Crítica | Boa Noite, Mamãe!

Engenharia do Cinema Não é novidade que Hollywood gosta de fazer remakes desnecessários, de sucedidos filmes feitos em outros países, apenas porque os estadunidenses não gostam de ler legendas e suas dublagens são horrendas (já que estes apenas leem os textos, não interpretam, como os brasileiros). O mesmo pode-se dizer do longa Alemão, “Boa Noite, Mamãe!“, pois é mais uma produção desnecessária de uma maneira, que colocada direto no streaming da Amazon Prime Video.     A história gira em torno dos irmãos gêmeos Elias (Cameron Crovetti) e Lucas (Nicholas Crovetti), que são mandados pelo seu Pai (Peter Hermann), para ficarem na casa de sua mãe (Naomi Watts), que acabou de passar por uma cirurgia plástica. É quando aqueles passam a desconfiar se ela realmente é a mãe deles.    Imagem: Amazon Studios (Divulgação) Além de ter sido mais uma cópia sem vida (assim como os vários remakes, que andam saindo), o roteiro de Kyle Warren parece se tratar de um episódio hilário do “Chaves“, onde este com o Kiko e/ou Chiquinho começam a pregar “peças” no Seu Madruga/Dona Clotilde, de tão aleatório e esquisito que são feitos. Apesar do trio protagonista nos entregar ótimas atuações dentro do contexto, estamos falando de um projeto que não precisava existir. O diretor Matt Sobel (também responsável pela problemática série “Vingança Sabor Cereja“) parece estar preocupado em fazer de modo acelerado toda a narrativa concebida, uma vez que não conseguimos ter empatia com absolutamente nada criado. Embora ela possa funcionar, se você não tivesse visto o original (já que existe um mistério envolto a tudo).   O remake de “Boa Noite, Mamãe!” é mais um remake que certamente não só será esquecido, como também irá mofar no catálogo da Amazon Prime Video.

Crítica | A Hora do Desespero

Engenharia do Cinema Normalmente suspenses estrelados por dois ou um único personagem central, costumam dar certo se você compra a perspectiva do diretor e o carisma do mesmo. Existem casos de sucesso como “Enterrado Vivo“, “Oxigênio” e “Gravidade“, enquanto outros se tornam piada como o recente “O Culpado“. Em “A Hora do Desespero” posso dizer que se encaixa no meio termo, pois a atriz Naomi Watts (“Impossível”) consegue ter carisma para segurar o espectador durante quase 80 minutos. Só que o diretor Phillip Noyce (“Salt”) parece estar trabalhando para um jornal sensacionalista. A história gira em torno de Amy (Watts) que sai para correr após acordar o seu filho Noah (Colton Gobbo) para ir até a escola. Só que durante seu percurso ela recebe uma mensagem no celular que está ocorrendo um massacre na escola deste, fazendo com que ela entre em uma corrida contra o tempo para conseguir ter uma informação sobre o mesmo. Imagem: Paris Filmes (Divulgação) O roteiro de Christopher Sparling nos apresenta um cenário bastante complicado, pois ele é regado apenas por uma personagem, munida de um celular no meio de uma floresta (que notoriamente foi cuidada para receber práticas esportivas). A imersão neste projeto funciona apenas se você se desligar totalmente de todas as distrações possíveis (seja comentários de terceiros ao seu lado, e constantes olhadas no celular), e focar apenas na tensão de Amy. Ele consegue não só aproveitar o carisma da atriz, como realizar diversas situações possíveis e plausíveis dentro do contexto da trama (que é sobre a perspectiva de uma mãe, durante um massacre de uma escola). Sim, Watts possui um carisma para este tipo de produção e consegue se mostrar realmente como uma mãe preocupada com seu fruto. Só que o diretor Phillip Noyce extrapolou um pouco ao procurar balançar demais a câmera e entupir de cortes grotescos entre as cenas (que acaba beirando mais um sensacionalismo de um Datena, ao invés de uma construção de uma atmosfera de suspense). Acredito que iria pegar mais o espectador, até mesmo se ele fosse filmado em plano sequência (que é difícil, mas havia vários meios para serem trabalhados como cortes nas cenas focadas no celular e quando Amy passava por árvores e arbustos).  “A Hora do Desespero” acaba sendo apenas uma genérica produção de suspense, que consegue divertir e entreter apenas se você ficar focado totalmente nesta narrativa.