Diga: O silêncio dito e o grito calado, uma análise em três atos da trilogia da Fresno

Entre versos sussurrados e guitarras que cortam o silêncio, a Fresno construiu uma trajetória marcada pelo peso do tempo e pela arte de transformar sentimentos em som. Surgida em Porto Alegre no final dos anos 90, a banda – formada por Lucas Silveira, Vavo Mantovani e Thiago Guerra – atravessou gerações explorando a melancolia, o caos e a resiliência emocional em letras que funcionam como confissões abertas. Na trilogia Diga – Parte 1, Parte 2 e Parte Final –, lançada no álbum Eu nunca fui embora (2024), a Fresno leva essa narrativa a um novo patamar. O que poderia ser apenas um relato sobre o fim de um relacionamento se desdobra em três atos carregados de luto, aceitação e reconstrução. Uma história que não se encerra em palavras, mas se estende e ocupa o espaço entre o que se diz e o que se cala. A produção instrumental da trilogia é uma narrativa por si só, em que dedilhados suaves ao piano tecem o lamento inicial, enquanto explosões de guitarras distorcidas irrompem como gritos de revolta e desespero. Essa variação sonora é mais do que um pano de fundo: é o reflexo visceral dos altos e baixos emocionais do eu-lírico, um espelho das paisagens internas que ele atravessa. As participações pontuais surgem como vozes externas, ora como apoio, ora como confronto, intensificando o peso narrativo de cada instante. Cada capítulo dessa saga musical é como um fragmento de um espelho estilhaçado, onde as peças se encaixam apenas para mostrar uma visão incompleta, mas profundamente verdadeira, da dor e do luto. É aqui que o trabalho de escuta, tal como delineado por Cristian Dunker em O Palhaço e o Psicanalista, assume o protagonismo: escutar não é apenas um ato voltado ao outro, mas uma tarefa árdua de voltar-se para si, para o que ecoa nas cavernas mais profundas da alma. Essa escuta interna, que fere e transforma, guia o ouvinte por uma jornada intensa, onde súplicas, revoltas e aceitação coexistem como camadas de uma mesma experiência emocional. Tudo isso pulsa em consonância com as teorias freudianas sobre o luto, revelando que elaborar um trauma é um ato tanto de dor quanto de criação. Considerando que o imperativo Diga nomeia todas as partes da trilogia, será que esse que ordena banca esse lugar da escuta? Será que existem ferramentas para elaboração do que será dito? A escuta e a subjetividade: ecos de Dunker e Freud Em O Palhaço e o Psicanalista, Christian Dunker nos convida a perceber a escuta como algo que ultrapassa o simples ato de ouvir, pois implica ser atravessado pelo outro e permitir que palavras e silêncios reverberem na própria subjetividade. Seguindo essa lógica, a trilogia Diga, da Fresno, não apenas explora essa dimensão da escuta, mas também a ressignifica ao transformá-la em uma experiência musical que exige atenção plena e imersão emocional. Se a psicanálise selvagem desafia os limites da escuta analítica, poderíamos considerar essa uma forma de escuta selvagem, na qual som e significado se entrelaçam de maneira visceral? Aqui, escutar não se resume a acolher o outro, mas também exige um confronto direto com as próprias camadas, que se revelam fragmentadas, contraditórias e, por vezes, dolorosas. Freud, em Luto e Melancolia, argumenta que o luto não se encerra na mera aceitação da perda, pois demanda um trabalho ativo de desapego, no qual as pulsões, antes concentradas no objeto perdido, precisam ser deslocadas para que o sujeito possa reconstruir-se. Da mesma forma, Dunker, ao ampliar essa perspectiva, aponta que o luto também é atravessado pela escuta das vozes internas — aquelas que carregam as dores indizíveis e as verdades mais difíceis de encarar. Diga propõe uma jornada que oscila entre a dor da ausência e a necessidade de reorganizar os próprios afetos, criando, assim, um espaço onde a escuta se torna tão essencial quanto a própria enunciação. Em Diga Parte 1, essa