Molho Negro anuncia quinto álbum de estúdio

A banda Molho Negro, hoje formada por João Lemos (vocal/guitarra), Raony Pinheiro (baixo) e Antonio Fermentão (bateria), recém chegados à gravadora Deck, lança em breve o quinto álbum e o primeiro com o baterista Antonio Fermentão. “Eu normalmente levo um tempo pra compor, e dessa vez tentei trabalhar o máximo que pude nas músicas, ter opções e mais opções para debater, refazer e decidir, então foi um processo diferente”, comentou João Lemos. O primeiro single, Ficar Morto Vende, será lançado na próxima sexta-feira (3) e fala sobre uma paralisia do sono. “Um alarme tocando no fundo que você simplesmente não tem como desligar, o cheiro de fumaça num consultório que todo mundo ignora em conjunto, o mundo acabando sem ter muita coisa que a arte consiga fazer em relação à isso”, comentou João. “Mas pode ser que as pessoas tenham outra interpretação, pode ser que a minha ansiedade tenha tomado o controle e essa angústia toda é falta de sono, Vai saber”. O novo álbum foi gravado no Estúdio Costella, em São Paulo, onde a banda reside, e foi produzido por Gabriel Zander em parceria com eles, como já haviam feito nos dois discos anteriores.

Florence + The Machine apresenta mais um single de seu novo álbum; ouça “One Of The Greats”

Florence + the Machine apresentou a música One Of The Greats, retirada do sexto álbum de estúdio de Florence Welch, Everybody Scream. O novo álbum será lançado em 31 de outubro, mas já está disponível para pré-venda na UMusic Store. “Eu não sei muito bem como me explicar com essa faixa; foi meio que um poema longo sobre o custo da grandeza. Quem decide o que é isso? Por que eu sequer quero isso? Por que nunca estou satisfeita? Sinto que morro um pouco toda vez que faço um disco — e, de certa forma, quase morri literalmente na última turnê. Ainda assim, sempre me desenterro para tentar de novo, sempre tentando agradar aquela única pessoa que não gosta, ou finalmente sentir que fiz algo perfeito e que posso descansar…”, comentou Florence em comunicado enviado à imprensa. One Of The Greats sucede a faixa-título Everybody Scream, lançada no mês passado com um clipe dirigido por Autumn de Wilde, que recebeu aclamação imediata.

Djavan lança “Um Brinde”, primeiro single de seu 26º álbum de estúdio

Djavan apresentou Um Brinde, primeiro single de Improviso, seu 26º álbum de estúdio. O projeto, com lançamento confirmado para 13 de novembro, reúne 12 faixas e marca um novo capítulo na trajetória do artista. A canção mistura pop e jazz, com o suingue característico do cantor alagoano, unindo poesia e sofisticação musical em versos como “Ir atrás do amor é um jazz / Mas se você quiser me seguir / Tudo é mais simples que beijar sem morder”. Gravada com um time de músicos de longa parceria, Um Brinde reúne Felipe Alves (bateria), Marcelo Mariano (baixo), João Castilho (guitarra), Paulo Calasans (piano), Renato Fonseca (teclado), Jessé Sadoc (trompete), Marcelo Martins (sax tenor) e Rafael Rocha (trombone), além do próprio Djavan em voz e violão. Como parte do lançamento,  o cantor apresentou no TikTok a ação “Improvise com Djavan”, no início deste mês. O artista liberou um trecho de um minuto de “Um Brinde”, cantado sem letra e convidou os fãs a criarem novas versões a partir da melodia inédita. A iniciativa, que antecipou o lançamento oficial da faixa, teve ótimo engajamento e aproximou ainda mais novas gerações de ouvintes à sua música. Com Improviso, Djavan segue explorando novas sonoridades e reafirmando seu lugar único na música brasileira, em plena atividade criativa, às vésperas de celebrar 50 anos de carreira em 2026.

