Natiruts cancela show em Santos devido ao coronavírus

Natiruts

O show da Natiruts, agendado para esta sexta-feira (13) no Mendes Convention Center, em Santos, foi cancelado. O grupo encontra-se receoso pela proliferação do coronavírus, adotando a mesma medida que algumas bandas têm feito pelo mundo. A organização do evento ainda não informou sobre a devolução do dinheiro, mas deverá revelar em breve em páginas oficiais da Shows em Santos. Até o momento, a Baixada Santista apresenta 19 casos suspeitos da doença, em três cidades. Santos recebeu notificação de um caso suspeito de uma criança de 11 anos, que esteve recentemente no Japão. Ela está em reclusão domiciliar e permanece estável, enquanto outros 12 casos suspeitos são monitorados. Em Guarujá, quatro casos de pessoas que viajaram recentemente à China e Itália são monitorados. Já em Bertioga, uma idosa é a primeira suspeita. São Vicente apresenta um caso suspeito.

Entrevista | Toquinho – “Gostaria de ter uma música minha cantada pelo Paul McCartney”

“Quando há dedicação e entusiasmo pelo que se faz, e amizade, contando com a ventura de uma condição física privilegiada, tudo é possível”. É dessa forma que Antonio Pecci Filho, o Toquinho, acredita ter chegado na marca dos 50 anos de carreira. Atualmente, com 69 anos de idade, ele celebra a sua história ao lado de outro grande nome da música brasileira: Ivan Lins, de 70 anos, sendo 46 de carreira. A dupla se apresenta hoje, a partir das 22 horas, no Mendes Convention Center, em Santos. Ainda há ingressos disponíveis. “Eu faço a minha parte, ele faz a dele, e depois cantamos juntos algumas canções”, adianta Toquinho, que deve incluir no repertório os seus principais sucessos: Aquarela, Tarde em Itapoã, Samba de Orly, entre outros. Ao longo de suas cinco décadas de serviços prestados à música brasileira, Toquinho dividiu o palco com vários artistas consagrados, tais como Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Jorge Ben Jor. Com Ivan Lins, o paulistano acredita ter uma sincronia musical que os caracterizam. “(O encontro) resultou num show cuja dinâmica melódica se completa pelo bom humor alicerçado na longa amizade que nos une, com a mesma pulsação musical. Estar ao lado dele representa a renovação de experiências que nos amadureceram durante esses anos a ponto de podermos inventar ainda momentos criativos e intimistas capazes de atravessar gerações”. Sobre a emoção de ter compartilhado seu palco com vários amigos, o músico afirma que procura amigos que valorizam sua obra e complementam o show com suas características apropriadas às dele. “Principalmente com cantoras que também enfeitam o espetáculo”, comenta. “Estou sempre atento aos novos talentos, não me furto a convidá-los quando se adaptam aos meus traços musicais”, completa. Questionado sobre qual seria a sua principal marca artística, Toquinho afirma que é a “simplicidade com alguma sofisticação herdada da bossa nova”. “Jamais tive medo de usar o lugar comum, que torna minha música agradável aos ouvidos, completada por uma poesia suave e emocional”. As marcas de sua longa trajetória são expressivas: gravou 82 discos, compôs mais de 450 músicas e fez aproximadamente 10 mil shows pelo Brasil e exterior. O que falta para ele? “Gostaria de ter uma música minha cantada pelo Paul McCartney”, revela ao lembrar do ex-Beatles, que veio ao Brasil cinco vezes nos últimos anos. Toquinho afirma que não tem pressa para lançar material inédito. Isso, no entanto, não representa um fim de sua carreira nos estúdios. “Ao longo desses 50 anos, tenho me dedicado cada vez mais ao violão e procurado viver saudavelmente. Quanto a criar, não tenho pressa de lançar inéditas. Elas surgem em função do cotidiano inspirador”, argumenta. O compositor e violonista ainda comentou o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Crítico declarado do governo, ele já havia falado sobre o assunto, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em março passado. “Hoje tenho vergonha de ser brasileiro. É um país conturbado, movido pela corrupção, por escândalos. Esse não é o Brasil de que eu vim”, disse na ocasião. Toquinho acredita que o momento agora é de viver com mais felicidade e espera por uma retomada da confiança das pessoas. “Só posso adiantar que certamente encontraremos uma plateia mais aliviada e confiante no futuro. Isso já ajuda a realizar um show mais intimista e alegre”, comenta. Sem redes sociais No ano passado, o parceiro de Toquinho na apresentação de hoje declarou seu voto na candidata MarinaSilva, em sua página oficial no Facebook. Essa talvez seja uma das principais diferenças entre os dois: o uso das redes sociais. Enquanto Ivan Lins mantém um perfil ativo, com várias postagens sobre sua carreira e até posicionamentos políticos, Toquinho sequer tem uma página oficial na rede social. Para ele, existem outras formas de se comunicar com os fãs. “No meu site o público encontra as formas de se comunicar comigo e as poucas horas de folga que tenho procuro responder a essa procura”. O Mendes Convention Center fica na Avenida General FranciscoGlicério, 206. A casa abrirá as portas às 22 horas. A previsão para o início da apresentação de Toquinho e Ivan Lins é 23 horas.