escuta aparece como um apelo dilacerante, um grito contido que oscila entre súplica e resignação. O eu-lírico ainda está preso ao sonho, ao desejo de reconexão. Esse momento é marcado pela melancolia que Freud descreve como a fase inicial do luto: a negação da perda e a tentativa de preservar o objeto ausente no campo das memórias. Os dedilhados suaves e o piano que chora ao fundo intensificam a sensação de vazio, enquanto a voz fragilizada de Lucas ecoa como um lamento que encontra alento apenas no onírico. Diga Parte 2 já é outro cenário. A melancolia dá lugar à raiva, e o eu-lírico, que antes pedia, agora confronta. As memórias, que outrora traziam um certo consolo, tornam-se espinhos. É a fase da revolta, em que o objeto perdido não é mais idealizado, mas encarado com rancor. A música acompanha essa mudança com guitarras distorcidas e vocais incisivos, criando uma atmosfera de confronto e desgaste. Dunker diria que é aqui que a escuta se torna mais turbulenta, pois ouvir a si mesmo nesse momento é como olhar um espelho rachado — nada parece inteiro, tudo provoca. Já Diga Parte Final apresenta um ponto de ruptura definitivo. A voz feminina que surge é incisiva, cortante, quase um julgamento. Não há mais espaço para pedidos ou reconciliações. A negação, que antes era do luto, agora é do retorno. A voz feminina, ao dizer “você não vai mudar”, é o eco de um eu-lírico que finalmente se despede — não com a paz serena que se espera da aceitação, mas com o grito de uma liberdade que se conquista com dor. Aqui, Freud e Dunker se encontram: o que não é dito, o silêncio carregado, fala mais alto que qualquer palavra. A trilogia Diga não apenas narra um término; ela vive o luto. Cada etapa, cada acorde, cada pausa, reflete as nuances de um processo que é tão universal quanto íntimo. A escuta, como sugere Dunker, é o fio condutor: escutar o outro, escutar as memórias, escutar os silêncios. É um trabalho que dilacera, mas que também transforma. E assim, como em Freud, a dor da perda
Polifonia anuncia festival com Anberlin, Fresno, Emery, Hateen e Mae no Brasil

Depois de cinco edições, o Polifonia anunciou o “Emo Vive”, festival em formato de turnê com as bandas norte-americanas Anberlin, Emery e Mae, além das nacionais Fresno e Hateen. A tour passará por São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. As apresentações acontecem entre os dias 4 e 8 de junho (confira abaixo). A venda de ingressos já começou. A Emo Vive terá um detalhe muito interessante: Anberlin tocará o álbum Never Take Friendship Personal, enquanto a Fresno fará um apanhado dos três primeiros álbuns (Quarto dos Livros, O Rio A Cidade A Árvore e Ciano). Por outro lado, a Emery focará no álbum The Weak’s End, enquanto a Mae tocará The Everglow. Em São Paulo, única cidade que receberá duas noites com o mesmo lineup, o Hateen fará dois sets diferentes, um com músicas em português, outro em inglês. Cada noite do festival também contará com bandas locais: Projeto Hare (Porto Alegre), Def (Rio de Janeiro), Boasorte (São Paulo, noite 1) e Morro Fuji (São Paulo, noite 2). Serviço – Polifonia Emo Vive 🎫 04/06 Porto Alegre @ Auditório Araújo ViannaTickets – Sympla/ festivalpolifonia.com.br 🎫 06/06 Rio de Janeiro @ Fundição ProgressoTickets – ingresse / festivalpolifonia.com.br 🎫 07/06 São Paulo @ AudioTickets – ingresse / festivalpolifonia.com.br 🎫 08/06 São Paulo @ AudioTickets – ingresse / festivalpolifonia.com.br
I Wanna Be Tour anuncia lineup com Fall Out Boy e Good Charlotte como headliners

