Crítica | Space Force (1ª Temporada)

Engenharia do Cinema Lembro que na primeira temporada de “Space Force” havia dito que não havia graça nenhuma nas situações propostas. Algumas semanas depois, conversando com o humorista Leandro Hassum, o mesmo salientou o principal problema do programa não ter funcionado com o grande público, mesmo sendo criado pelos criadores da sucedida série “The Office“: ele satiriza um universo que 99% das pessoas não vivenciam em seu dia a dia. Em sua segunda temporada, parece que os criadores Steve Carell (que também estrela a série) e Greg Daniels, se concentraram em corrigir alguns destes erros jogando as situações rotineiras, dentro do cenário da mesma. Porém, realmente continua não dando certo. A série mostra a trupe da Space Force encarando as consequências na falha de sua grandiosa operação espacial, vista no desfecho da última temporada. Comandadas pelo General Mark R. Naird (Steve Carell), eles terão de ter ogo de cintura para conseguir se manterem em seus cargos pelo governo dos EUA. Imagem: Netflix (Divulgação) Agora dividida em sete episódios com cerca de 30 minutos cada, o programa ainda nos apresenta diversas situações totalmente forçadas e nitidamente não da chance para a comédia acontecer. Para fazer este tipo de produção, deve-se haver pelo menos alguns breves momentos de improviso dos atores e nesta temporada isso só deve ter ocorrido nitidamente na pequena ponta do comediante Patton Oswalt (que rouba a cena e é uma das poucas coisas realmente engraçadas neste ano). Tudo parece ter seguido o roteiro perfeitamente, sem espaço para nenhum improviso do tipo. Algumas das piadas que são mostradas já foram apresentadas desde os primórdios de programas do gênero como Mentos na Coca-Cola, uma estatua em formato de pênis e até mesmo a paixão de uma personagem em tocar bateria durante a madrugada. Isso poderia ter funcionado se tivesse rolado mais malicia humorística e situações diferentes que tivessem essas piadas como solução. A segunda temporada de “Space Force” se mostra como uma tentativa falha de tentar tirarem humor sem acidez e muito menos situações que possam promover algo assim.

Crítica | Lulli

Engenharia do Cinema Já não é de hoje que as produções encabeçadas pela atriz Larissa Manoela se encaixam perfeitamente no rótulo de “ame ou odeie”. Lulli casa bem com esta frase, pois realmente estamos falando do exemplar mais fraco desta, de todas as suas recentes produções. Inspirado no livro de Thalita Rebouças (a mesma responsável por Pai em Dobro, com Maísa), a premissa já foi explorada em exaustão por Hollywood por conta da sucedida comédia com Mel Gibson, Do Que As Mulheres Gostam, e francamente parece que ela já cansou de vez. Na trama, Larissa interpreta a estudante de medicina Lulli, que após sofrer um acidente durante um plantão, passa a ler a mente de todas as pessoas ao seu redor. Porém ela percebe que enquanto ela adquiriu a nova “habilidade”, seu ex-namorado Diego (Vinícius Redd) sofreu uma crise de amnésia e se esqueceu completamente que havia terminado com ela um pouco antes do ocorrido. Então ela vê nesta uma ótima oportunidade de reconquistar o mesmo e conseguir se estabelecer como uma ótima médica.     Imagem: Netflix (Divulgação) Apesar de Larissa já ter comprovado que possui um ótimo timing cômico e talento para encabeçar produções voltadas para adolescentes, em “Lulli” parece que ela apenas teve de aceitar o projeto por conta de um contrato estabelecido com a Netflix. Além de nitidamente ela estar forçada em cena, o roteiro de Renato Fagundes e da própria Rebouças não convence em ponto nenhum para gostarmos dos personagens. Todas as situações já foram apresentadas em outros filmes adolescentes do gênero, pelos quais conseguimos encontrarem outras lacunas na própria plataforma citada. Seja através de uma trilha sonora que toca melodias quando ocorre “algo errado” ou alguma situação “inusitada”. Inclusive o roteiro ainda tenta criar momentos com os personagens coadjuvantes, vividos por Sergio Malheiros, Amanda de Godoi e Yara Charry, aos quais eles jogam as ideias no ar e sequer são bem exploradas. Realmente eles aparecem apenas para causar aquele peso de “nossa, esse ator da Globo ta aqui!”. Lulli realmente é uma das maiores bombas nacionais da Netflix, onde nitidamente vemos que Larissa Manoela teve o primeiro grande erro em sua carreira.

Crítica | La Casa de Papel (5ª Temporada – Parte 2)

Engenharia do Cinema Após enrolar ao máximo, a Netflix finalmente encerrou um dos seus grandes carros chefes, a série “La Casa de Papel”. Sofrendo com um roteiro que extrapola situações absurdas, com o único propósito de prender a atenção do espectador que reveza entre ver as produções da plataforma e ficar nas redes sociais (afinal, acontecendo algo interessante, este comenta de imediato o fato na internet e gera mais público para o serviço). Com cinco novos episódios, essa parte final mostra todas às consequências finais do roubo ao maior e mais importante banco da Espanha. Agora um erro, acabará fazendo com que todos acabem sendo presos ou até mesmo mortos. Imagem: Netflix (Divulgação) Não há muito diferencial em relação a primeira parte no quesito técnico. Porém parece que os produtores resolveram deixar a trama de Berlim mais para escanteio neste desfecho (uma vez que ele já conseguiu ganhar sua própria série, com estreia em 2023), e souberam explorar a tensão nas cenas de suspense e ação. Não há um espaço para piadas e humor agora (embora aja apenas uma cena, que acaba se tornando irrelevante), mas sim o suspense continua sendo o carro forte da produção (ainda mais que elas não são interrompidas para mostrar situações do Berlim ou outras aleatórias). Sem entrar no mérito de spoilers, o desfecho da produção certamente causará muitos questionamentos em parte dos espectadores. Porém os mais espertos irão se tocar que tudo era possível, diante das condições “malucas” criadas pelo showrunner, Álex Pina. Como isso já se tornou um tanto que habitual dentro da premissa da série, o suspense e tensão pode chegar até mesmo a não ocorrer com o público que se acostumou com isso. Apesar da Neflix ter feito um encerramento digno para  “La Casa de Papel”, o desfecho mostra que realmente não há chances de termos mais produções da franquia, além das anunciadas (ou será que teremos?).