Explicando o longa “Não Olhe Para Cima”

Engenharia do Cinema Quando sai da sala de exibição do longa Não Olhe Para Cima (sim, este filme passou nos cinemas brasileiros), no começo de dezembro, uma coisa era certa: galera iria polemizar este filme, sem sequer dar ao trabalho de entender o verdadeiro motivo de sua narrativa. Lançado pela Netflix em seu catálogo em 24 de dezembro, muitos debates têm sido feitos até então, com relação ao fato da produção escrita e dirigida por Adam McKay (O Âncora) ser feita apenas para um “nicho de espectador” e que principalmente “foi feita para atacar o governo brasileiro” (sim, este absurdo vem sido citado por várias pessoas).     Anunciado no início de 2020 (como você pode ver a noticia publicada por nós aqui, foi antes da pandemia), Não Olhe Para Cima começou contratando Jenniffer Lawrence e originalmente seria lançada em 2020. Mas por conta da pandemia, acabou sendo jogada para este ano. Mas em recentes entrevistas durante a divulgação e campanha para o Oscar 2022 (que possivelmente veremos a produção em várias categorias), o próprio McKay garantiu que o escopo da produção é uma sátira que demonstra o comportamento do ser humano em relação ao aquecimento global.   A história gira em torno dos astrólogos Dr. Randall Mindy (DiCaprio) e Kate Dibiasky (Lawrence), que acabam descobrindo a existência de um cometa que está prestes a colidir com a terra. Com um prazo de seis meses até o impacto, vemos a trajetória de ambos, ao tentar convencer o mundo que ele está cada vez mais perto do fim. Em meio a esse processo o longa nos apresenta várias situações distintas, como se fossem verdadeiras esquetes sobre os mais diversos comportamentos humanos. Imagem: Netflix (Divulgação)  A começar pelo grande interesse da sociedade em se ligar mais para a vida amorosa de celebridades, do que o fato do mundo estar prestes a acabar. Quando a classe política coloca as mãos na situação, o longa se torna uma crítica mais séria e mostra por vários ângulos que o ser humano não está preparado para lidar com este tipo de situação. Todos acabam defendendo mais o próprio ego, ao invés do iminente fim do planeta terra. Isso é apresentado em diversas cenas, seja pela celebridade (vivida por Chris Evans) que apoia uma causa que não entende (como até membros do elenco deste filme o fazem), a mídia jornalística fazendo pouco caso da situação, comentários em redes sociais, memes e até mesmo algoritmos de dispositivos eletrônicos que “escondem” os fatos para mostrarem coisas supérfluas. Inclusive alguns personagens são subornados por de baixo dos panos, para adequar algumas opiniões para a sociedade, com o linguajar de bom samaritano (como ocorreu com o cientista vivido por DiCaprio). Vale ressaltar e deixar claro que em momento algum é citado posicionamentos políticos ou algo do tipo, apenas como o ser humano é ignorante como um todo. Tudo é apenas em prol do próprio ego, e em momento algum paravam para analisar o que estava ocorrendo (tanto que a decisão de explorar recursos do cometa, sequer foi analisada por especialistas da área e sim por “algoritmos de computadores”, ou seja, iria dar errado).     E como estamos vivendo um contexto de pandemia, muitas pessoas estão interligando com situações aos quais vivenciamos e automaticamente “rotulando” o filme como uma espécie de “divertimento gourmet” ou até mesmo “se você é de ‘x’ pensamento, não é um filme para você”. Agora pegue e reflita: o que acabei de citar no último paragrafo, realmente não acabou mostrando tudo isso que o espectador está fazendo? Lembrando que estamos falando de um filme cuja premissa já foi apresentada inúmeras vezes em diversos longas metragens como Dr. Fantástico, Armageddon e por ai vai. No desfecho de Não Olhe Para Cima vemos que realmente não há um retrato satírico da humanidade, mas sim uma imagem verdadeira do que está ocorrendo atualmente em nosso planeta.

Elevarte Music: Com reggae e rap, Fraterna Trip e Maracatech criticam negacionismo em novo single “Tá Quente”

Fraterna Trip - Tá Quente

Durante a pandemia, muitas pessoas perderam entes queridos. E é fato que o número de mortes está estritamente ligado ao negacionismo e à forma como o governo brasileiro tem lidado com a saúde pública. Todo esse contexto é fonte de inspiração para a banda Fraterna Trip no single Tá Quente. A música tem participação do Maracatech e conta com a produção de Jean Dolabella. Para conceber a canção, o grupo reuniu elementos de reggae, música pop e hip hop, remetendo-se à sonoridade de nomes como Sticky Fingers, Marcelo D2, Lagum, Daparte e Chico Science & Nação Zumbi.  O videoclipe, por sua vez, tem direção de Rafael Monteiro e Vitor Hugo Sales. O lançamento chega às plataformas de streaming através do selo Elevarte Music. O vocalista da Fraterna Trip, Rafael Monteiro, aponta o significado do título da música. “O nome ‘Tá Quente’ representa tanto a mensagem expressa no refrão, de que o que realmente importa é o calor dentro de nós mesmos, ressaltando a nossa união, quanto a mensagem do verso, que frisa que o Brasil enfrenta um momento tenso e conturbado”, frisou.  A Fraterna Trip está em atividade desde 2019. O grupo ainda é formado pelos músicos Leonardo Kapáz (guitarra), Bruno Jelen (baixo) e Matheus Sawaya (bateria). Anteriormente em 2020, a banda lançou o EP Te Encontro Na Saída.