano, participaram do reality show Breakout Brasil, exibido pela Sony. Disputaram um prêmio com várias bandas independentes do Brasil. Também levaram a música brasileira para o Texas, em 2017, participando como convidados no South by Southwest (SXSW). “Foi a primeira vez que a banda tocou fora do Brasil e foi uma experiência única. Fizemos cinco apresentações por lá e também muitos novos amigos”. Os “eus” do passado Capela coleciona aprendizados em sua discografia. “Acreditamos ser importante viver as coisas por inteiro. A gente aprendeu demais com cada disco, já que cada um traz uma particularidade e uma personalidade de quem éramos naquele instante”. Experimentaram diferentes perspectivas em cada um: Música de Cabeceira (2012), Sangue Novo (2015) e Gigante (2016) apresentam estilos, levadas e ideias distintas. Quando voltamos para o hoje, conseguimos entender mais quem somos no momento presente. Talvez essa história de ‘ponto de virada’ seja algo digno de todos os instantes. Ao olharmos para os discos, podemos ver luta vencida, objetivo concluído, missão cumprida. Isso nos enche de orgulho e nos deixa com sede do próximo passo. Ter essa oportunidade de se ver na estrada, no caminho, talvez seja o ponto de virada mais interessante até o momento. Capela Naturalmente, a forma de criar vai mudando, com experiências agregando valor ao trabalho. Com o Capela, a expansão flui fácil, já que o grupo se permite experimentar novos sons. “Criar é sempre uma válvula de escape, seja pra colocar pra fora o que dói ou o que transborda. Somos pessoas muito diferentes, mas estávamos engasgados com as mesmas coisas que ansiavam por transbordar da gente. O que a gente fez foi deixar a coisa toda derramar de uma só vez”. “Criar também é um processo de cura e de autoconhecimento. Dividir isso com um amigo da grandeza que somos um para com o outro, é uma experiência fenomenal”, concluem os músicos. Caminhando para seu quarto álbum, o duo nota seu próprio amadurecimento e embarca em mais uma aventura. Desta vez, abraçando a música das rádios e a criatividade em brincar com o popular. Em Terra de Semblantes Assim nasce o álbum Em Terra de Semblantes, que chegará num momento de dura necessidade por músicas que transbordem amor. “Ele vem para estabelecer a ponte que liga todos nós. Uma língua comum a todos, que fala direto com a alma e o coração de cada um”. O disco fala do verdadeiro eu, escondido por trás de semblantes diversos. “É leveza, é paz, é guerra, é tudo! Uma festa em