Crítica | Meus Sogros Tão Pro Crime

Engenharia do Cinema Não é novidade que as produções estampadas por Adam Sandler como produtor, são muito divertidas (“A Missy Errada“) ou muito ruins (“Time do Coração“). “Meus Sogros Tão Pro Crime” facilmente se encaixa no segundo caso, pois temos ótimos nomes como Pierce Brosnan e Ellen Barkin, em papéis onde nitidamente foram aceitos por conta do cachê (já que eles comprovaram outras vezes ter semblante cômico plausível). Prestes a se casarem nos próximos dias, o bancário Owen (Adam Devine) está bastante ansioso com as possibilidades que ele pode exercer com sua noiva Parker (Nina Dobrev). Eis que eles são surpreendidos com a vinda dos pais desta (Brosnan e Barkin), que logo acabam assaltando justamente o banco onde o genro trabalha.     Imagem: Netflix (Divulgação) O roteiro da dupla Ben Zazove e Evan Turner, parece ter sido tirado de um lixo, entregue na mão do comediante Adam Levine (“Um Senhor Estagiário”) e os próprios disseram para ele “olha, faz umas piadinhas improvisadas aí, pois o público gosta de ser o seu estilo escrachado”. Porque realmente, estamos falando de um projeto que se resume nisso, durante sua metragem de quase 90 minutos. Sim, o próprio possui um tipo de humor que funciona não como protagonista, e sim como coadjuvante de apoio (como já foi de astros do nível de Robert De Niro e Bryan Cranston). E chega a ser vergonhoso vermos que em paralelo, Brosnan e Barkin estão com imensa vergonha e pouca vontade de estarem neste projeto. Não sobra uma linha de diálogo cômica para a dupla, que não seja repetir a mesma piada exaustivamente.   Pior ainda, é termos a participação de atores que já mostraram ótimos em outros projetos como Michael Rooker, Richard Kind e Lauren Lapkus (a protagonista do ótimo “A Missy Errada“), em papéis forçados, sem graça e que chegam a serem vergonhosos. “Meus Sogros Tão Pro Crime” termina sendo uma comédia tão sem graça, que o único crime que vemos é o fato dela ter sido realizada para o público.

Crítica | A Filha do Rei

Engenharia do Cinema Com as gravações ocorrendo em 2014, originalmente este filme seria lançado em 2015, pela Paramount Pictures. Porém após diversos problemas em sua pós-produção e cientes da bomba que teriam em mãos, o estúdio vendeu os direitos para uma independente nos EUA e o lançou apenas agora nos cinemas de lá (curiosamente no Brasil, ele acabou sendo lançado logo no inicio deste ano, diretamente pelo Telecine). Com as gravações sendo realizadas no verdadeiro Palácio de Versalhes (durante a madrugada, que é quando o mesmo está fechado) realmente afirmo que essa é a única coisa boa nessa produção de época. Inspirado no livro de Vonda N. McIntyre, a história na verdade é uma bagunça. Ela gira em torno de Marie-Josephe (Kaya Scodelario) que descobre ser filha do então Rei Louis XIV (Pierce Brosnan), o que a faz ir até o Palácio de Versalhes para se encontrar com o mesmo. Ao mesmo tempo ela tem uma série de encontros com uma Sereia curandeira (Bingbing Fan) e se apaixona pelo plebeu Yves (Benjamin Walker). Imagem: Gravitas Ventures (Divulgação) O roteiro de Barry Berman e James Schamus parece que queria ser várias coisas e acabaram sendo absolutamente nada. Com essas três tramas distintas e menos de 90 minutos de projeção, a sensação é que a dupla simplesmente foi jogando os fatos e tentar captar a atenção das espectadoras femininas (o que leva a escalação de Scodelario). Porém, eles não conseguem sequer ter um público certo, pois não há como saber se estamos falando de um filme sobre monarquia ou até mesmo um reboot de “A Pequena Sereia”. Inclusive até os atores estão perdidos, com tamanho deslize (ressalvo que as gravações foram em plena madrugada, e o “sol” foi colocado com CGI). E isso é notório até mesmo em uma breve cena entre Scodelario e Brosnan, onde logo após ela falar que ele é seu Pai, este já fala que ela deve se casar com um cidadão que ele deseja! (não estou brincando, é isso mesmo que acontece). “A Filha do Rei” acaba sendo oficialmente a primeira grande bomba lançada em 2022, sem viés de dúvidas.