Papo com Colecionador #1 – William Tavares

Engenharia do Cinema Após um hiato nas entrevistas e papo com colecionadores de mídia física, o quadro não apenas retornou, como também para abrir o mesmo, nada mais justo do que trazer um dos principais nomes do meio e que muitos sequer imaginavam que tinha este hobby: o apresentador da ESPN, William Tavares. Se revelando um grande colecionador e entendedor do meio do cinema (seja na história das salas cinematográficas da baixada santista e até mesmo sobre os bastidores de várias produções), William aceitou nosso convite em bater este papo e claro, mostrar para nós sua coleção! Engenharia: Como você começou sua Coleção? Qual seu primeiro título em mídia física? William: Eu realmente não lembro qual foi o número um nem quando exatamente começou. Sei que foi no tempo do VHS. Não era muito comum as lojas venderem títulos direto ao consumidor, mesmo assim quando começou era caro e não tinha grana, então o que dava pra fazer quando finalmente comprei um video cassete era gravar filmes da Sessão da Tarde e Tela Quente. Assim vieram “Robocop“, “Curtindo a Vida Adoidado“, “Um Príncipe em Nova York“, “Um Tira da Pesada“, “Rocky“, “Cobra“, “Top Gun” e por aí vai. Quando comecei a trabalhar em locadora o dono me permitiu fazer uma compra conjunta com um pedido dele, assim ficava mais barato, dessa forma realizei meu primeiro sonho de consumo, a trilogia De Volta para o Futuro. Eu não sei se foram os primeiros, mas foram os mais marcantes por toda parte sentimental envolvida. Um outro que vale a pena destacar foi “Jurassic Park” naquela caixa especial em formato de fóssil. Ganhou um super destaque na ainda tímida coleção. Imagem: Autor (Divulgação) Imagem: Autor (Divulgação) Engenharia: Quais são seus maiores títulos da coleção? William: “Maiores títulos” dá pra analisar de muitas formas. São os mais raros? Os mais queridos? Os melhores filmes? Eu amo a edição especial do Superman com os cinco primeiros filmes incluindo o de 2006, a edição importada do “Cavaleiro da Trevas Ressurge” com a máscara quebrada, uma edição especial de musicais como “O Rei e Eu“, “A Noviça Rebelde“, entre outros. A caixa abre num formato carrossel com seis títulos diferentes, um dentro de cada aba. Tem uma lata linda com cards e uma edição especial do “Gladiador“, uma outra lata com edição especial de “ET“, uma edição linda com luva e material adicional dos “Goonies“, quase todos os filmes do Jerry Lewis, uma edição capa dura com livreto do “Mágico de Oz“, se eu continuar não paro mais. rsrs Imagem: Autor (Divulgação) Imagem: Autor (Divulgação) Engenharia: Com relação aos importados. Quais quesitos você acredita que compensa, na hora de trazer um título para sua coleção? William: São caros né? Aí tem que ser filmes que eu já vi, amo e vou ver mil vezes, edições especiais a partir de steelbooks. Eu acabei de comprar uma edição do “Nada de Novo no Front” que é espetacular, vem com capa dura, livreto com detalhes da produção. É maravilhosa. Peguei uma também dos “Dez Mandamentos” que vem num steelbook lindo e além do tradicional filme dos anos 50, vem também a versão dos anos 30. Imagem: Autor (Divulgação) Imagem: Autor (Divulgação) Imagem: Autor (Divulgação) Imagem: Autor (Divulgação) Engenharia: Além de mídia física, você coleciona outras coisas? William: Sim. Coleciono personagens de filmes. Action figures, Funkos, Minicos, estátuas e livros sobre cinema. Logo vou ter que sair de casa para acomodar tudo isso dentro dela. rsrs Imagem: Autor (Divulgação) Engenharia: Quais os maiores problemas que você acha que a mídia física passa no mercado nacional? William: O total abandono por parte dos estúdios, o custo dos direitos e produção, pra quem ainda lança e obviamente o streaming que catequiza uma nova geração. Infelizmente a cultura do colecionismo está ficando limitada a uma faixa etária mais velha que pouco se renova.  Imagem: Autor (Divulgação)

Revisando – A Volta dos Mortos Vivos

Engenharia do Cinema Em pleno anos 80, o gênero de horror trash estava em enorme ascensão na industria cinematográfica. Com George A. Romero em alta e filmes de zumbis sendo feitos como água na industria, o cineasta Dan O’Bannon resolveu conceber “A Volta dos Mortos Vivos” .Com toques satíricos e com um humor negro de primeira, este foi o primeiro de quatro longas (com uma qualidade bastante inferior, infelizmente), custando cerca de US$ 4 milhões de dólares e rendeu apenas US$ 14 milhões (na época, o montante já era visto como um sucesso). Imagem: MGM (Divulgação) Na trama dois funcionários de um hospital acabam acidentalmente abrindo um compartimento com uma enigmática substancia, que estava trancada desde a Segunda Guerra Mundial. Porém aos poucos a mesma acaba trazendo vários mortos de volta à vida, e infectando vivos para se tornarem zumbis. Para começo de conversa estamos falando de um filme trash, ou seja, ele está ciente que é ruim em todos os aspectos. Seja através dos atores canastrões, roteiro fraco e até mesmo efeitos visuais totalmente toscos (apesar de alguns animatronicos usados para representarem os Zumbis, estarem bem feitos em algumas cenas). Mas para este tipo de filme funcionar, ele tem de transparecer uma sensação de “é tão ruim, que é bom” para o espectador e O’Bannon conseguiu. Começando por ele criar situações absurdas que quebram alguns padrões em filmes do gênero, como um zumbi falando no walkie-talkie da ambulância para “chamarem mais reforços”. Até mesmo por termos personagens com soluções na palma da mão e eles optando pelo caminho mais difícil, apenas para o enredo ter “a metragem de um filme”. Por conta destas decisões somos contemplados por várias cenas de violência e sangue a rodo. “A Volta dos Mortos Vivos“ foi idealizado há mais de 36 anos e até hoje consegue divertir mais do que várias produções trashs, lançadas recentemente.