Estreia: Nietts e seu Inferno Dançante

Foto: Fernanda Carrilho Gamarano Faz bastante tempo que não escuto algum lançamento do independente nacional, presto atenção e escrevo sobre. Tem uns dias que sinto que algo me chama à pratica novamente, e sinais diários são frequentes. Recentemente, assisti um vídeo do Lisciel Franco, produtor musical com carreira longa, refletindo sobre as diferenças entre Underground e Mainstream. Encurtando, ele deixa uma mensagem que no Underground você pode criar e ser quem você quiser, sem amarras ou qualquer tipo de obrigação. Horas depois de ter visto esse vídeo, preso no umbral das redes sociais, me deparei com uma postagem do meu amigo André Guimarães, que já tocou na Muff Burn Grace, uma das bandas mais legais que o Stoner Rock brasileiro produziu. No post, o André falava do lançamento do EP de estréia da sua nova banda, a Nietts. “Niets”, traduzido do holandês, significa “nada”, sendo pronunciada “níts”. De acordo com a própria banda, todos os nomes possíveis já foram usados, “então não coloca nada”. A formação conta com o já citado André Guimarães na voz e guitarra, Luiz “Zezito” no baixo e backing vocals, e Allan Carvalho na bateria. Composta em Fevereiro de 2019, o trio já arregaçou as mangas para produzir o seu primeiro material, e fazer dois shows no mesmo ano, no 74 Club em Santo André/SP. Me lembro de nessa época, voltar do trabalho e encontrar com o André no Metrô, e ele me contar sobre essa nova banda, que nem nome tinha no momento. Se nesse tempo eles já conseguiram seu primeiro EP, sinal que as coisas estão indo muito bem. Afinal, quem tem banda, ou tem contato com quem tem, sabe como as coisas funcionam em um ritmo não tão acelerado. O tal EP é intitulado “Disco Inferno”, e escutando as 4 faixas que ele tem a nos oferecer, dá pra entender o porquê do nome. Ao escutar o som da Nietts, você consegue se imaginar dançando totalmente chapado a algo que não soe artificial, a algo piegas. Tem a característica sombria, mas ao mesmo tempo sensual, dignas de um Madame Satã. É nítida a influência do Pós-Punk oitentista, do Rock Alternativo britânico da década de 90, e principalmente do Indie do início dos anos 2000. Você consegue perceber cada traço e pode identificá-los em cada nota tocada. Porém, é importante deixar bem claro que a autenticidade está presente, por mesclar tudo isso de forma singular. “Disco Inferno” foi gravado no Caffeine Sound Studio em São Paulo, e produzido no Estúdio Jukebox por Kléber Mariano e André Leal, responsáveis por trabalhos com Color For Shane, Stone House On Fire, Carbo, Troublemaker, entre outros. “Bad Times” foi a faixa escolhida para ganhar um clipe, com a direção do próprio baterista da banda, retratando a luta diária para manter a sanidade mental em dia durante o isolamento social causado pela pandemia do COVID-19. O Lisciel tem razão. A obra do independente não tem cabresto, você apenas faz do seu jeito e pronto. Dificilmente vamos ver um novo fenômeno que arrastará multidões, mas e daí? Estamos em um momento em que a música se prende a muitos padrões pasteurizados, e que artisticamente, nos separam cada vez mais de algo que realmente possa nos tocar. E quando nos deparamos com algo que é sincero, despretensioso e honesto, isso nos cativa. Desperta aquela vontade de falar sobre, de apresentar pros amigos, de voltar a escrever num artigo. É algo que nos marca pro resto da vida. Nietts: Instagram|Facebook

Noite Cinza, Gabitopia, Luna e Kryartura: Confira alguns lançamentos de artistas da Baixada Santista