Entrevista | Nando Reis – “Gosto muito de tocar só com o meu violão”

Desde o início dos anos 2000, todos os shows do roqueiro Nando Reis em Santos tiveram a companhia da banda Os Infernais. Antes disso, Nando também veio muitas vezes com o Titãs, banda da qual fez parte por 20 anos. Hoje, a partir das 22 horas, no Mendes Convention Center, a proposta é diferente. O músico estará sozinho no palco, apenas com o seu violão, tocando seus maiores hits, além de canções que compôs para grandes artistas. O show faz parte da turnê Nando Reis – Voz e Violão – No Recreio, Vol. 1 (Ao Vivo), lançado no final do ano passado. “Gosto muito de tocar só com o meu violão. Na verdade, é o que faço há mais tempo. Toco violão desde os 7 anos, e muito antes de ter banda, passava o dia tocando violão. Mas são duas coisas completamente distintas. Não dá pra comparar (tocar com Os Infernais)”. No álbum ao vivo, Nando Reis incluiu faixas como Sutilmente, Relicário, All Star e Por Onde Andei. O repertório do show em Santos, no entanto, não necessariamente seguirá a relação do disco. “Vocês vão ver. Decido o repertório na hora. Leio dois poemas. A luz e o cenário são lindos. Adoro esse show!”, resume o músico, que não chegará com set pronto, como muitos artistas fazem ultimamente. Na gravação de Voz e Violão – No Recreio, Vol. 1, décimo segundo álbum solo de sua carreira, Nando contou com um apoio de peso, o amigo Jack Endino, conhecidopor trabalhar com ele no segundo álbum solo (Para Quando o Arco-Íris Encontrar o Pote de Ouro),algunsdoTitãs, além de peso-pesados como Nirvana, Mudhoney e Soundgarden. Endino foi o responsável pela mixagem do álbum. “Conheço o Jack desde 1991. Ele produziu meu segundo disco solo e de lá para cá trabalhamos muitas vezes juntos. Inclusive no disco de inéditas, gravado em Seattle e São Paulo que acabei de concluir: ele produziu e mixou”. Previsto para ser lançado no segundo semestre deste ano de 2016, o álbum de Nando tem repertório formado por músicas inéditas e autorais. Uma das composições novas se chama 4 de Março. O último disco de estúdio de Nando foi Sei (Relicário, 2012). Apesar dos quatro anos sem álbum de inéditas, o músico não deixou de compor nesse tempo. Além da carreira como cantor, baixista, guitarrista, Nando já contribuiu com hits para os principais artistas do Brasil. Diariamente (Marisa Monte), Resposta (Skank), Do Seu Lado (JotaQuest) e Segundo Sol (Cássia Eller) são algumas delas. “Cada artista tem uma característica, joga luz sobre um ângulo diferente da canção. E uma música depois de feita adquire vida própria”, argumenta o compositor. No ano passado, Nando Reis foi o quinto artista que mais lucrou com direitos autorais pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Ficou atrás apenas de Bruno Caliman, Anderson Freire, Roberto Carlos e Sorocaba. Início da carreira de Nando Reis Antes de virar essa máquinade composições, Nando viveu momentos especiais em Santos, no início da carreira do Titãs. Foi aqui que fez alguns dos primeiros shows da clássica banda, ainda nos tempos do Iê, Iê, Iê. “Tenho muitas lembranças.Santos foiumcidade fundamental na história do rock dos anos 1980. O Caiçara bombava! Todo mundo tocou lá”, recorda o músico. Isso sem falar nas apresentações na Heavy Metal, no início dos anos 1980. Em entrevista ao Blog n’ Roll, o guitarrista do Titãs, Tony Bellotto, relembrou a fase. “Fizemos shows memoráveis no Heavy Metal. Era um lugar agitadíssimo e louco. Na primeira vez em que tocamos lá, antes de fazer sucesso, nos metemos numa briga homérica com alguns surfistas, todo mundo levou muita porrada, foi inesquecível”. Filhos no Superstar Enquanto segue na estrada para divulgar seu novo álbum, o ex-Titãs se mantém atento ao desempenho dos filhos no programa Superstar, da Rede Globo. Theo e Sebastião integram a banda Dois Reis, uma das concorrentes ao prêmio. “Tenho o maior orgulho deles. São talentosos. Theo escreve muito bem e Sebastiãotoca violão melhor do que eu tocava quando tinha a idade dele. Acho que a música é o ambiente natural deles. Afinal, quando nasceram, eu já estava trabalhando”, explica, ao afirmar que não teve nenhuma pressão para os filhos seguir em carreira artística.

