Retrogram abre nova fase da carreira da Kosmovoid

A banda santista de música instrumental experimental Kosmovoid prepara um novo álbum de estúdio. Aliás, o primeiro single de Space Demon, sucessor dos discos Escapismo (2020) e Crisálida (2020), já está disponível no streaming. A canção se chama Retrogram. “Essa é uma faixa que foi inspirada no filme de ficção científica Logan’s Run (1976), que retrata a história de um futuro distópico em que a humanidade vive em domas, dominada por um computador em todos os aspectos da vida. A fim de controlar os recursos e evitar a superpopulação, todo cidadão deve passar por um renascimento ao atingir a idade de 30 anos, através da máquina Carroussel, que na verdade vaporiza as pessoas”, comenta a banda em nota enviada à imprensa. A faixa, assim como todo o trabalho do Kosmovoid, tem forte relação com o cinema. Em resumo, as músicas têm uma sinergia que vai além somente do que é escutado. Por fim, vale destacar que a temporada do Kosmovoid vem dividida em três momentos. Primeiramente, o terceiro álbum de estúdio, Space Demon, previsto para novembro. Posteriormente, mais dois EPs: HyperSleep Capsule e Disintegrate, ambos em dezembro. Ouça Retrogram abaixo Kosmovoid é um projeto de música instrumental experimental que explora os gêneros do krautrock, psicodelia, space rock, música ambiente e rock pós-industrial. Aliás, formado em 2019, o trio tem como principais influências nomes como Ash Ra Temple, Dead Can Dance, Popol Vuh, Kraftwerk, Tangerine Dream e Goblin.
Kosmovoid, o krautrock caiçara com cara de trilha sonora de filme de ficção

De tempos em tempos, o cenário musical da Baixada Santista nos surpreende com novidades sonoras. É assim desde os anos 1970, quando o Recordando o Vale das Maçãs marcou época, enquanto Vulcano e Harry chamaram a atenção do mercado europeu na década seguinte. E nem tínhamos Spotify e YouTube para facilitar o alcance a outros países. A boa nova da vez é o Kosmovoid, que transporta o ouvinte para uma viagem pelo mundo com canções “climatizadas”. Com trabalho instrumental de alto nível, a banda parece ter sido criada para fazer trilhas sonoras de filmes cult, de ficção científica e até ação. Impressionante! Formado no ano passado, o grupo não perdeu tempo durante a pandemia e finalizou um material rico que havia sido gravado entre o fim de 2019 e o início de 2020. Em resumo, todo esse conteúdo foi dividido em dois álbuns: Crisálida e Escapismo, com um total de 22 faixas. A divisão dos álbuns “Tínhamos muito material quando entramos em estúdio, em 2019. Durante o processo que foi até fevereiro deste ano, ainda gravamos extras, encerrados às pressas com a explosão da pandemia. Com toda essa loucura de covid-19 e o mundo de pernas para o ar, o sentimento de dúvida de quando iríamos tocar ao vivo nos inspirou a escolher essa estratégia kamikaze de lançar o disco de estreia duplo”, comenta Edu Pereira, sintetizador, guitarrista e vocalista. “As faixas de Crisálida traduzem as fases de transição, nossa transmutação musical e linguagem artística, e se comunica com Escapismo no sentido que antes gestando, no casulo, agora transformado ele tem N possibilidades e liberdade para explorar mundos musicais de estilos distintos e sem regras”, completa Edu. A banda, por sinal, começou como um duo: Eduardo e Enrico Bagnato (bateria, percussão), que já são parceiros na música de longa data. Ambos eram integrantes, anteriormente, da seminal shoegaze guitar band A Sea of Leaves. Em seu início, a Kosmovoid optou por uma formação mais enxuta. Porém, ao longo das gravações e colaborações, Marcelo Garcia (baixo e guitarra barítono), acabou se tornando um membro honorário. O álbum também contou com Mateus Novaes (Erudite Stoner), que já destacamos no Blog n’ Roll, com contribuições no processo de composição e participações especiais na guitarra em algumas das músicas, e Robert Silva, com um spoken-word na faixa Ugatz. Influências Para os já iniciados nas vertentes exploradas pelo Kosmovoid, certamente influências de Tangerine Dream, Kraftwerk, Can, Dead Can Dance, Goblin, Mogwai e John Zorn ficarão mais perceptíveis. Tendo o experimentalismo como seu norte, o Kosmovoid explora gêneros como o krautrock alemão, “kosmisches Musik”/ música cósmica dos anos 70 e a transgressão do rock pós-industrial e gothic das décadas de 1970 e 1980, e estabelece uma comunicação desses gêneros com o minimalismo da música drone e ambient, além de estilos contemporâneos como o post-rock, e shoegaze. “Nossa música traz uma experiência diferente ao ouvinte. Por ser uma banda instrumental, os temas trabalham muito com o imagético, é muito audiovisual, são como trilhas sonoras de filmes. Esse tom cinemático evoca sentimentos de melancolia e poesia, paisagens distópicas e desoladoras, um amalgama de mitologia e folclore de diferentes culturas. É uma viagem cósmica e visitas a mundos desconhecidos”. Repercussão internacional Eduardo conta que a repercussão com os álbuns do Kosmovoid tem sido ótima. “Além do feedback direto que recebemos de fora e dentro do Brasil por meio de nossas mídias sociais e Bandcamp, também tivemos a sorte do nosso selo, Dissenso Records, ser capitaneado pela experiente dupla Erick Cruxen e Muriel Curi, ambos da banda Labirinto. Eles possuem muitos contatos com blogs europeus e americanos. Dessa forma, conseguimos obter ótimas resenhas prévias ao lançamento”.
Neu! Três instrumentos de vanguarda

Colour Haze: quão longe podemos ir