Essa semana, resolvi trazer alguns dos lançamentos imperdíveis que estão rolando aqui na baixada santista. Em época de pandemia mundial, os artistas, produtores e toda a galera do meio cultural usam a criatividade para sobreviverem . Vamos conferir as alternativas que a banda Noite Cinza, as artistas Gabitopia, Luna e Kryartura encontraram. Noite Cinza Equinox é uma versão reimaginada da música equinócio do primeiro EP da banda noite cinza. A banda sempre ansiou reimaginar uma música própria pois, apesar de terem muita influência do rock alternativo e post rock, as integrantes possuem influências músicas variadas como a guitarrista Amanda que curte bastante lo fi, eletrônica e a vocalista Isis, que caminha pelo pop. Assim, reimaginar Equinócio foi um meio de transparecer a identidade dos membros fora da caixinha do rock e mais do que isso, uma saída para lançar algo inédito em tempos de isolamento social uma vez que não possuíam as condições normais como bateria acústica e estúdio para lançamento de um novo EP por exemplo. Isis ( Vocalista e guitarrista) conta que o clipe foi gravado totalmente na improvisação, com cada integrante em sua casa. Dá pra acreditar que elas utilizaram seus celulares pessoais (Iphone 6s e iphone 7), soft box (papelão e papel alumínio) e uma lâmpada do banheiro? Equinócio Propositalmente, a música Equinócio foi escolhida para ser reimaginada uma vez que a composição trata dos efeitos que o isolamento social traz: noites iguais e questionamentos até mesmo de cunho filosófico como no trecho a seguir: Pra onde iria se pudesse ir?(Noites iguais)O que diria se tivesse voz?(Uma vida pra pulsar)O que seria se pudesse ser?(Tudo se vai)Logo vem o anoitecer(O vento levará) (…)” As composições da banda vagam pelo campo abstrato e andam de mãos dadas com a metáfora uma vez que o Equinócio é um fenômeno astronômico que marca o início da primavera e do outono, especificamente durante apenas dois dias no ano o dia e a noite terão quase a mesma duração: 12 horas. O nome equinócio, do latim significa noite iguais, o que marca o refrão da música. Paralelamente, a banda possui uma música chamada Solstício que as integrantes classificam como um som mais pesado assim como o fenômeno natural, e seguindo essa mesma lógica, a música Equinox traz a pegada branda dos Equinócios. Algo que não pude deixar de reparar foi essa ficha técnica lindíssima: Música: Produção: Noite CinzaMixagem e Masterização: Lucas Souza (@lucasviniciuz)Imagens: Captação: Victor (Irmão da Amanda) e Agostinho (Pai da Isis)Direção de Arte: Amanda Ferreira e Isis TomazEdição e Finalização: Isis Tomaz Gabitopia e Luna Em meados de 2017, quando comecei minhas estadias entre a Universidade Federal de Uberlândia e a baixada santista conheci através do Prof.Dr. Sergio Bento a polifonia da poesia marginal, e nessas minhas idas e vindas tive o imenso prazer de conhecer a batalha do CAOZ, o que pessoalmente foi um marco em minha vida. A batalha do CAOZ, foi uma batalha para mulheres, mulheres mães e pessoas LGBTQIA+, era um lugar seguro, como uma escola de rimas e que entre incentivos e momentos catárticos saiam produções incríveis. O CAOZ era um grupo que, embora atualmente a maioria dos MC’s tenham seguido carreira solo, por vezes nós somos presenteados com feats como “Conselho” que é um trabalho da Gabitopia e da Luna. Vejo fortemente que Conselho trata não desse empoderamento que o capital prega, mas sim um empoderamento de classe, o reconhecimento de ser pertencente de uma classe de artistas que se fortalecem, um reconhecimento de ser mulher mãe, reconhecimento de ser mulher negra e periférica ocupando espaços. Parafraseando Carolina Maria de Jesus, apesar de não termos força física…nossas palavras…Ah! Nossas palavras…ferem mais do que espada. Gabitopia nos conta um pouco dessa potencia de Conselho: Conselho “Comecei a escrever essa letra depois que um outro Mc me propôs um feat sem tema, escrevendo sobre o que sentíamos naquele momento. Me mandou um beat de referência e eu comecei a escrever. Naquele momento eu não estava num momento muito bom, muito pois dava pra perceber que eram questões relacionadas a auto estima. Chorei muito ao escrever o começo da letra e foi como se eu tivesse tirado um grande peso das minhas costas, do meu coração. E então comecei a pensar em todas as pessoas que estavam ao meu redor e que eu tenho com quem contar. Foi quando escrevi a segunda parte da música que é a virada. O fato de ter “comprado” roupas de show não é apenas pelo comprar mas por me vestir de uma forma que eu me sinta bem. Citei minhas amigas Candy e Olho Vivo (Laisa) e o Caoz, pois eram quem estavam me apoiando mais naquele momento. Finalizei a composição quando a Luna estava passando uma temporada aqui em casa e nos incentivamos a finalizar e ir gravar na Lucci da Inferno Rec. Também citei uma das Batalhas aqui da Praia Grande que é bem grande e que eu gostava bastante de ir antes da pandemia, a Celeste. Aproveitei pra fazer uma provocação amistosa dizendo que só ia lá pra ver a Brisa, uma das únicas MCs mina que eu já batalhar sobrecarregada e não conseguia enxergar muitas alternativas para o que eu estava sentindo por lá, pois acredito que seja relevante o fato de haver poucas mulheres em batalhas de rima. Letra Terminamos a letra e a Lucci fez o Beat, fomos gravar e tivemos o apoio da Aleatori Mc também. Queríamos gravar um clipe mas a pandemia atrapalhou esses planos. Pedimos então pro Nero fazer uma ilustração e quem ia fazer o lyric vídeo ia ser a Ladyna, uma grande amiga nossa. Porém, por problemas pessoais ela teve que sair do projeto e encontramos o Diego quem fez o vídeo.” Luna conta que quando escreveu sua parte do feat estava com imensa necessidade de uma imersão em seu fazer artístico embora não estivesse em uma fase psicologicamente saudável, muito disso pelos abalos que a pandemia causou na classe trabalhadora. Felizmente Luna e Gabitopia encontraram na amizade

