Com parceria retomada, Chico César e Zeca Baleiro liberam álbum de inéditas

Chico César e Zeca Baleiro liberam o aguardado álbum de inéditas Ao Arrepio da Lei nas plataformas digitais. Aliás, a dupla também está em turnê para divulgar o disco, tendo passado já por Curitiba e Florianópolis. Depois seguem para Recife (10/05), Porto Alegre (21/06), São Paulo (29/06), Belo Horizonte (16/08) e Rio de Janeiro (11/10), entre outras cidades do país. No repertório do show, as novas canções e sucessos de ambos, algumas mais quentes, outras mais reflexivas. A parceria inaugurada há 32 anos por Chico e Zeca foi retomada com uma nova safra de mais de 20 canções, compostas entre maio de 2020 e o início de 2021, durante a pandemia. Animados pelo resultado das novas parcerias musicais, anunciaram o lançamento do álbum antecipando duas canções, Respira e Lovers, em maio de 2021. Com tantos trabalhos em paralelo, Chico e Zeca retomaram as gravações em 2022, quando lançaram novo single duplo com as inéditas Beije-me Antes e Verão – a única canção registrada ao vivo, reunindo os dois já no fim do processo, no pós-pandemia. Só no final de 2023, Chico e Zeca voltaram a se juntar para gravar as vozes e concluir o álbum. Swami Jr., que já trabalhou com Chico e Zeca em shows e discos, foi convidado a produzir o álbum. Juntos, os três começaram a escolher as canções e a gravar em seus estúdios caseiros, no período em que o distanciamento social era importante para reduzir o avanço da covid-19. Ao Arrepio da Lei ainda tem uma canção produzida por Érico Theobaldo (Lovers) e outra por Alexandre Fontanetti (Verão). Outra parceira artística de ambos desde os anos 1980, Vange Milliet foi convidada para fazer as fotos de divulgação e para a capa do álbum, que tem projeto gráfico de Andrea Pedro. Ouça Ao Arrepio da Lei, de Zeca Baleiro e Chico César
Chico César lança som Bolsominions, que anuncia o novo disco

O cantor Chico César lançou na quinta-feira (15) um single. A faixa Bolsominions surge em defesa da fé cristã e faz uma crítica aos fascistas, fala sobre a raiva e as reações a tudo isso. “Essa é uma canção em defesa da fé cristã e uma crítica a um grupo político de inspiração fascista que sequestrou de modo bastante hipócrita parte significativa das igrejas e o rebanho que professa essa fé. É um reggae quase punk de protesto, ao modo de Peter Tosh ou The Clash. Os verdadeiros religiosos sabem que a crítica não se dirige a eles mas sim aos vendilhões do templo, gente que cultua o deus dinheiro, as armas, a terra plana, a negação da ciência, a misoginia, o racismo, a perseguição à diversidade sexual”, diz Chico César. Bolsominions é o terceiro single que o artista apresenta, antes da chegada de seu novo álbum Vestido de Amor. O disco, gravado na França, chega às plataformas digitais no dia 23 de setembro.
À Primeira Vista: o retorno emocionante do Teatro do Sesc Santos com Chico César