Depois do sucesso da primeira edição da I Wanna Be Tour, em 2024, que reuniu mais de 150 mil pessoas e passou por vários cantos do Brasil, os fãs mostraram que estão prontos para estampar o país de xadrez, preto e branco novamente em 2025. Fall Out Boy, Good Charlotte, Yellowcard, Story Of The Year, The Maine, The Veronicas e Neck Deep serão as atrações internacionais que farão parte do line-up. Os brasileiros Fresno, Forfun, Dead Fish, Gloria e Fake Number completam a programação. Em uma realização da 30e, o evento acontecerá no dia 23 de agosto, em Curitiba, no estádio Couto Pereira; e no dia 30 de agosto, em São Paulo, no Allianz Parque. Ingressos para o público geral estarão disponíveis a partir de quinta-feira (30), às 12h, no site da Eventim. “A I Wanna Be Tour se tornou uma comunidade muito forte. O público se apegou à identidade visual e à proposta do evento e estamos preparando uma segunda edição ainda mais especial”, afirma Caio Jacob, Vice-Presidente de Global Touring & Festivals. “A nossa intenção é a de que essa marca, assim como o evento, esteja sempre em evolução, então teremos uma versão aprimorada para o ano que vem”, ele complementa. O público terá a oportunidade de reviver as emoções e cantar a plenos pulmões os seus hinos nostálgicos, mas com uma diferença: ao vivo com seus ídolos. Assim como na primeira edição da IWBT, a divisão entre dois palcos será mantida. No It’s Not a Phase Stage se apresentarão Fall Out Boy, Yellowcard, Forfun, Dead Fish, Story Of The Year e Gloria. Já Good Charlotte, Fresno, The Veronicas, The Maine, Neck Deep e Fake Number compõem o palco It’s a Lifestyle Stage. Em 2024, a I Wanna Be Tour passou por São Paulo, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, reuniu 150 mil pessoas e apresentou shows memoráveis com as bandas Simple Plan, A Day To Remember, The All-American Rejects, All Time Low, The Used, Asking Alexandria, NX Zero, Pitty, Boys Like Girls, Mayday Parade, Plain White T’s e Fresno. Datas e locais SERVIÇOI Wanna Be Tour 2025Realização: 30e CURITIBAData: 23 de agosto de 2025 (sábado)Local: Estádio Couto Pereira – Endereço: R. Ubaldino do Amaral, 63 – Alto da Glória, Curitiba – PRHorário de abertura dos portões: 10hClassificação Etária: Entrada e permanência de crianças/adolescentes de 5 a 15 anos de idade, acompanhados dos pais ou responsáveis, e de 16 a 17 anos, desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Setores e preços:Arquibancada – R$ 172,50 (meia-entrada legal) | R$ 241,50 (ingresso social) | R$ 345,00 (inteira)Cadeira Superior – R$ 247,50 (meia-entrada legal) | R$ 346,50 (ingresso social) | R$ 495,00 (inteira)Cadeira Mauá e Inferior – R$ 347,50 (meia-entrada legal) | R$ 486,50 (ingresso social) | R$ 695,00 (inteira)Pista Única – R$ 447,50 (meia-entrada legal) | R$ 626,50 (ingresso social) | R$ 895,00 (inteira)VIP Package – R$ 947,50 (meia-entrada legal) | R$ 1.126,50 (ingresso social) | R$ 1.395,00 (inteira) Início das vendas:Venda geral: 30 de janeiro, 12h (on-line) e às 13h nas bilheterias oficiaisVendas onlineBilheteria oficial: Hard Rock Café Curitiba – Rua Buenos Aires, 50 – Batel, Curitiba/PRFuncionamento: Segunda a sábado, das 11h30 às 19h. SÃO PAULOData: 30 de agosto de 2025 (sábado)Local: Allianz Parque – Av. Francisco Matarazzo 1705 – Água Branca, São Paulo/SPHorário de abertura dos portões: 10hClassificação Etária: Entrada e permanência de crianças/adolescentes de 5 a 15 anos de idade, acompanhados dos pais ou responsáveis, e de 16 a 17 anos, desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Setores e preços:Cadeira Superior – R$ 247,50 (meia-entrada legal) | R$ 346,50 (ingresso social) | R$ 495,00 (inteira)Cadeira Inferior – R$ 347,50 (meia-entrada legal) | R$ 486,50 (ingresso social) | R$ 695,00 (inteira)Pista Única – R$ 447,50 (meia-entrada legal) | R$ 626,50 (ingresso social) | R$ 895,00 (inteira)VIP Package – R$ 947,50 (meia-entrada legal) | R$ 1.126,50 (ingresso social) | R$ 1.395,00 (inteira) Início das vendas:Venda geral: 30 de janeiro, 12h (on-line) e às 13h nas bilheterias oficiaisVendas onlineBilheteria oficial: Allianz Parque (após a abertura de venda geral) – Portão A – Rua Palestra Itália, 200 – Perdizes, São Paulo/SPFuncionamento: Terça a sábado, das 10h às 17h | *Não há funcionamento em feriados, emendas de feriados, dias de jogos ou em dias de eventos de outras empresas.