Entrevista | The Rasmus – “Estaremos no Brasil em 2026”

O The Rasmus acaba de lançar Weirdo, seu 11º álbum de estúdio, um trabalho que equilibra peso, melodia e uma mensagem de aceitação (confira o review do álbum aqui). Com faixas que vão do impacto imediato de Creature of Chaos ao intimismo de I’m Coming for You, o disco mostra a maturidade da banda finlandesa ao mesmo tempo em que resgata a energia dos primeiros anos. Nesta entrevista ao Blog N’ Roll, o vocalista Lauri Ylönen conta de maneira exclusiva que a banda voltará ao Brasil em 2026, após 8 anos, e fala também sobre a ida à Grécia para compor o álbum e sobre questões pessoais que influenciaram as letras. O que o título Weirdo representa para você e para a banda neste momento da carreira? Essa palavra sempre esteve ao meu redor. Quando eu era criança, as pessoas me chamavam assim como um insulto. Foi difícil me aceitar quando era mais jovem, com meu visual diferente, penteado, maquiagem e roupas. Mas sempre mantive meu estilo, não importava o quanto tivesse que lutar. Quero celebrar 30 anos de The Rasmus e 30 anos de ser um weirdo. Isso conta minha história e, talvez, sirva de exemplo para jovens que precisam acreditar em si mesmos. Queremos transformar essa palavra em algo positivo, e não em um insulto. Como é a cena musical na Finlândia? Aqui no Brasil, as crianças da minha sala também não me entendiam e curtiam o samba e a música sertaneja. E no seu país? A Finlândia é conhecida por rock e metal, e eu tenho muito orgulho disso. Somos uma nação pequena, com cerca de 5,5 milhões de pessoas, e mesmo assim o mundo conhece nossas bandas. É impressionante como produzimos tanta música. Acredito que o som mais sombrio da Finlândia vem do clima. Tudo por aqui é um pouco mais intenso: a comida, as bebidas, até os doces. Isso se reflete também na música. É incrível ver como os shows de rock e metal unem gerações, com pessoas de 17 a 75 anos dividindo a primeira fila. Existe uma comunidade muito forte, todos se sentem acolhidos. Grande parte das músicas foi escrita na Grécia. Como esse ambiente influenciou o som do disco? Não sei se o lugar em si influencia diretamente, mas é ótimo para escrever. Fomos cinco vezes para lá com o produtor Desmond Child. É um lugar silencioso, afastado do mundo, perfeito para se concentrar. A ilha em que ficamos tem centenas de capelas brancas espalhadas pelas montanhas, o que dá uma atmosfera espiritual especial. A natureza é dura, seca, cheia de oliveiras, bem diferente da Finlândia. Eu gosto muito da Grécia. Você citou Desmond Child, mas o álbum também teve outro grande nome, o Marty Frederiksen. O que mais aprendeu com eles? Ambos são fantásticos, verdadeiras lendas. Desmond trabalhou com Kiss, Aerosmith, Bon Jovi, Alice Cooper. Marty, com Ozzy Osbourne e também Aerosmith. É incrível tê-los produzindo nossa música, já que sempre me considerei parte de uma pequena banda. Acho que eles gostam de trabalhar conosco porque temos um som diferente. Desmond chegou a dizer que certas melodias nossas nunca apareceriam nos Estados Unidos, mas que eram únicas do The Rasmus e muito especiais. Trabalhar em Nashville, em um grande estúdio, foi uma experiência inesquecível. Weirdo traz elementos de nu metal, pop, indie rock, mas ainda soa como The Rasmus. Como é se reinventar sem perder os fãs de longa data? Nossos fãs já estão acostumados a não saber o que esperar. Sempre fazemos música que nos deixe felizes primeiro. Já experimentamos sons eletrônicos, como no álbum Dark Matters, que talvez não tenha sido o melhor, mas foi essencial para nossa trajetória. Queremos ter uma carreira longa, e isso exige explorar novos caminhos. Agora senti vontade de trazer de volta as guitarras e o som mais pesado. Tivemos grandes riffs como base e contamos com produtores incríveis. Além de Desmond e Marty, trabalhamos com Joseph McQueen, de Los Angeles, que trouxe um toque moderno ao disco. E sobre os fãs brasileiros? O que eles podem esperar do setlist da turnê Weirdo? O Brasil está nos planos? Sim, mas só no próximo ano. Este ano já está todo planejado para a Europa e alguns shows no México. Em 2026 vamos fazer América Latina, Estados Unidos, Austrália e muitos outros lugares. Não posso dar mais detalhes agora, mas o Brasil está confirmado. Alguns fãs interpretaram a música Rest in Pieces como se falasse da saída da Pauli da banda. Pode falar mais sobre isso? Prefiro não citar nomes, mas essa música é pessoal sim. É sobre um velho amigo que me traiu. Acho que todos já passaram por isso, confiar em alguém e se decepcionar profundamente. Escrevi essa faixa no fim do processo de gravação, quase sozinho, e senti que precisava estar no álbum. Acabou se tornando o primeiro single. Para encerrar, pode deixar uma mensagem para os fãs brasileiros? Pessoal do Brasil, desculpem não conseguirmos ir este ano, mas em 2026 estaremos aí. Espero que possamos tocar em muitos shows e encontrar todos vocês. Até breve, cuidem-se.