Texto por: Walter Titz Neto Chico César tem a fineza intelectual de Cruz e Sousa e a nobreza popular de Carolina Maria em seus poemas. É uma Entidade zeladora da cultura popular brasileira, e canta tão bonito quanto à Serra do Araripe às seis da tarde. Foi ele quem o Sesc Santos escolheu para reabrir as portas de seu teatro após um ano e meio enclausurado. E no caminho até o show era impossível não pensar nisso também, nesse período recluso. Fui a pé com um amigo e lembrávamos dois adolescentes caminhando quilômetros até um show de hardcore, ansiosos pelo acontecimento, mãos geladas nos bolsos, pensando nos que gostariam de estar e se foram precocemente. Afinal, é o Chico, essa Entidade que dizíamos, poeta cantador que desenha as palavras no melhor estilo Guimarães Rosa, é um sertanejo trovador que vem de arrastar viola nas pedras de Catolé da Rocha e desafiar outras cordas nas festas de Loro em São José do Egito, que caminhando Paraíba se chega ao Pernambuco, esse Caicó Arcaico embrenhado de sertões herdeiro do Modernismo brasileiro conectou-se com o mundo. Um Béradêro, como descreve Chico no poema canção que abre seu primeiro disco, Aos Vivos. Aliás, também é a mística de abertura do concerto em Santos num emblemático Dia dos Professores – “e a cigana analfabeta lendo a mão de Paulo Freire”. Chico simboliza o dia e se posiciona. A partir daí o show é todo uma exposição de uma grande obra de arte com o artista simpático, bem humorado e muito inteligente que passeia leve e saudoso por seus discos o tempo todo interagindo com o público. Referências de Chico César a Santos Homenageia Santos cidade porto, cidade baía e seus Santos. Honra o público com muitos clássicos. Era impossível não se emocionar. Meu amigo chorou quando ouviu o brega modernista Da Taça, “do lance de dançar sem som, tão bom, bateu”, que vem acompanhada da música prece Onde Estará o Meu Amor, orada outrora por Bethânia. Quem não se emocionou quando soou À Primeira Vista, clássico dos clássicos, imortalizada em espanhol por Pedro Aznar? O poeta de referências e multireferenciado mostra que é um homem de seu tempo e anima com o refrão arroxado de History, e não perdoa com o reggae conjuntural Pedrada e a solidária De Peito Aberto, ambas músicas do disco O Amor é um Ato Revolucionário. Nas clássicas Mama África e Pedra de Responsa, ensaiamos o desejo de dançar com as mãos e meneando a cabeça ora culpados mas agradecidos por estarmos ali naquele momento e então Chico trouxe duas músicas inéditas e uma delas era um frevo muito sagaz – “eu vou tomar vacina quem não quiser que tome cloroquina”. Como não lembrar dos ausentes? Como? Ora! “Chega tem hora que ri de dentro pra fora. Não fica nem vai embora. É o Estado de Poesia”. Assim estávamos todes quando Chico caminhou e cantou e seguiu a canção de Vandré. Lágrimas de muitos momentos, ali encontraram braços que as buscavam em seus abraços solidários. Muitos Brasis se toparam. Marielle e Juliette E Chico perguntou, alguém do Nordeste? Vocês sabem o que é Arenguêra? E lembrou Marielle, e lembrou Juliette que paraibana como ele rezou Deus Me Proteja ao vivo no BBB e sagrou-se, e com ela o Chico porque “caminho se conhece andando”, é assim que vamos. Por fim, assim me despedi da noite Caminhando e Cantando Aos Vivos, os sem amor, os sem teto, os sem paixão, sem alqueire, Chico. Sem esquecer dos mais de 600 mil ausentes até aqui. Confesso que senti a ausência de A Prosa Impúrpura do Caicó, mas cheguei em casa mais leve que de costume. Aliás, fiz o que faço todas as noites: cantei Templo para o meu menino dormir.
Chico César reabre Teatro do Sesc Santos com jornada dupla

O cantor e compositor paraibano Chico César será o responsável pela reabertura do Teatro do Sesc Santos. O músico se apresenta na sexta (15) e sábado (16), às 20h, com capacidade reduzida para 212 pessoas. Os ingressos já estão à venda e custam entre R$ 20,00 e R$ 40,00. Chico César, nasceu em 26 de janeiro de 1964, em Catolé do Rocha, na Paraíba. Aliás, Chico explicita a irreverência, a criatividade e a poética, características de sua obra ao longo de sua trajetória. Autor de sucessos consagrados pelo público, como Mama África e À Primeira Vista, o paraibano tem nove álbuns lançados, entre eles Aos Vivos (1995), Cuscuz Clã (1996) e Respeitem os meus cabelos brancos (2002). Contudo, o artista desafia a saudade e aponta a distância como um estímulo que pode ser vibrante e cheio de calor humano, nestes tempos. Amizade e álbum com Zeca Baleiro Em maio passado, Chico César e Zeca Baleiro anunciaram um disco composto e gravado em parceria durante o período da quarentena. Aliás, à época, eles revelaram os dois primeiros singles, Lovers e Respira. No entanto não confirmaram a data de lançamento até o momento. “Concretiza-se assim o encontro de três décadas. Parece que demorou mas tudo tem seu tempo, o período de maturação. A pandemia, de certo modo, veio nos dizer da necessidade de estar perto das pessoas com as quais nos identificamos e nos vinculamos em ética e estética. Claro que tematizamos a pandemia mas também fizemos canções que poderiam ter sido geradas em qualquer momento e falam de outras coisas, assuntos perenes em nós. Zeca Baleiro é o parceiro na desconstrução da imagem estereotipada do Nordeste, a companhia que me faltava e chegou para me estimular nesse caminho. Música urbana, suburbana e rural em nossa marmita”, afirmou Chico César. Amigos desde 1991, Chico César e Zeca Baleiro participaram de um dos shows mais marcantes da música no Sesc Santos, no fim dos anos 1990. Por fim, com Os Cinco no Palco, que passou pelo Teatro do Sesc Santos, Chico César, Zeca Baleiro, Lenine, Paulinho Moska e Marcos Suzano deixaram memórias marcantes para os fãs.
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