Fresno lança a segunda parte do álbum Eu Nunca Fui Embora

A banda Fresno lançou a segunda parte do álbum Eu Nunca Fui Embora, sequência do disco divulgado em abril com sete faixas e participação de Pabllo Vittar. Agora, o grupo apresenta mais sete canções e feats com NX Zero, Chitãozinho e Xororó, Dead Fish e Filipe Catto. Eu Nunca Fui Embora – Parte 2 tem início com A Gente Conhece o Fundo do Poço, que acabou sendo a última canção a entrar na tracklist do álbum. “Senti que ainda faltava uma faixa e logo surgiu a ideia dos primeiros acordes. A melodia e a letra são bem a cara da Fresno”, lembra o vocalista. Na sequência, Se Eu For Vou Com Você conta com a participação de NX Zero e traz um sax que leva o ouvinte em uma viagem direto para os anos 1980. “Esse feat é quase uma reparação histórica”, conta Lucas, fazendo referência aos anos de pedidos de fãs por essa reunião. As duas bandas despontaram na mesma época na cena musical e, apesar de manterem diversas interações ao longos dos anos, eles ainda não tinham gravado em conjunto. Fala Que Ama segue a mesma vibe oitentista e também conta com a presença do sax para compor a melodia da música. Ela narra a história de uma pessoa que, apesar de todas as desilusões, tem dificuldade em se desapegar do parceiro. Essa Vida Ainda Vai Nos Matar, com o Dead Fish, aborda as vitórias e as derrotas de quem vive pela arte. “Às vezes, parece que nada vai dar certo, mas, mesmo assim, a vida precisa continuar e, no final, tudo vale à pena”, explica Lucas. “Ela mostra um pouco das nossas raízes, de como a Fresno começou dentro da cena do hardcore e uma das nossas influências nessa época foi o próprio Dead Fish”, completa. A trilogia composta por Diga, Parte 1 (2021), com o guitarrista Mateus Asato, e Diga, parte 2 (2012) ganha um último capítulo com Filipe Catto em Diga Parte Final. “Chegou a hora de acabar com tudo. A parte final é justamente esse fechamento amargo de que não era para ser mesmo e pronto, paciência. Vamos para a próxima”, afirma Lucas. Eu Nunca Fui Embora caminha para o seu desfecho com Canção Pra Quando o Mundo Acabar. O single puxa do melancólico para o sombrio e retrata os sentimentos de solidão e de descontrole. Anteriormente, o grupo já tinha apresentado a faixa bônus, Camadas com Chitãozinho e Xororó.
