Duda Beat apresenta “Tara e Tal”, seu terceiro álbum

Logo aos primeiros acordes, Tara e Tal, novo álbum de Duda Beat – e seu primeiro projeto completo pela Universal Music – , traz uma surpresa. Os sons, distorcidos e ritmados, sugerem ao ouvido desatento que o que virá pela frente será radicalmente diferente dos seus primeiros trabalhos, Sinto muito (2018) e Te amo lá fora (2021). No entanto, à medida em que avançamos nas faixas, fica mais claro que, sim, é um trabalho com inegável pegada eletrônica, feito para as pistas, uma musicalidade com a energia lá em cima, mas não representa uma ruptura com os álbuns anteriores. Pelo contrário, Tara e Tal fala do traçado de rumos – existenciais, musicais, artísticos e estéticos. É um passo natural na carreira desta artista que usa sua arte para refletir sobre os caminhos da construção do feminino em si. A ideia inicial de Tara e Tal era trazer uma voz mais assertiva, mais madura, mas também mais leve. Para isso, Duda, Tomás Tróia e Lux (os produtores) e equipe se retiraram para uma ilha conhecida pelo clima alegre e ensolarado. Queriam fazer um álbum bem dançante. Resultado: choveu todos os dias. Foi como um zap vindo dos céus, aquele recado amigo que chega na hora certa: Sim, vamos dançar, vamos botar o pé na areia, vamos jogar os braços para cima, mas não vamos esquecer que esse trabalho é parte de um processo. Dessa vez, no entanto, o processo está pronto para aterrissar no terreno deliciosamente escorregadio das pistas. Tara e Tal foi pensado de tal maneira que acompanha a Diva Glam desde a audição íntima até o palco – agora concebido em um show em três atos, teatral e emocionado, com tudo pronto para mobilizar a banda, o balé, os backing vocals e o público em um espetáculo catártico e simbiótico. Duda Beat sempre fala de amor – e o amor é a mais complexa das emoções humanas. Traduzi-lo em forma de canção exige lidar com uma ampla gama de sutilezas estéticas. Nada é exatamente o que parece ser. Tudo comporta mais de uma leitura, mais de uma abordagem. Como nas relações humanas, todas as músicas trazem alguma coisa inesperada, uma espécie de plot twist. E assim, o que poderia ser apenas um excelente álbum dançante, pronto para fazer ferver qualquer pista ou levantar qualquer lineup, recebe uma mistura de elementos improváveis, que resulta em surpreendentes camadas de significados. Duda Beat soma diferentes estilos, referências e épocas. Lança mão dos beats dos anos 90 e 00s – como o house, drum n bass, boombap, dancehall, reggaeton – mas os mistura à música eletrônica mais atual, com o EDM, Jersey club, drill, future bass, lo fi, funk – sem medo de ousar. Isso fica bem claro, por exemplo, em Drama, faixa que abre o álbum, que inicia com uma guitarra do Lúcio Maia reverenciando a banda Nação Zumbi. Night Maré é um rock com elementos eletrônicos – como house e trance – e guitarras distorcidas, que ganha um refrão bem latino, quebrando expectativas e trazendo uma associação instigante e nada óbvia. O mesmo acontece com Teu Beijo, um drum n bass bem simples que, em seu terço final, deixa o tempo cair pela metade, abrindo espaço para uma guitarra heavy metal bem pesada, o que muda completamente o clima da música. Ou em Quem me dera, a muito sonhada parceria com Liniker, que também aponta para um rumo e adota outro ao longo da faixa. Em termos temáticos, Tara e Tal descreve, em 12 faixas, as vivências e reflexões de uma mulher que acorda cheia de questões mal resolvidas e, ao longo de um período, resolve digerir suas mais recentes experiências afetivas, agora buscando um equilíbrio entre a tara – o sentimento que nos leva para a frente, mesmo que desajeitadamente – e o tal – a necessidade de não deixar que os amores líquidos atropelem o crescimento. Não é à toa que o álbum encerra com Na tua cabeça, a canção que constata que, mesmo ainda se sentindo rejeitada e abandonada, a protagonista tem certeza de que veio para ficar, veio para marcar a vida do outro. Tara e Tal traz todos os elementos que alimentam a intensa comunicação que Duda Beat tem com seu público – mas vai além. Traz elementos de underground muito fortes, só sugeridos nos trabalhos anteriores. Escancara a vulnerabilidade emocional – e a transforma em motor de crescimento. Não tem medo de ser ambíguo, complexo e intrigante. Se joga inteiro na pista como uma pessoa de carne e osso o faria: com expectativas, angústia, ansiedade, sonhos, e um caminho bem delineado de superação. Como a própria Duda Beat ressalta, Tara e Tal é a celebração do encontro entre as duas faces de ser mulher: a vulnerabilidade e o empoderamento.
Duda Beat esbanja simpatia no MITA Festival