Entrevista | Cícero – “Pode começar o disco pela quinta música que vai fazer sentido do mesmo jeito”

No ano em que encerra um hiato de cinco anos sem inéditas, Cícero está de volta com Uma Onda em Pedaços, álbum lançado na última quinta-feira (7) que mergulha em fragmentações pessoais, estéticas e existenciais. O trabalho, o sexto de sua carreira solo, chega meses após Concerto 1, disco lançado em janeiro com releituras da carreira, e confirma a fase mais prolífica do cantor e compositor carioca. Pela primeira vez, ele entrega dois álbuns num mesmo ano, reflexo de um período marcado por recolhimento, recomeços e inquietações criativas. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Cícero detalhou como atravessou os últimos anos, da pandemia, que o forçou a adiar turnês e lidar com perdas pessoais, à retomada dos palcos com novos formatos de show. Também revelou como o conceito de fragmentação não apenas nomeia o disco, mas estrutura seu conteúdo e sua forma de narrar: canções que funcionam como peças soltas, com diferentes sons, histórias e possibilidades de leitura. Musicalmente, Uma Onda em Pedaços é plural. Vai do forró ao jazz, passando por rap, indie rock e MPB experimental. Essa diversidade é acentuada pelo fato de que, desta vez, Cícero cedeu espaço para que músicos convidados contribuíssem com ideias próprias nos arranjos — imprimindo uma estética mais orgânica e colaborativa. As participações de Duda Beat, Tori e Vovô Bebê também ajudam a ampliar o espectro sonoro e afetivo do trabalho. Além do álbum, Cícero também vai excursionar pelo Brasil a partir de outubro. E espera vir a Santos pela primeira vez. Confira abaixo a entrevista completa. Foram quase cinco anos desde seu último álbum de inéditas. Como foi esse período pra você? Chegou a colaborar com outros artistas, ficou mais recluso ou já vinha trabalhando nesse disco?  Foram as três coisas que você falou. Nesses últimos cinco anos fiquei mais recluso no período da pandemia, um pouco depois também, porque foi difícil pra todo mundo, tive perdas familiares. Arrastou também um tempo de luto, e após isso comecei a tocar, fiz a turnê do disco que lancei na pandemia (Cosmo, de 2020), saiu no dia do lockdown. Estava planejado para 2019, mas por força do destino caiu do disco ser lançado no mês que a pandemia estourou, e a turnê toda que estava marcada para 2020 foi cancelada. Adiada, depois adiada de novo, depois adiada de novo, até que foi cancelada. Então só fui fazer o show dessa turnê no final de 2022. Ou seja, já foram dois anos aí que comeu de vida total, porque a gente ficou no modo bunker, tentando entender o que estava acontecendo, eu pelo menos fiquei.  