Fresno se une a Chitãozinho e Xororó para lançamento de “Camadas”

A Fresno entendeu desde muito cedo o poder da junção improvável entre artistas e gêneros distintos. Agora, Lucas Silveira (vocal e guitarra), Vavo (guitarra) e Guerra (bateria) dão uma nova perspectiva à canção Camadas, lançada na primeira parte do disco Eu Nunca Fui Embora, em abril. A faixa ganhou uma versão com a presença da dupla Chitãozinho e Xororó. Este lançamento antecipa a chegada da segunda parte do álbum Eu Nunca Fui Embora, programada para 26 de setembro. A colaboração entre a banda e a dupla sertaneja brinda uma parceria que arrebatou o público há 16 anos, quando eles participaram do Estúdio Coca-Cola, iniciativa produzida pela MTV Brasil para promover encontros entre artistas de diferentes gêneros com o intuito de reforçar como a música é plural e é capaz de unir as pessoas. “Nossa amizade começou naquela época e, desde então, os fãs associam muito a gente. Foi algo que deu muito certo. Diria que aquela gravação foi um dos pontos mais decisivos da nossa carreira até hoje”, comenta Lucas. Em junho deste ano, Lucas participou de um show da dupla, em um festival em São Paulo, dando aos fãs uma palhinha do que estava por vir. O vocalista dividiu com Chitãozinho e Xororó as canções que a Fresno tinha acabado de lançar e Camadas logo chamou a atenção dos irmãos. “Por muito tempo brincamos que essa música era super sertaneja e está aí a prova”, afirma. Camadas com Chitãozinho e Xororó é o primeiro lançamento da parte final do álbum Eu Nunca Fui Embora. Definindo os próprios padrões para a divulgação do projeto, a Fresno dividiu o disco em dois momentos. “Se a gente soltasse tudo de uma única vez, ninguém ia ter ‘memória RAM’ para processar tudo. Nem a gente”, relembra o vocalista. A segunda parte do disco Eu Nunca Fui Embora, que será disponibilizada no dia 26 de setembro, lista seis canções inéditas, mais a faixa bônus, Camadas. Lucas, Vavo e Guerra já divulgaram a tracklist, mas o trio ainda guarda seus mistérios ao esconder os feats e uma das canções. É possível afirmar pelo histórico colecionado ao longo dos 25 anos de banda que nada do que eles fazem é óbvio e, por isso, os fãs podem esperar de tudo. Eu Nunca Fui Embora irá somar à discografia de estúdio da Fresno, que é composta por: Vou Ter Que Me Virar (2021), sua alegria foi cancelada (2019), A Sinfonia de Tudo que Há (2016), Infinito (2012), Revanche (2010), Redenção (2008), Ciano (2006), O Rio a Cidade a Árvore (2004) e Quarto Dos Livros (2003). Tracklist de Eu Nunca Fui Embora – Parte 2
Fresno lança vídeo inspirado na Maratona do Beijo que rolou em Santos

Organizar um concurso de beijos parece algo improvável e um tanto curioso. E, por isso mesmo, pode render muitas histórias, encontros e surpresas. Foi assim com a Maratona do Beijo promovida por um shopping center de Santos, em 1993. O evento, que acabou ganhando bastante atenção da mídia na época, serviu de mote para a gravação do videoclipe da música Me And You (Foda Eu e Você), da Fresno. A canção, presente no álbum Eu Nunca Fui Embora – Parte 1, lançado em abril, transporta o ouvinte para além da melancolia emo característica do grupo, adentrando um universo leve e espontâneo do amor ao abordar a história de duas pessoas que se conhecem e dão certo juntas logo de cara. “Entre as músicas da primeira parte do álbum, a gente quis dar um destaque pra esta em especial. Ela mostra um lado diferente da Fresno, que temos explorado nos últimos tempos. Procuramos dar uma balanceada entre as músicas que tratam do amor dessa maneira mais leve para contrastar com os momentos em que falamos de forma mais intensa”, explica Lucas Silveira, vocalista da banda, formada ainda por Vavo (guitarra) e Guerra (bateria). Essa mistura tem sido confirmada, inclusive, nas apresentações ao vivo. “A gente brinca que essa faixa faz parte do bloco sensual do show, porque de fato é quando deixamos um pouco aquele drama forte de lado e falamos sobre outros jeitos de se viver o amor”, completa. No videoclipe, o casal vencedor do concurso do beijo se conhece durante o próprio evento. A ideia foi baseada em histórias reais da Maratona do Beijo de 1993, que reuniu duplas das mais diferentes personalidades e origens, incluindo algumas que se formaram apenas para concorrer, como retratado no registro produzido pela banda. “Trouxemos isso justamente para mostrar que algumas coisas que surgem por acaso podem ser muito importantes e, por isso, temos de estar sempre atentos aos detalhes”, reforça Lucas. Camila Cornelsen, parceira de longa data do trio, foi responsável pela direção e roteiro deste projeto, totalmente filmado em película de 16mm. “Várias histórias interessantes permeiam o evento real e eu, de alguma forma, absorvi para colocar no videoclipe. Quando eu contei a ideia pros meninos de retratar o concurso, eles adoraram e acharam que seria interessante fazer um registro visual mais narrativo”, explica Camila. Lucas, Vavo e Guerra aproveitaram para explorar o estilo cowboy no figurino, em uma estética que se alinha com o conceito visual do álbum como um todo. “Esse videoclipe foi filmado nos Estados Unidos e tivemos a ideia de brincar com um estilo próprio de lá, que nós acabamos chamando de ‘cowboy suave’. A gente ainda não pode explicar todo o conceito, mas quando lançarmos a segunda parte de Eu Nunca Fui Embora, tudo vai ficar muito mais amarrado”, afirma Lucas. A obra audiovisual registra a leveza e a espontaneidade dos encontros românticos, e a escolha do casting reforça a diversidade que a banda tanto valoriza em seus fãs. “O nosso público é bem diverso. Por sermos uma banda com muito tempo de estrada, a gente acumulou muitas safras de fãs. Por isso, no vídeo tem casal hétero, casal gay, casal que se formou na hora, namorados, casal de emos…”, finaliza Lucas.