Uma das atrações exclusivas de São Paulo desta edição do MITA Festival, a cantora pernambucana Duda Beat mostrou mais uma vez o motivo de ter se tornado uma das queridinhas do pop brasileiro nos últimos anos. Transitando entre seus dois discos, Sinto Muito (2018) e Te Amo Lá Fora (2021), a cantora apresentou um setlist com mais de 15 canções para um público que ainda chegava ao Novo Anhangabaú por volta de 14h30 deste sábado (3). Mesmo com o festival ainda não atingindo seu ápice de pessoas no horário, engana-se quem pensa que o show da artista estava vazio. Os destaques vão para a simpatia de Duda Beat, que se comunica com o público durante toda a performance, e também para o show visual e coreográfico que ela e suas dançarinas trouxeram. Por se apresentar no palco Deezer, sem pista premium, o contato com o público também foi muito presente durante toda a performance. Nas canções, os fãs acompanharam grande parte das músicas presentes no primeiro álbum da cantora, com destaque para Bixinho, uma das faixas mais famosas da artista, tocada já no fim da apresentação. O ponto negativo do show acabou acontecendo no fim, já que durante a performance de Tocar Você, o microfone de Duda sofreu problemas técnicos, afetando o encerramento do show.
Com Emicida fechando, Festival Turá mostra a força dos músicos brasileiros

O primeiro dia do Festival Turá, que aconteceu no Parque Ibirapuera, em São Paulo neste sábado (2), mostrou a força dos nossos artistas. Sem atrações internacionais, o evento trouxe bons nomes para o seu lineup. Lagum, Duda Beat, Paulinho da Viola e Emicida foram as principais atrações do dia e não decepcionaram. Aliás, vale ressaltar os imprevistos, duas atrações já anunciadas não puderam comparecer por questões de saúde e tiveram de ser trocadas de últimas hora. Lagum Em síntese, a galera do Lagum vem se estabelecendo como umas das bandas queridinhas do público jovem. Com um setlist repleto de hits, o grupo fez uma apresentação enérgica para agitar as pessoas. Ainda assim, por conta do horário, o conjunto fez um show para um número menor de pessoas em relação as outras apresentação. Contudo, isso não afetou em nada a qualidade do espetáculo. Como citado, o Lagum é muito querido pelo público, por conta disso, o vocalista Pedro Calais foi sempre acompanhado pelas pessoas pessoas presentes nos refrões. Sempre variando entre as canções mais agitadas com as românticas, a banda escolheu bem seu repertório e agradou. Duda Beat A cantora pernambucana foi outra que chegou cheia de energia. Com sua banda e repleto de dançarinas no palco, a popstar brasileira trouxe canções dos seus dois discos de estúdio. Ainda assim, a recepção para as músicas do Sinto Muito, divulgado em 2018, são muito mais calorosas. Destaque para Bixinho, que foi acompanhada a todo momento pelos fãs. Contudo, é importante ressaltar a evolução da artista. Ao vivo, as composições do álbum Te Amo Lá Fora (2021) são muito bem apresentadas e tem tudo para virar o carro-chefe nos shows da cantora em breve. Paulinho da Viola Trazendo o show mais tranquilo do dia, o sambista Paulinho da Viola teve a dura missão de substituir Zeca Pagodinho no lineup. Vale lembrar que Zeca contraiu Covid-19 e teve sua presença cancelada dias antes do festival. Na performance, Paulinho foi de poucas palavras, mas musicalmente impecável, mesmo aos seus 79 anos. O músico tocou pelo menos uns três instrumentos durante sua apresentação no Festival Turá. Feliz foi o público que caiu no samba e cantou muito. Vale ressaltar já o número de pessoas no local na penúltima apresentação da noite. Emicida De longe a atração mais esperada do dia, o rapper segue fazendo um grande trabalho em seus shows. Ademais, Emicida trouxe uma mescla dos seus discos em 1h30 de show. Sempre trazendo canções mais tranquilas do disco AmarElo (2019) no início do show, o músico fez a alegria das pessoas principalmente com Quem Tem Um Amigo. Em resumo, com uma segunda parte bem mais explosiva, Emicida trouxe seus principais hits no final, como Levanta e Anda, penúltima faixa apresentada. Como já é de costume, o músico fechou a noite com a ótima Principia, que fez o público se emocionar ainda mais com o show. Vale destacar sempre o engajamento social do músico, que abordou diversos temas em seu período no palco. Festival Turá Como citado no início do texto, o maior acerto do Festival Turá foi ter focado em artistas brasileiros. Além de valorizar a nossa cultura, o evento mostrou que é possível fazer uma boa festa apenas com pratas da casa.
Te Amo Lá Fora: Duda Beat foge da mesmice em novo disco