Depois disso teve essa turnê de 2022, e uma outra em 2023 com uma ideia de tocar as músicas no formato live pra câmera na época da pandemia, projetados numa parede. Pensei assim: ‘e se a gente ficar trancados para sempre em casa? Como é que será o show? Vai ser tudo via transmissão online. Essa ideia começou a nascer, de projetar sei lá, uma orquestra na parede, tocar na frente e tal. Quando a pandemia abriu em 2023, decidi levar essa ideia para os palcos. Aí fiz o Concerto 1, que era eu tocando violão com uma orquestra projetada num telão atrás, tocando os arranjos. Acabou que a galera gostou muito do show e permaneceu. Em 2024 comecei a fazer o disco, porque tinha ficado um bom registro, e lancei no início deste ano. Só que quando acabei o Concerto 1, também vi que  já tinha um apanhado muito grande de músicas novas e senti que já tinha um motivo ali, o álbum já existia, a ideia. Acabei lançando dois discos num ano, nunca tinha feito isso.  O título do álbum sugere fragmentação. De que forma você se sentiu “em pedaços” e como isso influenciou a composição das músicas? Tinha um projeto de mim muito central. O que queria fazer, onde queria chegar, o que queria construir, o que queria executar, uma relação com a sua vida como se fosse um projeto mental seu. Da pandemia pra cá, as circunstâncias se mostraram muito mais fortes no que é o eu e a minha vida do que as minhas decisões.  As minhas decisões se mostraram menores do que as circunstâncias. Por exemplo, uma pandemia, um parente que morre, enfim, as circunstâncias. E aí comecei a ver que existem fragmentos de vida, que você consegue organizar eles de alguma forma, mas eles são fragmentados em um caos. Tem o você jornalista, tem o você filho, tem o você amigo, tem o você cidadão, tem o você namorado, tem vários vocês, né? E você toma algumas decisões em relação a essas pessoas, mas as circunstâncias definem também muito para onde essas pessoas vão. Acho que o disco fala disso. Ele é um disco que não tem uma narrativa central, um projeto central de história, ou um começo, meio, fim, ou não fala uma… São fragmentos, pedaços de narrativas soltas que você pode organizar da forma que você quiser. Você pode começar o disco pela quinta música e ele vai fazer sentido do mesmo jeito. O disco tem muitas referências e estilos diferentes: forró, rap, jazz, música eletrônica, experimental. Como essas influências surgiram no processo de criação? Foi algo planejado ou mais intuitivo? Isso é uma evolução meio que do que venho fazendo desde o meu primeiro disco, só que acho que dessa vez, o diferencial é a ideia de que cada música tem uma natureza diferente. De ter uma música que é um baião, um forró, uma eletrônica, uma é um indie rock, a outra é uma marchinha, isso já vinha. Mas nesse disco sinto que isso ficou mais ressaltado porque chamei pessoas para terem as ideias delas para os arranjos da música num lugar muito de criação.  Por exemplo, o pianista tocou o piano que ele pensou ali na hora conhecendo a música, o baixista criou a linha de baixo ouvindo a música, o baterista idem, entendeu? Chamei pessoas que tinha muita admiração, carinho e amor para que elas