Fresno apresenta turnê Eu Nunca Fui Embora no Espaço Unimed

Após lançar o álbum Eu Nunca Fui Embora (2024), que aborda as diferentes facetas de relacionamentos e tem Pabllo Vittar como participação especial em Eu te Amo / Eu te Odeio (Iô-Iô), a Fresno anunciou o seu primeiro show no Espaço Unimed, em São Paulo. A apresentação será em 18 de outubro. Os ingressos podem ser adquiridos a partir de sexta-feira (5). “Eu Nunca Fui Embora é uma celebração. Não tenho dúvida de que este é o disco e a turnê da nossa carreira”, resume Lucas. “A gente faz música pra cantar com a galera e poder viver isso juntos, mesmo depois de tantos anos, é incrível”, completa. O repertório da turnê mescla as novas canções com os clássicos que marcaram a trajetória do grupo. “Pensamos em uma seleção de músicas para que cada show seja único,” explica Lucas. Os lançamentos da Fresno se desdobram para além da parte sonora: o novo disco do trio, Eu Nunca Fui Embora , é marcado por uma nova identidade visual, inspirada no final da década de 1970. O processo de impressão adotado para os materiais do álbum é a risografia — algo equivalente a uma xerox colorida com quatro cores vibrantes, semelhante a uma foto de revista. “Sempre buscamos essa estética manual, não é apenas um filtro de Photoshop”, afirma Lucas. Sucessor de sua alegria foi cancelada (2019) e Vou Ter Que Me Virar (2021), Eu Nunca Fui Embora mostra como Lucas, Vavo e Guerra conseguem se reinventar. “São as melhores canções de toda a nossa carreira”, conclui o vocalista. SERVIÇOFresno @Espaço UnimedData: 18 de outubro de 2024 (sexta-feira)Local: Espaço Unimed – R. Tagipuru, 795 – Barra Funda, São Paulo – SPIngressos
Fresno dá contornos emo a “Disk Me”, sucesso de Pabllo Vittar

As diferentes vertentes sonoras sempre foram algo latente na história da Fresno. Resultado disso são músicas como The Rhythm Of The Night, regravação da banda italiana Corona; e o projeto INVentário, responsável por aquecer o público para a chegada do disco Vou Ter Que Me Virar (2021). Em abril deste ano, a aguardada parceria entre o trio e Pabllo Vittar ganhou forma com a faixa Eu Te Amo/ Eu Te Odeio (IO IO) e, logo, os fãs lembraram da versão de Disk Me, da Pabllo, criada durante uma das lives que Lucas Silveira (guitarra e voz), Vavo (guitarra) e Guerra (bateria) fizeram durante a pandemia. O grupo, então, propôs um desafio: se a canção recém-lançada alcançasse 1 milhão de streams no Spotify, eles liberariam o cover que estava na gaveta. A meta foi batida no primeiro mês após a estreia. Agora, chega às plataformas de áudio a regravação do hit pop com alma emo. Disk Me precede o show “Fresno convida Pabllo Vittar”, no Festival Turá, que acontece no próximo dia 29, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. “Eu acho que Disk Me é a canção mais bonita da Pabllo, no sentido de trazer essa coisa bem melancólica que se conecta em alguns graus com a Fresno”, resume Lucas. “Nunca tínhamos encontrado uma ocasião perfeita para lançar, mas esse momento se concretizou agora, com o Turá e com Eu Te Amo/ Eu Te Odeio (IO IO)”, completa. A regravação mantém a essência da letra, mas, agora, mergulha nas influências da Fresno. “Sonoramente falando, trouxemos o single para um lado mais emo, mas mantendo aquela levada de sofrência que a faixa tem”, explica o vocalista. A reinterpretação de Disk Me não só celebra a tão esperada colaboração entre Fresno e Pabllo Vittar, mas também destaca a capacidade dos artistas de transcender gêneros.
