Em Miolo do Oxente, Janu vai da lambada e arrocha ao indie e dream pop

Janu faz da sua música um mergulho pessoal, regional e universal, onde ritmos, estilos, líricas e sotaques se multiplicam e se combinam de modos inesperados. O novo disco, Miolo do Oxente, traz no título a intenção de entrar a fundo nas suas raízes, e ainda ir além. Sem se limitar aos estereótipos de um nordeste plural, ele une ritmos locais a outros vindos de longe. O resultado é uma coleção de canções habitadas por personagens e histórias que ampliam o escopo sonoro e lírico já apresentado no primeiro álbum, Lindeza. O álbum foi um inevitável produto da pandemia. Embora estivesse projetada antes do isolamento, a gravação ocorreu à distância, com Janu e Paulo Franco – cantor e músico da banda Gato Negro e prestes a lançar seu trabalho solo – se dividindo entre a produção musical e a gravação de todos os instrumentos. Entre idas e vindas digitais, foram se formando beats, harmonias e experimentações. “Algumas músicas, como Vey, Direção, Só e Miolo do Oxente seguem muito das inspirações no pop em seu sentido amplo – tanto no indie como na música popular mesmo. São misturas de arrocha e dream pop, piseiro e lambada francesa, guitarrada árabe e bregafunk. No disco tem de tudo isso. A ideia inicial era esse estudo sobre os pops – o pop pop e o pop popular”, resume Janu. Já canções como Viver é Massa e Dados Binários têm mais traços experimentais, com inspiração na neopsicodelia. Um exemplo disso é Caiu no Poço, que se inicia com um arranjo de I am the Walrus, dos Beatles, e uma inspiração em MGMT e Mané do Rosário – manifestação cultural tradicional de Alagoas. A faixa encapsula a ideia por trás do disco: explorar novos limites da canção e da musicalidade para além das expectativas. O lançamento vem na esteira de um resgate feito por Janu do repertório de seu primeiro álbum, Lindeza, em um show gravado ao vivo. Agora, o músico está pronto para uma nova fase criativa. Janu vem se tornando um expoente do efervescente cenário independente alagoano a partir de Arapiraca. O músico já acumula uma vivência musical que o projetou para plataformas de alcance nacional com o EP Matuto Urbano e músicas como Perdi La Night, que integra a trilha sonora do filme Morto Não Fala (Denninson Ramalho, Globo Filmes), e Teu Sorriso – esta última marca presença no filme O Retirante, do alagoano Tarcisio Ferreira, e no especial de 80 anos de Pelé. Com Miolo do Oxente, Janu olha para frente, sem deixar de reverenciar suas origens. “Esse é um disco que versa muito sobre caminhos, direção, retomada”, sentencia.

Primeiro Andar: Jova retrata dor pós-término em novo single

Jova: Primeiro Andar

A busca pelos discos e camisetas que restaram em um apartamento muitas vezes marca o rompimento de um grande amor. E este é o tema do novo single do cantor Jova: Primeiro Andar. A canção retrata um eu-lírico que desmorona ao lidar com a partida e com a iminente desolação. Primeiro Andar antecipa o álbum de estreia do músico natural de Belford Roxo (RJ) – previsto para o segundo semestre de 2022. O lançamento trata-se de uma releitura da canção que foi divulgada pela primeira vez em meados de 2020 através do EP Músicas Para Ouvir Perdido Na Floresta. Agora, a canção que já flertava com o indie rock ganha camadas assíduas de sintetizadores, com nuances de dream pop. Para chegar nessa sonoridade, Jova trabalhou com o produtor Gustavo Schirmer – aclamado principalmente por ter produzido o disco Violeta, do Terno Rei. Segundo o artista, a letra elucida a trivialidade da dor pós-término. “Por mais piegas que isso pareça ser, é natural que a gente se sinta em ruínas quando o que era bom deixa de existir. Pesa quando olhamos ao redor e só nos resta o vazio e o  silêncio”. A nova versão de Primeiro Andar corresponde ao primeiro lançamento da tríade de singles que Jova planejou para os primeiros meses de 2022. Isto porque o cantor divulgará os singles Ao meu lado e Casa caída, respectivamente, nas datas: 11 de março e 6 de junho. Jova é pseudônimo artístico de Diego Jovanholi, que está em atividade desde junho de 2020. Até o momento, o cantor e compositor também conta com os EP’s Nada É Fixo e Emergir em sua discografia. Ambos foram disponibilizados em meados de 2021.

Do emo-revive ao shoegaze e dream pop, Nenhum Caetano lança Nada. / Nós.