Deftones lança single My Mind is a Mountain e anuncia novo álbum

O Deftones anunciou o lançamento do seu décimo álbum de estúdio, Private Music, para 22 de agosto via Reprise/Warner Records, com distribuição nacional da Warner Music Brasil. Para anunciar a chegada do disco, o grupo também divulgou um novo single intitulado My Mind is a Mountain, que foi compartilhado com exclusividade por Zane Lowe como seu mais recente World Record na Apple Music. Lowe também se reuniu com os integrantes Chino Moreno, Stephen Carpenter, Abe Cunningham e Frank Delgado no icônico Canter’s Deli, em Hollywood, onde os músicos falaram extensivamente sobre a criação de private music, relembraram memórias e discutiram o que o futuro reserva. Agora, eles iniciam oficialmente um novo capítulo. O Deftones gravou e co-produziu o novo álbum em diversos locais na Califórnia — incluindo Malibu e Joshua Tree — além de Nashville, Tennessee, ao lado do produtor, vencedor do Grammy, Nick Raskulinecz. Este é o terceiro trabalho da banda com Raskulinecz, que também assinou a produção de Diamond Eyes (2010) e Koi No Yokan (2012). No início deste ano, o Deftones iniciou sua primeira turnê como atração principal na América do Norte desde 2022, produzida pela Live Nation — e ela se mostrou a maior e mais bem-sucedida da carreira da banda até agora. Eles tiveram lotação esgotada em uma extensa turnê por arenas, incluindo casas lendárias como o Madison Square Garden em Nova York. A próxima etapa da turnê começa no dia 22 de agosto, na Rogers Arena, em Vancouver, e segue por arenas no Canadá e Estados Unidos. O Deftones terá como atrações de abertura as bandas Phantogram e IDLES em datas selecionadas. A banda The Barbarians of California abrirá todos os shows. Tracklist completa:

Entrevista | Rubel – “Não tem como passar por algo tão intenso e sair igual do outro lado”

Novo álbum de Rubel, intitulado de Beleza. Mas agora a gente faz o que com isso?, marca um retorno introspectivo do artista carioca às suas raízes musicais, após a experimentação plural de seu trabalho anterior, As Palavras Vol. 1 & 2. Este quarto disco é composto por nove faixas que exploram temas como tempo, amor, amizade, espiritualidade e a dualidade entre vida e morte. Rubel descreve o título como uma frase em movimento, aberta a múltiplas interpretações, refletindo a complexidade e as incertezas da existência. Entre os destaques do álbum estão Pousada Paraíso, Ouro, com influências de Jorge Ben e Marvin Gaye, e Azul, Bebê, uma canção de amor que combina elementos de hip hop e MPB. O álbum também inclui uma versão em português de A la ventana, Carolina, do mexicano El David Aguilar, intitulada A Janela, Carolina, além de uma reinterpretação de Reckoner, do Radiohead, encerrando o disco com uma homenagem às influências internacionais de Rubel. Complementando o lançamento, um filme de seis minutos dirigido por Larissa Zaidan foi disponibilizado simultaneamente. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Rubel contou sobre inspirações, evolução na carreira e uma possível vinda para Santos com sua próxima turnê. Aliás, a turnê do novo álbum de Rubel tem início nos dias 21 e 22 de junho, com dois shows no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Até dezembro, o artista ainda passa por todas as capitais do Brasil, Europa e Japão. Como você chegou nesse título para o álbum e como ele te guiou ao longo da trajetória de gravação e de composição? Queria um título que fosse provocativo, estranho, que despertasse algum sentimento de… ‘O que é isso, afinal?’ Algo que deixasse as pessoas curiosas e instigadas a querer entender e escutar. Agora, sinceramente, eu não lembro se o título veio antes ou depois das composições. Acho que o disco já estava mais ou menos pronto quando o título apareceu. Ele acabou sendo um resultado do próprio trabalho finalizado. Amarrava conceitualmente o que o disco representava, porque é um trabalho meio estranho, que faz muitas perguntas, bastante aberto à interpretação. Tem também esse caráter literário — estamos falando de um álbum que brinca bastante com as palavras — e eu acho que esse título ajuda a dar o tom de estranheza, mas também de algo um pouco pop, que o disco carrega. Você fala muito que é um tom de estranheza, mas pra você, o que é esse tom de estranheza? Não é muito comum um título de disco vir com uma pergunta, ou trazer duas frases — sendo que o ponto final ali marca a transição de uma pra outra. E também não é comum um título tão grande assim. Então, só por isso ele já me soa meio esquisito. Mas “esquisito”, pra mim, é um adjetivo mais elogioso do que pejorativo. Eu realmente acho esse título esquisito — e gosto disso. Você veio agora com uma pegada mais intimista, à base de voz e violão, que é o contrário do seu último álbum, As Palavras Vol. 1 & 2. O que motivou esse retorno ao estilo? Acho que não teve nenhum acontecimento pessoal específico que tenha me guiado nessa trajetória. Foi muito pela própria jornada profissional e musical mesmo. Comecei num lugar muito íntimo, no primeiro disco, depois fui explorando uma sonoridade mais de banda, com beats, dialogando com o hip hop… e no terceiro disco fui ainda mais longe, experimentando muitas sonoridades — pagode, funk. Então, me pareceu natural que em algum momento voltasse para o início. Mas não é um retorno igual. Esse disco remete ao meu trabalho inicial, sim, mas ele já está muito afetado por tudo o que vivi nos outros projetos. Carrega influências do estudo da música brasileira que aprofundei em As Palavras, da produção que explorei em Casas… então, acho que é um caminho natural dentro da minha própria evolução musical. Depois de um disco tão grandioso e cheio de camadas, me deu saudade de fazer algo mais amarrado, com uma única cara. Quis um álbum que soasse como se fosse uma música só, desmembrada em nove faixas. Eu sentia falta dessa produção menor, mais artesanal. É como voltar pra casa — mas voltar um pouco diferente. A casa pode até ser a mesma, mas eu mudei um pouquinho. Quais artistas te influenciaram na produção desse disco e no seu conteúdo como artista mesmo? Esse disco tem uma inspiração muito forte na MPB dos anos 1960 e 1970. João Gilberto é, sem dúvida, a referência central — por essa estrutura minimalista de voz e violão que ele domina como ninguém. Ele é o mestre absoluto desse formato. Além dele, tem o Caetano Veloso, Jorge Ben Jor, a teatralidade do Gilberto Gil, Chico Buarque… São figuras fundamentais. É quase impossível não se apoiar neles quando se busca beleza e profundidade na canção. Eles moldaram o que há de mais sofisticado e expressivo na música brasileira. Foram esses nomes que mais influenciaram a estética do disco — tanto na escolha das harmonias quanto na forma de construir as letras. Existe um diálogo direto com esse universo sonoro mais clássico da MPB, que sempre me encantou. Mas não foi só a sonoridade que me tocou. A postura artística também me inspirou muito, especialmente a do João Gilberto. Ele tinha uma relação muito íntegra com a própria arte — não se deixava guiar por modismos ou expectativas de mercado. E eu quis adotar esse mesmo espírito aqui. Não fiz esse álbum pensando se ele ia estourar ou não, se estaria de acordo com o que está em alta ou com o que vende mais. Segui minha intuição, meu ouvido, meu coração. Acho que essa liberdade criativa é algo que une todos esses artistas que mencionei. E João, mais do que ninguém, sustentava isso com coragem. Ele fazia o que acreditava, com identidade e profundidade, mesmo que isso não o tornasse comercial. É claro que eu torço para que o disco alcance muita gente — todo artista quer