Fresno e Pabllo Vittar criam banda fictícia em Eu Te Amo / Eu Te Odeio (IO-IO)

Estamos nos anos 80 e, em um galpão, a banda F.P.V faz a sua primeira aparição. Qualquer semelhança dos integrantes com Fresno e Pabllo Vittar não é mera coincidência: Lucas Silveira (voz e guitarra), Vavo (guitarra) e Guerra (bateria) convidaram Pabllo Vittar para ser a frontwoman deste novo conjunto criado especialmente para o videoclipe de Eu Te Amo / Eu Te Odeio (IO-IO), faixa que entoa versos sobre o contraste de sentimentos vividos em um relacionamento. O audiovisual, delineado visualmente nas cores preto e branco, tem influência nos registros analógicos de grupos de hardcore daquela década, chegou ao YouTube e faz parte do álbum recém-lançado Eu Nunca Fui Embora. “É um som um mais bem-humorado do que o normal da Fresno, mas, ao mesmo tempo, tem peso, tem uma sensualidade ali”, resume Lucas. Dirigido pelos irmãos Keops e Raony, vocalistas do Medulla, o clipe carrega a aura transgressora de um misto de Washington com ABC Paulista dos anos 80, principalmente por trazer uma drag queen como protagonista. “É um negócio muito à frente do seu tempo”, sintetiza Silveira. Entre as inspirações, estão o musical Hedwig and the Angry Inch (1998) e shows das décadas de 1970 e 1980 que aconteciam em centros culturais e imóveis abandonados que abrigavam coletivos contraculturais. Ter a Pabllo Vittar como participação era um desejo antigo do trio, que chegou a se materializar durante as lives QuarentEmo quando Lucas fez um cover de Disk Me. “Assim que comecei a escrever, mentalizei que esta seria a música com a Pabllo”, lembra. Fã assumida de Fresno, a cantora não hesitou em aceitar o convite. “Já faz um tempo que a gente vinha conversando e trocando ideias para criarmos algo juntos. Eu adoro passear por diversos ritmos e ainda não tinha produzido algo com essa pegada mais rock. A parceria e a canção casaram no momento certo. Foi muito divertido gravar com os meninos. Adorei ser a frontwoman deles”, afirma Pabllo Vittar. Após a construção inicial do universo de F.P.V, com a locação, figurino e estética, a Fresno adicionou o público como novo elemento da equação. Lucas, Vavo e Guerra sempre foram muito próximos de seus ouvintes e, para este novo trabalho, quiseram deixar essa aproximação ainda mais latente: todos os figurantes presentes na gravação são fãs da banda. Para que a atmosfera visual remetesse a shows antigos, eles optaram por um clipe totalmente em preto e branco. “As fotos dessa época são muito icônicas, referências clássicas pra muito do que se vê hoje na cultura mainstream. Normalmente em preto e branco, com aquele caráter jornalístico, traz um tom documental, meio eterno”, explica Lucas. O refrão Eu Te Amo / Eu Te Odeio (IO-IO) interpola o single Io-Io, do Trem da Alegria com a Xuxa, composição da dupla Sullivan / Massadas, de 1988. Esta é a quarta faixa do álbum Eu Nunca Fui Embora. O trabalho mostra como Lucas, Vavo e Guerra conseguem se reinventar e entregar composições sempre atuais. “Eu abri bastante meu horizonte de composição nesses últimos lançamentos da Fresno, experimentando com mais parcerias, e até interpolações como esta”, finaliza Silveira.