A identidade emo-revive da banda vicentina Nenhum Caetano, com influências de shoegaze e dream pop, é reafirmada com o novo EP Nada. / Nós., lançado na última sexta-feira (4). Em resumo, o EP conta com duas músicas autorais, sendo o segundo registro do grupo no ano, divulgado oito meses após o single Arpoador. Nada ao Seu Redor e O Tempo Não Espera Nós, que compõem o EP, estão disponíveis no Bandcamp e no canal do Nenhum Caetano no Youtube. Posteriormente, o lançamento também poderá ser ouvido por meio do Spotify. O Nenhum Caetano é composto por Luiz Kelevra, que é cantor, compositor e guitarrista, o baterista João Pedro Gonçalves, o guitarrista Luiz Fernando e o baixista Danillo Johnny Freitas, que ingressou na banda este ano, após as gravações do Nada. / Nós.. EP e novidades Luiz Kelevra explica que o EP é uma preparação para o primeiro álbum da banda, com lançamento previsto para janeiro. Aliás, o trabalho contará com 11 faixas, incluindo as duas músicas do Nada. / Nós.. O som foi gravado, mixado e masterizado no estúdio Warzone, em Santos, por Léo Mesquita, da banda Surra, e Willian Gomes. Inegavelmente, Title Fight, Citizen e Balance and Composure são referências para a Nenhum Caetano. “Quem gosta dessas bandas com certeza vai curtir o álbum”, ressalta Kelevra. Além disso, a banda diz que há um toque grunge em suas novas músicas, tendo as bandas Superheaven e Narrow Head como influências. Com relação ao EP, Nada ao Seu Redor é uma música tocada desde o começo da banda, que teve início no final de 2016. No entanto, ainda não havia sido divulgada oficialmente. “Ela traz um sentimento nostálgico para nós”, afirma o vocalista da Nenhum Caetano. Foi com base nisso que a banda escolheu uma foto dos anos 1990, quando todos os integrantes eram crianças, para ilustrar a capa do EP. Já O Tempo Não Espera Nós é uma produção mais recente do quarteto. Ela foi escolhida para compor o EP pois é a música que tocará na sequência de Nada ao Seu Redor no futuro disco da banda. Além do álbum previsto para janeiro, a Nenhum Caetano também está com a produção de um videoclipe em andamento. De acordo com o grupo, o clipe pode ser lançado ainda neste mês ou em janeiro. Para acompanhar as novidades, basta seguir a banda no Instagram. Nada. / Nós. by Nenhum Caetano

Nenhum Caetano volta à ativa com single Arpoador, ouça!

capa do single arpoador

A quarentena está mudando a forma como pensamos e consumimos música, fazendo com que repensemos, inclusive, o papel dela em nossas vidas. Exemplo disso é o trio vicentino de post-punk, dream pop e shoegaze, Nenhum Caetano que, em meio ao isolamento social, resolveu voltar à ativa e lançar seu novo single, Arpoador, nas plataformas digitais. Há cerca de um ano, Luiz Kelevra, João Pedro e Luiz Fernando decidiram encerrar as atividades do grupo. Motivos? Problemas pessoais e profissionais. Mas meses depois sentiram o vazio deixado pela banda e voltaram a se reunir, começando tudo do zero. Foi assim que surgiu o single Arpoador, lançado oficialmente em 4 de abril, que marca o retorno definitivo do trio. Está nos planos da banda a produção e finalização de um novo disco ainda para este ano. O EP Acontece Sempre Isso, de 2017, está disponível para download gratuito no bandcamp. Luiz Kelevra afirma que a pandemia do novo coronavírus pegou a banda de surpresa e que isso pode atrasar o lançamento do disco. Porém, sabem que tudo isso é por um bem maior. “O single estava planejado pra sair mais ou menos nesse período”, conta. “Confesso que fiquei um pouco receoso de lançar o single nesse momento, mas acabou excedendo a nossa expectativa e as pessoas gostaram muito de Arpoador, estamos muito felizes com esse feedback positivo”. Influências Quem gosta de bandas como Title Fight, Slowdive e Nirvana, pode encontrar elementos familiares do post-punk e do shoegaze. Entre os sons que mais inspiram o trabalho da banda estão o disco White Pony, do Deftones, In Utero, do Nirvana, e Loveless, do My Bloody Valentine. Além deste último, Kelevra ressalta o disco Souvlaki, dos ingleses da Slowdive. “Foram elas as responsáveis pela Nenhum Caetano ter um pezinho no dream pop e shoegaze como influência”. Ouça abaixo o single Arpoador