Dropkick Murphys anuncia novo álbum e libera single “Who’ll Stand With Us?”

O futuro álbum do Dropkick Murphys, For The People, demonstra coragem e confiança ao se posicionar contra as injustiças que acontecem nos Estados Unidos, fazendo isso com a força e intensidade que remetem às raízes mais punk rock da banda. For The People é mais do que um título. É uma postura sincera, uma declaração de quem essa banda é – e sempre foi. For The People será lançado digitalmente no dia 4 de julho pelo selo Dummy Luck Music / Play It Again Sam da própria banda. As versões em LP e CD, que incluem cinco faixas bônus, chegam no dia 10 de outubro. A capa impactante do álbum foi criada pelo renomado estúdio de design Studio Number One, do artista político/social Shepard Fairey. A produção e mixagem ficaram por conta de Ted Hutt, colaborador de longa data da banda. For The People se levanta em seu momento: uma expressão de humanidade em tempos de desumanização constante, uma promessa de esperança em uma era alimentada pelo medo, uma declaração de solidariedade em uma era de desunião, uma resposta desafiadora aos charlatões e demagogos que buscam nos dividir para obter poder e lucro. Who’ll Stand With Us?, o primeiro single do álbum, é um chamado à união, um apelo ao retorno da sanidade e um olhar direto para o que – e quem – realmente está nos dividindo. A música vai direto ao ponto: quando os bilionários e “broligarchs” terminarem de neutralizar a sociedade, o que restará para o resto de nós? A faixa busca enquadrar a guerra de classes pelo que ela realmente é. E, como todas as músicas do Dropkick Murphys, ela empodera os ouvintes a agirem. O poderoso videoclipe de Who’ll Stand With Us? foi dirigido por Jon Vulpine e retrata a realidade perturbadora de pessoas desaparecendo nos Estados Unidos. A MeidasTouch Network, um podcast norte-americano pró-democracia (e o podcast número 1 nos EUA e Canadá), tomou nota, irá divulgar o vídeo e já demonstrou apoio contínuo aos esforços da banda para combater a injustiça. Alinhado ao tema do álbum e à filosofia da banda, Casey participou recentemente de uma caravana de ajuda humanitária na Ucrânia, destacando o compromisso dos Dropkick Murphys em apoiar o país devastado pela guerra. Nos últimos anos, a banda arrecadou fundos para iniciativas de apoio à Ucrânia com a venda de camisetas de edição limitada, e Casey sentiu que era importante ver a situação de perto e demonstrar apoio moral ao povo ucraniano. Seja na política, na família, entre amigos ou simplesmente na vida, o Dropkick Murphys continua escrevendo músicas com as quais pessoas comuns se identificam. Em For The People – o 13º álbum de estúdio da banda – as histórias são profundas, as memórias intensas e a alegria continua contagiante. Ao longo das 12 faixas, o Dropkick Murphys – Ken Casey (vocais), Tim Brennan (guitarras, tin whistle, acordeão, piano, vocais), Jeff DaRosa (guitarras, banjo, mandolim, vocais), Matt Kelly (bateria, percussão, vocais), James Lynch (guitarras, vocais), Kevin Rheault (baixo) e Campbell Webster (gaita de fole e Uilleann pipes) – transmite o mesmo tipo de alegria que se celebra entre amigos e família. E mesmo nos momentos mais tristes e reflexivos, é difícil não se sentir pessoalmente envolvido no espectro emocional da banda. “Nosso recado sempre foi o mesmo e nunca tivemos medo de falar sobre o que é importante para nós. Mas, para mim agora, penso no futuro dos meus filhos, na próxima geração”, diz Casey. “Isso pode ser qualquer coisa – desde denunciar injustiças até simplesmente garantir que você diga às pessoas próximas o quanto elas são importantes para você.”

Yellowcard anuncia novo álbum e compartilha a faixa-título “Better Days”

O Yellowcard celebrou o anúncio de seu novo álbum, Better Days, com o lançamento do single principal e faixa-título, além da faixa do álbum Honestly I. Better Days é o primeiro álbum completo da banda em quase uma década e será lançado no dia 10 de outubro via Better Noise Music. Este álbum tão aguardado foi produzido por Travis Barker, que também toca bateria em todas as faixas. O single Better Days é uma reflexão corajosa sobre gratidão, perdão, perspectiva e propósito. Antigamente presença constante na MTV e na Billboard Hot 100, os veteranos da Vans Warped Tour — cujos dois primeiros álbuns produziram singles certificados como duplo-platina e ouro — soam completamente recarregados e revitalizados em 2025. William Ryan Key, Sean Mackin, Ryan Mendez e Josh Portman nunca pareceram tão fortes. O videoclipe de Better Days, dirigido por Jordan Phoenix, mostra os integrantes interpretando personagens icônicos de filmes dos anos 80 em uma locadora vintage. O vídeo reflete a diversão e a leveza que a banda está vivendo nesta nova fase. “Estamos focados em fazer com que este capítulo da nossa carreira seja sobre felicidade. Este foi o vídeo mais divertido que fizemos em 20 anos e esperamos que todos sorriam ao assisti-lo”, comenta Ryan Key. A banda concordou que lançar um novo álbum só faria sentido se fosse o melhor de sua carreira. Eles se recusaram a apressar o processo e, pela primeira vez, se permitiram pedir ajuda. Ryan Mendez convidou seu amigo de longa data Nick Long para as sessões de composição, e foi através dele que Travis Barker se envolveu no projeto, assumindo a produção e a bateria de todo o álbum. “Comecei o disco sendo uma versão de mim mesmo e terminei como outra pessoa. Eu sabia que precisava de ajuda e saí escrevendo músicas como quando tinha 19 anos.”