Confira todos lançamentos da Amazon Prime Video em abril

Assim como a maioria das plataformas de streaming, a Amazon Prime Video planeja bons lançamentos para o seu catálogo no mês de abril. Ademais, vale o destaque para a 9ª temporada do aclamado seriado The Walking Dead. Além da produção, filmes como Guardiões da Galáxia Vol. 2 e Rambo IV também estreiam no aplicativo em breve. Confira as estreias: Séries 03/04 – Tales From The Loop – 1ª Temporada 07/04 – The Walking Dead – 9ª Temporada 09/04 – Zoë Coombs Marr: Bossy Bottom – 1ª Temporada 10/04 – Celia Pacquola: All Talk – 1ª Temporada 14/04 – Homens? – 2ª Temporada 15/04 – Superstore – 4 Temporadas 16/04 – Four More Shots Please! – 2ª Temporada 21/04 – NOS4A2 – 1ª Temporada 23/04 – Dilruk Jayasinha: Bundle of Joy – 1ª Temporada Filmes 01/04 – Guardiões da Galáxia Vol. 2 01/04 – Rambo IV 03/04 – Crime Sem Saída 03/04 – Mayabazaar 2016 03/04 – Shikara 10/04 – O Herdeiro das Drogas 12/04 – Guadalupe Reyes 12/04 – Sufna 15/04 – Cidadão K 17/04 – Selah and The Spades 17/04 – A Batalha das Correntes 23/04 – Jexi – Um Celular Sem Filtro 27/04 – Maria Madalena 30/04 – Os 3 Infernais 30/04 – Medo Profundo – O Segundo Ataque

Neil Young revisita carreira e confirma 5 discos para 2020

Neil Young

Além do tão esperado álbum acústico Homegrown, de 1975, Neil Young resolveu abrir sua gaveta de memórias. Nesta semana, o músico detalhou a escala de lançamentos de cinco projetos arquivados. Cada um está programado para estrear em um mês. O veterano começa com o lançamento de Homegrown, que sairá em 18 de abril. Sobre o disco, que coincidentemente, será lançado no Dia das Gravadoras, consta para Young como “aquele que escapou”. Em seguida, o músico lançará Return to Greendale. O álbum ao vivo foi capturado na tour de Young e Crazy Horse, em 2003, onde performaram uma ópera rock completa. O disco chega em 19 de junho. Logo após, vem Archives Volume 2, em 24 de julho. O lançamento é muito aguardado pelos fãs, contando com um box de inéditas. Rust Bucket, outro projeto ao vivo de uma performance com Crazy Horse em 1990, chega em 16 de outubro. A saga de lançamentos de Neil Young será concluída em 27 de novembro, com o lançamento de Young Shakespeare. Este disco foca em performance solo do artista em Stratford, no Connecticut’s Shakespeare Theater, em 22 de janeiro de 1971. Quanta história! Os cinco discos virão no embalo do After the Gold Rush 50th Anniversary Deluxe Reissue, disco comemorativo que deve ser lançado em setembro. Para deleite dos fãs, este será um ano de muito folk rock com doses múltiplas de Neil!

Ozzy Osbourne planeja gravações de novo álbum em março

Ozzy Osbourne novo álbum

Mal divulgou o lançamento de Ordinary Man, o Príncipe das Trevas está longe de uma pausa para descanso. Ozzy Osbourne já está a postos para trabalhar em um novo álbum. Em entrevista no iHeart Radio, Ozzy revelou que espera poder voltar ao estúdio com o produtor Andrew Watt o quanto antes. Após o cancelamento de sua turnê pela América do Norte, o músico estaria mais livre para criar. Entretanto, as criações de Ozzy Osbourne para um novo álbum viriam acompanhadas dos tratamentos para sua saúde. “Com este álbum, porque estive tão miserável ano passado, foi um alívio fazer algo que amo. Mas não tenho prazos. E eu espero que no próximo mês, possamos fazer outro álbum, enquanto não estou tocando”. Recentemente, Ozzy tem se ocupado bastante com novos projetos. Mesmo com o recente diagnóstico de Parkinson, o músico não parou de gravar. Mas as colaborações com Post Malone e outros artistas não foram seus únicos trunfos: ele também finalizou seu disco solo em tempo recorde. Ordinary Man foi o material finalizado mais rápido por Ozzy, com exceção do debute do Black Sabbath, que foi gravado em poucas horas. Enquanto as sessões do último disco foram igualmente difíceis e inspiradoras para o músico, a próximo fase pode ser mais positiva. Nos resta esperar por novidades!