Crítica | Olhar Indiscreto

Engenharia do Cinema Lançada exatamente no primeiro minuto de 2023, a minissérie brasileira da Netflix “Olhar Indiscreto” já chegou com as seguintes premissas de ser uma produção que mesclaria soft-porn com mistério. Dirigido pelo trio Luciana Oliveira, Fabrizia Pinto e Leticia Veiga, a produção dividida em 10 episódios consegue ter um escopo inteligente, mas sua execução com vários plot-twists constantes e “vai e volta” na linha do tempo do enredo, acabam cansando o espectador em vários aspectos. A história mostra a hacker solitária Miranda (Débora Nascimento), que passa o dia observando a rotina de sua vizinha Cléo (Emanuelle Araújo), que é uma garota de programa e atende vários clientes diferentes durante o dia. Mas quando esta vai fazer uma viagem e solicita que ela cuide de seu cachorro, Miranda acaba se envolvendo em um esquema muito mais complexo e maluco do que aparentava. Imagem: Aline Arruda/Netflix (Divulgação) Em seus primeiros três episódios conseguimos facilmente comprar a premissa, uma vez que mesmo se tratando de uma produção cujo escopo é vender várias cenas de sexo (sem ser de forma explicita), é até bem realizada em contexto de enredo (já que obras como “365 Dias” chegam a não ter história alguma). Mas quando a trama começa a tentar resgatar cada vez mais o passado de Miranda, Cléo e dos irmãos Fernando (Nikolas Antunes) e Heitor (Ângelo Rodrigues), o trem começa a descarrilhar. Uma mesma situação acaba sendo alterada diversas vezes (até mesmo pelo mesmo personagem, seja por intermédio do narrador ou do próprio ao contar contexto para personagem x ou y), sem motivo aparente nenhum, e algumas gafes são nitidamente colocadas para chamar o espectador de “burro” e “desatento” (de tão óbvias que são). Mesmo com algumas cenas de sexo serem jogadas totalmente forçadas (apenas com intuito de cumprir o rótulo dado para ela), isso não acaba sendo executado exaustivamente, a ponto de se tornar prejudicial para o enredo. “Olhar Indiscreto” termina como mais uma produção que poderia ter explorado melhor seu potencial, se não tivesse se preocupado em confundir a cabeça do espectador ao contar uma história de mistério.
Crítica | Bom dia, Verônica (2ª Temporada)

Engenharia do Cinema Sendo uma das mais sucedidas produções nacionais da Netflix, “Bom Dia, Verônica” foi uma das grandes sensações de 2020 e mesmo sendo inspirado em um único livro, foi concebida como uma minissérie e inesperadamente ganhou uma segunda temporada, se tornando assim uma série (inclusive, a terceira temporada provavelmente já está à caminho também). Essa segunda temporada se passa um tempo depois da primeira, com Verônica (Tainá Müller) vivendo uma vida escondida e tentando investigar uma nova grande ameaça, que demonstra ter uma ligação forte com o policial Cláudio (Eduardo Moscovis), pelo qual ela conseguiu deter no ano antecessor. Agora seus caminhos acabam sendo cruzados com Mathias (Reynaldo Gianecchini), que é líder de uma seita religiosa e que secretamente abusa de diversas mulheres com a condição de que irá curá-las. Imagem: Netflix (Divulgação) Agora com seis episódios, com em torno de 45 minutos cada, a única sensação que temos é o fato de tudo ter sido feito às pressas, devido a forma de como algumas cenas são jogadas e apresentadas. Existem diversos momentos fortes e pesados nesta trama, pelas quais necessitavam de uma atmosfera ser criada, antes de ser jogada pelo espectador. Tudo é meramente jogado e não conseguimos criar uma antipatia como no primeiro ano. Embora a história seja muito boa e remete bastante ao caso de João de Deus, com uma excelente interpretação de Gianecchini (cuja presença chega realmente a ser intimidadora), seus contratempos não são bons. Enquanto Klara Castanho extrapola com suas caras e bocas para representar uma atuação dramática (mostrando que realmente ela não é boa atriz para este tipo de projeto), e para este tipo de papel necessitava de uma atriz com mais peso e semblante dramático. Indo um pouco mais a fundo, a direção é totalmente amadora com relação as cenas de ação, vide às cenas de luta envolvendo Müller. Há não só um número infinito de cortes, como também a câmera balança ao máximo e tudo tenta esconder o fato que a mesma está coreografando posições com outros atores (chega a ser vergonhoso ver isso, pois acaba soando tudo como amador ao máximo). A segunda temporada de “Bom Dia, Verônica” mostra que às vezes para se conseguir fazer uma ótima temporada, precisa de cuidados e tempo para criar atmosferas. Coisa que realmente não aconteceu aqui.
Cidade Invisível tem primeiro teaser divulgado pela Netflix

Cidade Invisível, nova série original brasileira da Netflix, estreia dia 5 de fevereiro. Em resumo, Carlos Saldanha, criador e co-produtor, embarca em seu primeiro projeto live-action trazendo as lendas folclóricas brasileiras para os dias de hoje. O enredo é uma criação original de Saldanha inspirado em uma história desenvolvida por Carolina Munhóz e Raphael Draccon. Com sete episódios, a história acompanha os esforços de um fiscal ambiental (Marco Pigossi) para descobrir os reais motivos da morte de sua esposa. Aliás, eles parecem estar ligados diretamente ao surgimento de um boto-cor-de-rosa em uma praia do Rio de Janeiro. Cidade Invisível é uma série policial que traz temas relevantes como a preservação ambiental, o resgate da cultura popular brasileira, além de explorar as relações humanas através do místico. Protagonizada por Marco Pigossi e Alessandra Negrini, a produção ainda conta com Jéssica Córes, Fábio Lago, Wesley Guimarães e Manu Diegues no elenco.
Matches: série nacional da Warner mostra aventuras de um casal recém divorciado
