Generais de Fralda, novo álbum do Mukeka Di Rato, chega ao streaming

Generais de Fralda é um disco rápido, direto e pesado. Nono registro de estúdio da já clássica banda Mukeka Di Rato, que completa 30 primaveras em 2025, o novo álbum traz uma sonoridade mais suja e agressiva, passando pela vertente crust do hardcore e letras cortantes, “sem meias palavras”, como já é uma marca do grupo. Com discurso político, “sempre na luta antifascista”, as músicas falam sobre corrupção, racismo estrutural, indústria de armas, precarização do trabalho, excesso de remédios e outros temas dos tempos atuais. Fepas (vocal e guitarra), Brek ( bateria), Mozine (baixo e vocal) e Paulista (guitarra e vocal) gravaram as 13 faixas do álbum no Estúdio Tambor, no Rio de Janeiro, com produção de Rafael Ramos. A faixa-título é auto explicativa. A segunda, Predadores Armados, “fala sobre o terrorismo de estado e a barbárie que os policiais promovem, principalmente nas periferias. E tem uma pegada instrumental meio Disrupt”, comenta Fepas. Se Droga Brasil é sobre o excesso de medicação. “Não aguento mais tomar tanto remédio/ Quantidade impressionante de remédio/Não aguento mais tanta Farmácia/ Injeção na veia alma esvaziada/ Droga, droga/ Droga, Brasil!” são os versos iniciais. Certamente muitas pessoas irão se identificar. “Essa letra Fabio Mozine trouxe praticamente pronta e a parte instrumental tem uma influência da banda DFL”. Criança Morta é inspirada no genocídio contra o povo palestino “e outras cenas de atentados contra crianças”, explica ele. Já o segundo single, Engenho de Sangue, “fala das bases da criação do que a gente conhece como Brasil, né? Racismo estrutural, oligarquia, ganância de muitos, exploração e massacre dos menos favorecidos”, aponta Fepas. “Essa música e General de Fralda eu tive a ideia, fiz a base e terminamos juntos no estúdio”. Filho da Rua é inspirada “no soco no estômago que é a gente se deparar todos os dias com um semelhante dormindo na rua, passando necessidade e tanta gente querendo naturalizar uma coisa dessas”. Fascism and Big Business fala da indústria das armas e Somente Moedas Acendem Velas foi inspirada numa igreja onde tem umas lâmpadas em forma de velas, e elas só acendem se você jogar uma moeda. Mozine ficou impactado. “Nos permitimos dar uma zoada, botamos metalofone e tem o Mozine cantando”. Tá Fácil Morrer tá Fácil Matar, escrita por Cristian Paulista, tem uma pegada curtinha tipo Napalm Death, o nome da faixa já fala por si. Globo da Morte “é um salve para os motociclistas e entregadores de aplicativo. Sabemos que muita gente se sacrifica, rala, se arrisca muito num trabalho precarizado. Tem que aguentar esculacho, humilhação e correr risco todos os dias por estar no trânsito lutando contra o tempo. Pegada instrumental com influência de Fugazi e Nirvana, mas o destaque é a participação de FBC, Fabricio, la de BH. O cara esmerilhou”, apontou Fepas. Ferrão é uma faixa polêmica dentro da banda, uns integrantes amam, outros odeiam a letra é uma viagem doida poética, que foi terminada no estúdio mesmo. Último Dia da Guerra é pesadíssima, inspirada num depoimento de um participante da Segunda Guerra Mundial. A música que fecha o álbum é o primeiro single, Desgraça Capixaba, lançado no Natal de 2024, que fala “das ‘maravilhas’ do estado do Espírito Santo. Assuntos pesados, mas tem uma pegada de reggae”, conclui Fepas.

Mukeka Di Rato libera single inspirado em obra de Darcy Ribeiro; ouça Engenho de Sangue

Em 2025, a banda Mukeka Di Rato completa 30 anos de serviços prestados ao hardcore brasileiro. Desde 1995, a banda capixaba é uma das maiores referências no estilo sem nunca abandonar a sua essência. Hoje formada por Fepas (vocal e guitarra), Brek ( bateria), Mozine (baixo e vocal) e Paulista (guitarra e vocal), eles preparam o lançamento de seu nono álbum, intitulado Generais de Fralda, para 16 de maio. O disco vem ainda mais pesado do que de costume, com a banda buscando uma sonoridade mais suja, mais agressiva, passando pela vertente crust do hardcore e com versos mais potentes. As letras, como já é uma marca da banda, falam sobre injustiça social, desigualdade e outras barbáries da humanidade. Em dezembro eles lançaram o primeiro single, Desgraça Capixaba, e agora lançam Engenho de Sangue. A música foi inspirada no livro do Darcy Ribeiro O Povo Brasileiro, ao se referir ao Brasil como “um moinho de gastar gente desde o início da sua história”. O álbum Generais de Fralda foi produzido por Rafael Ramos e será lançado em quatro formatos, em streaming pela gravadora Deck, e em LP, CD e fita cassete pela Laja Records. “Um disco DEMORADO, composto, gravado e conduzido na força do ÓDIO, que possivelmente não agradará aos fãs mais distraídos do Mukeka di Rato”, escreveu Mozine nas suas redes sociais.