A artista pernambucana Duda Beat divulgou no fim do mês de abril, seu segundo trabalho em estúdio. A temática de ‘sofrência’ ainda segue muito presente nas músicas da cantora, contudo, o amadurecimento musical de Duda é evidente. O debute da popstar brasileira aconteceu em 2018, com Sinto Muito. Logo após o lançamento, o álbum entrou nas graças do público. Estes três anos em ‘hiato’ fez a artista conseguir experimentar e testar coisas novas em suas canções, e isso é mostrado com maestria no novo disco. Te Amo Lá Fora As raízes nordestinas da cantora está presente logo nos primeiros segundos de Tu e Eu, primeira faixa do disco. E assim o trabalho segue até seu final. Ademais, se engana quem acha que Duda Beat mantém o mesmo estilo durante as 11 canções. A artista faz a transição de forma muito bem elaborada entre o pagode, forró, pop e ritmos nativos… mas claro, sem deixar a sua influência pop apagada. Em resumo, é um trabalho curioso, você nunca sabe o que virá na próxima faixa – a não ser a sofrência nas letras, que também agrada. Destaque fica para Nem um Pouquinho, faixa feita em parceria com o rapper Trevo, que conta com fortes influências baianas. 50 Meninas, com grande inspiração no reggae, também vale ser mencionada. Como já citado, o elo que liga todas as canções são as letras. Em síntese, Duda segue abordando amores não correspondidos e sofrências no seu trabalho, assim como acontece em Sinto Muito. Desde já, A expectativa para um novo trabalho criado pela cantora permanece entre nós.
Anavitória e Duda Beat revisitam clássicos cult contemporâneos

Não passa vontade, o novo clipe de Anavitória, traz uma novidade e uma surpresa. A novidade é a parceria inédita com Duda Beat. A surpresa é cinematográfica. Por sugestão da própria dupla, os produtores fizeram uma seleção de filmes cult do início desse século e escalaram Ana, Vitória e Duda como atrizes para lembrar algumas das cenas que mais marcaram a geração delas. Ademais, o novo single navega pela onda pop da dupla, trocando os violões pela batida eletrônica suingada, até ser invadida pela força da nordestinidade dos vocais de Duda Beat. O carisma dramático elas mostraram no filme Ana e Vitória (2018), mas agora as meninas e a equipe técnica precisaram encarar um desafio maior: reproduzir as cenas da maneira mais fiel possível, o que inclui figurinos, cenários, atuação, iluminação, enquadramentos e movimentos de câmera. O resultado ficou incrível. Alguns dos filmes Primeiramente, quem vê Vitória descendo de um ônibus verde, usando uma peruca de cabelos louros e lisos, pode jurar que se trata de Gwyneth Paltrow em Os Excêntricos Tenenbaums, caminhando ao encontro de Luke Wilson. Só que Wilson virou Ana Clara, com direito à indefectível faixa de tenista na cabeça, um dos símbolos da excentricidade que o diretor Wes Anderson coloca em quase todos os seus personagens. Parece fácil, mas imagina o esforço que foi colocá-las correndo atrás de uma Kombi para entrar no carro em movimento? Aliás, uma das cenas mais engraçadas de A Pequena Miss Sunshine, foi também a que mais divertiu Ana Clara. “A caracterização estava muito igual”, diz Ana. “A gente ficava rindo muito uma na cara da outra”, completa Vitória, que ficou fascinada com a possibilidade de ter um túnel “só pra elas”. É que para reproduzir a cena de Emma Watson em As Vantagens de Ser Invisível, elas literalmente pararam o trânsito em São Paulo. Poderíamos revelar todos os filmes que ganharam releituras aqui, mas vamos deixar para vocês. Conseguem identificar todos? Boa sorte com Duda Beat e Anavitória!
Duda Beat + Jaloo + Mateus Carrilho = Chega

É, não é de hoje que Duda Beat chama atenção. Depois de lançar o disco de estreia Sinto Muito, que foi aclamado por boa parte da mídia em 2018, a cantora chegou ao Lollapaloza em 2019. E por lá, ela apresentou a música Chega pela primeira vez ao lado de Jaloo e Mateus Carrilho. O som chegou somente nos últimos dias nas plataformas de streaming e afins. E com isso, também é a pauta da vez aqui no Válvula de Escape. Não dá pra abordar essa música sem anteriormente citar a recente nova versão de Bixinho. Trata-se de um remix mais acelerado, que se faz até mais empolgante que a versão original da música (presente no debute da cantora, citado acima), e conta com participação especial de (Lux & Tróia). Ouvir esta canção, aliás, me fez apreciar mais o trabalho de Duda. O balanço, literalmente, me contagiou. Proibição na gringa O que deu-se mais ainda quando a mesma lançou o single Chapadinha Na Praia: uma versão mais do que original para High On The Beach, de Lana Del Rey. Infelizmente, a música de Duda foi barrada pela gravadora da cantora gringa. (PS: Mas algum abençoado reupou no Youtube e por enquanto, ainda é possível escutar aqui) Enfim, voltando ao tema, que de fato é proposto hoje, vejo que Duda está prestes a obter um alcance capaz de “furar a bolha indiezera” que à acompanha hoje. E o single novo, com o ex-Banda Uó Mateus Carrilho e o também conhecido Jaloo, é definitivamente mais um grande passo nesse caminho. Dançante, pop e envolvente são palavras que podem facilmente resumir a faixa. Porém, a divisão das vozes, muito bem arquitetada, é um dos pontos mais interessantes na música também recheada de elementos percussivos em seu beat. Outra coisa que me atraiu bastante para a canção foi a arte da capa – que é uma beleza a parte.
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