Entrevista | Djavan – “Eu não viveria se não tivesse isso”

Aos 67 anos, Djavan poderia se dar ao luxo de estar aposentado de sua carreira artística. Nos últimos anos, diversos veículos de imprensa indicaram esse caminho para o cantor alagoano, um dos mais influentes da música popular brasileira. Problemas de saúde, afastamento dos shows e saco cheio da rotina eram alguns dos sinais apontados pela mídia. Mas se quer saber, se ele quer outra vida, não, não. Djavan quer mesmo é viver, sair em turnê e produzir mais álbuns. “Não me vejo fazendo outra coisa. Adoro fazer show, subir no palco. A relação tête-à-tête me emociona e impulsiona. Eu não viveria se não tivesse isso. É uma coisa imprescindível. Quero cantar em todos os anos da minha vida. Não estou nem um pouco cansado de fazer o que eu faço. Sou uma pessoa cheia de projetos. Agora mesmo, estou pensando no meu próximo projeto, um novo álbum para 2017”. Hoje, a partir das 22 horas, no Mendes Convention Center, Djavan dará o terceiro passo da sua mais nova turnê, Vidas Pra Contar. Antes de Santos, somente Juiz de Fora (MG) e São José dos Campos (SP) assistiram ao novo show (os ingressos já estão esgotados). Sincero, Djavan afirma que a escolha por Santos antes de São Paulo, principal mercado do Brasil, não está relacionado a nenhum sentimento especial pelo local. “É uma questão de agenda. A produção vai agendando as apresentações e chegamos a esse calendário. Gosto muito de apresentar meus shows em Santos. É uma cidade linda e tem um público que sempre me recebe de braços abertos”. Nesta apresentação, o intérprete cantará grandes clássicos de sua carreira, como Outono e Eu te Devoro, entre muitos outros e ainda as novas canções, como Encontrar-te (tema de Juliana Paes e Fábio Assunção da novela Totalmente Demais), Se não vira Jazz (tema de Êta Mundo Bom) e Não é um Bolero. Segundo Djavan, seis ou sete músicas do novo trabalho devem compor o set list. “Vou com um repertório pronto. Costumo levar três ou quatro canções que ficam no stand by para tocar de acordo com o show, a casa, o público. No mais, é um repertório pronto para todos os shows”. Um espaço vazio, inteiramente preto, é o cenário, até que um grande livro se abre ao fundo, no centro do palco. Surgem então as primeiras páginas em branco, preenchidas por luzes coloridas e linhas verticais que pouco a pouco invadem o cenário, com escritos em espiral, círculos, grafismos poligonais e Art Nouveau. “É um cenário complexo de montar, mas muito bonito. O público vai gostar”, acredita. Direto nas respostas, mas muito atencioso e gentil, Djavan faz questão de esclarecer que o novo álbum é autobiográfico em algumas partes, mas não se trata de algo apenas sobre a vida dele. “É Vidas Pra Contar porque eu falo de vidas. Da minha, quando eu exponho minha relação musical e afetiva com a minha mãe, coisa que já fiz diversas vezes em entrevistas, mas nunca tinha feito em música. Falo da vida nordestina, dos costumes, hábitos, sofrimentos, da fé do povo. Falo da vida de insetos, bichos, pessoas. Falo do homem na conjuntura atual, nos âmbitos sociais, políticos. Mas também falo de amor e relação humana”. Sobre a vida nordestina, Djavan reconhece que houve avanços na política social desde o início da sua carreira, em Maceió, mas faz uma ressalva. “O Nordeste ainda é uma das regiões que menos se desenvolve no Brasil, que menos evolui. Continuo vendo o Nordeste como uma região carente do poder público, políticas sociais. As coisas não estão avançando como deveria. Isso ainda pode melhorar muito”. Para quem tem fama de reservado, Djavan afirma que se relaciona bem com as redes sociais, mas sem expor sua vida pessoal nos sites. Uma semana antes de iniciar a turnê de Vidas Pra Contar, o músico transmitiu, via Facebook, um ensaio geral para a primeira apresentação. “Uso as redes sociais da forma que penso que ela deva ser usada: um instrumento para divulgar meu trabalho, dar informação aos fãs sobre agenda e produções. Mas não fico muito tempo nela, prefiro meus livros. Tenho uma equipe no escritório que me ajuda com esse relacionamento”. Reconhecimento Em novembro passado, Djavan recebeu no Grammy Latino um prêmio em reconhecimento ao conjunto da obra. Tal honraria deixou o músico realizado. “Esse prêmio é de grande importância porque ratifica a ideia que minha obra é conhecida mundialmente. Acho que estou no caminho certo, as coisas estão caminhando do jeito que planejei”. O MENDES CONVENTION CENTER FICA NA AVENIDA FRANCISCO GLICÉRIO, 206, EM SANTOS.