Crítica | Duro de Atuar

Engenharia do Cinema Concebido originalmente como uma série da plataforma Qibi (cujo intuito era lançar séries de capítulos com menos de 10 minutos), que após seu fechamento repassou seu conteúdo para outras plataformas que optaram por transformar em breves longas metragens. Fazendo parte destas “Duro de Atuar” (cuja continuação já recebeu sinal verde) bebe bastante do estilo de satirizar “o quão Hollywood às vezes é ridícula”, e irá divertir aqueles que sentiam falta de um humor mais pastelão. A história mostra uma versão satírica do próprio Kevin Hart (interpretada por ele mesmo), onde ele já se cansou de ser apenas o “parceiro bobão” de grandes astros como Dwayne Johnson. Após assumir isso durante um programa matinal, ele chama atenção do aclamado cineasta de filmes de ação Claude Van De Velde (Jean Reno), que não só lhe oferece o papel de protagonista em seu próximo longa do gênero, como coloca uma condição: que ele precisará fazer um treinamento pesado em uma “Escola Para Astros de Ação”, comandada por Ron Wilcox (John Travolta). Imagem: Amazon Studios (Divulgação) Já deixo avisado de antemão, que estamos falando de uma produção que em momento algum se leva a sério, ou até mesmo procura tirar alguma mensagem profunda sobre o assunto citado. O intuito é apenas realizar brincadeiras com astros como o próprio Hart, Josh Harnett (que possui uma breve participação, mas se diverte demais), Travolta (cuja tonalidade está no modo canastrão supremo, e isso é proposital) e Nathalie Emmanuel (cuja personagem está ali para ser “uma grande atriz de ação”, sendo que na vida real a própria é uma das protagonistas do selo “Velozes e Furiosos“). Como estamos falando de uma junção de um conteúdo que era de uma “minissérie”, o trabalho para transformar a obra em filme é perceptível na questão do roteiro. As piadas e situações funcionam apenas se pensadas como conteúdos de esquetes, ao invés de um longa como um todo. Um exemplo claro, são os desafios de Ron propostos para Hart. Sempre há uma metragem em torno de quatro minutos, e o mesmo vale para as outras situações mostradas.    “Duro de Atuar” consegue ser um breve e divertido conjunto de esquetes, pelos quais irão divertir quem está esperando algo breve e nada mais além.

Crítica | De Férias da Família

Engenharia do Cinema Não é novidade que Kevin Hart e Mark Walhberg são um dos maiores astros de Hollywood, atualmente. Anualmente a dupla chega a lançar quase cinco filmes (quase sempre como protagonistas), era uma questão de tempo até fazerem uma produção que unisse a dupla. Realizado pela Netflix, a comédia “De Férias da Família” nitidamente parece que retirou piadas clichês de longas já estrelados pela dupla e nos apresenta um projeto bastante rasteiro e previsível. A história mostra os amigos de longa data Sonny (Hart) e Huck (Walhberg), onde enquanto o primeiro é um exemplar Pai de família, o segundo vive uma vida boêmia e aventureira. Com o hábito de realizar várias modalidades malucas em seus aniversários, após um “inusitado” acidente, Sonny prometeu a si mesmo que nunca mais iria participar das festividades daquele. Mas após uma viagem de sua esposa e filhos, ele fica sem destino e resolve ir até a comemoração de Huck. Só que ele não esperava que essa edição seria a mais maluca de todas.     Imagem: Netflix (Divulgação) Para quem acompanha os projetos da dupla, é nítido que ambos possuem uma veia cômica realmente muito boa. Porém, o roteiro de John Hamburg (“Eu Te Amo, Cara“) parece beber demais de piadas clichês e totalmente sem graça, apenas com o intuito de tentar sanar o quão “eles são engraçados juntos”. Nitidamente não houve lugar para improvisos destes (que são conhecidos por isso), e o texto que havia em mãos para eles, além de previsível, parece que foi escrito por uma criança de 10 anos (como se não soubéssemos o desfecho que cada piada mostrada). Outro ponto que vale destacar é que embora em um breve diálogo o personagem de Walhberg cita que a “pandemia tenha barrado por um tempo, as festividades gigantes”, faltou o roteiro ter dosado isso e até mesmo trabalhado este tópico (seria interessante e até “diferente”, pois todos nós vivenciamos isso e o cinema aos poucos está se embasado nisso).  “De Férias da Família” termina sendo mais uma produção que nos mostra que realmente a Netflix está interessada em ter apenas volume em seu catálogo, sempre com grandes astros na capa e não importa o quão ruim seja o conteúdo.